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Análise Semiótica do clipe "Borders" da M.I.A.

Por:   •  16/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.617 Palavras (7 Páginas)  •  1.080 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Publicidade e Propaganda

5º Período

Amanda Rocha

Leandro Goulart Primo Haddad

Rodrigo Goulart Primo Haddad

ANÁLISE SEMIÓTICA: M.I.A. - BORDERS

Belo Horizonte

2016

1. INTRODUÇÃO

Mathangi Maya Arulpragasam, mais conhecida como M.I.A. é uma artista, cantora, ativista, cineasta e compositora britânica, de origem tâmil (Sri Lanka). Nascida em Hounslow, Londres, filha de Arul, um engenheiro, escritor e ativista, e de Kala, uma costureira, que eram devotos hindus e do Sri Lanka Tamil origem. Com 6 anos de idade, Maya, sua irmã mais velha Kali e seus pais mudaram-se para Jaffna, no norte de Sri Lanka, onde teve nascimento de seu irmão mais novo Sugu.

                Durante os primeiros 11 anos de vida, Maya foi marcada pelo deslocamento causado pela guerra civil do Sri Lanka. Sua família teve que se esconder do exército, além de viver num momento de pobreza durante sua infância. Durante este período a família de Maya mudou-se para Índia, sem o pai Arul, e logo depois para Londres, tentando se esquivar da guerra, onde Arul ficou lutando ao lado de rebeldes separatistas. Aos 9 anos de idade, Maya viu sua escola ser alvo de tiroteio promovidos por tropas do governo.

                Maya morou o resto da sua infância e adolescência em Ponte Phipps, no distrito de Mitcham, sudoeste de Londres, onde aprendeu a falar inglês. Durante a estadia em Ponte Phipps, a família de Maya sofreu abuso racial. Porém Maya superou esta fase e participou da Escola Lodge Alta em Wimbledon. Participou da universidade e graduou-se em belas artes, cinema e video, em Junho de 2001, a partir do centro de Londres Saint Martins College of Art and Design. Hoje Maya vive em Brentwood, Los Angeles, com seu filho Edgar Arular, dividindo seu tempo entre passar o tempo em casa e ficar na casa de sua mãe em Londres.

                M.I.A. tem uma história sobre identidade e movimento. Apesar de nascer em Londres, passou sua infância no Sri Lanka, onde foi sobrevivente de uma guerra civil que durou 25 anos, iniciando uma migração em massa de milhares de cidades do Sri Lanka. Ela leva seu papel de membro mais conhecido na população de Tamil muito a sério. Aos longos dos anos ela fala em suas músicas sobre a OLP e faz comentários públicos sobre a situação dos refugiados.

                Reconhecida por retratar em suas músicas e videoclipes o conflito étnico do Sri Lanka, M.I.A. tornou-se conhecida por representar a violência política em seus clipes e em suas artes de capa.

2. ANÁLISE SEMIÓTICA 

        Durante sua infância no Sri Lanka, MIA presenciou uma grande guerra civil, no qual seu pai participou ao lado dos rebeldes separatistas. Este conflito resultou na migração de dezenas de milhares de habitantes do Sri Lanka. A cantora, que sempre teve identidade forte, se manifestou através da música, para representar movimentos como este, que ainda são presentes nos dias atuais.

        A música aborda a questão da crise migratória, criticando a política européia que cercam suas fronteiras para impedir a entrada de imigrantes. Sua letra é repetitiva, que soa confusa e redundante diante do tema. Ao mesmo tempo que cita palavra de efeito, como "Políticos" e "Gente de barco", M.I.A. também usa um vocabulário destrutivo, permitindo dupla interpretação, ao falar em explosões e mortes. Para completar em um momento do vídeo clipe ela aparece usando uma camiseta pirata do time de futebol Paris Saint Germain, fazendo uma alusão ao massacre de Paris.

        A primeira palavra da letra é “liberdade”, que dá idéia de livre arbítrio e agir conforme a própria vontade, o que é a busca dos refugiados em suas lutas e diferente da realidade vivida por eles. Através da faixa, M.I.A., pretende fazer com que seus ouvintes sejam mais críticos e analisem mais sobre o assunto. Como mostra a parte:

“Rainha (O que há com isso?) Arrasou (O que há com isso?) Lacrou (O que há com isso?) Suas metas (O que há com isso?) Ser querido (O que há com isso?) Fazer dinheiro (O que há com isso?) Quebrar a internet (O que há com isso?) O amor vence (O que há com isso?)”.

Além disso, a artista quer mudar a visão de fronteira, que já é predeterminada na mente das pessoas como sendo uma divisão de culturas e espaço físico entre países. Ajudando seu público na compreensão de que a alienação às redes sociais acarreta à não abertura das fronteiras aos refugiados. Demonstrada no trecho:

“As armas explodem as portas para o sistema Sim, foda-se eles quando dizemos que não estamos com eles Somos sólidos, e não precisamos expulsá-los Este é o norte, sul, leste e oeste”.

Em entrevista com o jornalista Ryan Bassil sobre a música “Bordes”, M.I.A. expôs sua opinião em relação ao conflito.

“Eu acho que é causa e efeito. Como musicista, eu sinto que nós somos parte da promoção de ideias para as pessoas. Você sabe, em última análise, nós lutamos para conseguir o que fazemos no Ocidente para as casas e telas de cada pessoa no planeta. (...) Se o Ocidente é tão deliberado em promover suas marcas e está usando arte e cultura para inspirar os sonhos das pessoas, como pode o Ocidente, em seguida, afastar essas pessoas (refugiados)?”

        O clipe da música começa mostrando o primeiro objeto, uma linha preta dividindo um fundo branco, que possui como signo a representação de uma fronteira. Em seguida, ocorre uma instância cênica: M.I.A. parada olhando e cantando diretamente para câmera, ocupando a posição central. O vídeo inteiro a cantora aparece também como uma representação de refugiada, cercada de outros homens que participam deste movimento, adquirindo diferentes objetos e signos no decorrer da música. Um dos objetos são os refugiados. Em alguns momentos mostram refugiados escalando e atravessando grades, correndo em filas, atravessando um rio andando em fila, deitados e sentados em barcos e em determinado momento, quando estão escalados nas grades, formam com seus corpos a palavra “LIFE”, traduzindo vida, que exemplifica um qualisigno.

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