Comunicação Popular e Comunitária
Por: Fernando Giorgetti • 19/6/2015 • Trabalho acadêmico • 2.255 Palavras (10 Páginas) • 477 Visualizações
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FERNANDO GIORGETTI DE SOUZA
A COMUNICAÇÃO POPULAR E COMUNITÁRIA:
CONSTRUINDO ALÉM DE UM SABER, UMA PRÁXIS CONTRA-HEGEMÔNICA.
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Londrina
2015
FERNANDO GIORGETTI DE SOUZA
A COMUNICAÇÃO POPULAR E COMUNITÁRIA:
CONSTRUINDO ALÉM DE UM SABER, UMA PRÁXIS CONTRA-HEGEMÔNICA.
Trabalho solicitado para averiguação de aprendizagem da disciplina Práxis da Comunicação Popular e Comunitária ministrada pelo professor Dr. Rozinaldo Antonio Miani da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Especialização Comunicação Popular e Comunitária.
Londrina
2015
A Comunicação Popular e Comunitária é uma disciplina recente em algumas universidades, mas apesar disso, estuda e combate as velhas políticas elitistas e conservadoras. Seu papel contra-hegemônico é fundamental para as comunidades conhecerem e romperem com a alienação originada pela cultura de massa dos veículos de comunicação tradicionais.
É relevante entender a Comunicação Popular e Comunitária como uma ferramenta para a abertura de canais que possibilitem maior interação e ação das comunidades populares nas políticas sociais.
Resgatando as origens da Comunicação Popular e Comunitária no Brasil, ressalta-se o pioneirismo e militância de Vito Gianotti, um dos grandes incentivadores da comunicação contra-hegemônica.
O escritor Gianotti é o fundador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), que desde 1994, promove cursos sobre a comunicação popular objetivando “melhorar a comunicação dos trabalhadores para construir um mundo com justiça e sem exclusão[1]” e esse trabalho tem com premissa “a certeza de que sem comunicação não há possibilidade de os trabalhadores lutarem para alcançar a hegemonia política na sociedade.[2]”
Como uma disciplina acadêmica a “Comunicação Popular e Comunitária” faz parte do currículo do Centro de Educação, Comunicação e Artes – (CECA) da Universidade Estadual de Londrina – UEL, e é também ministrada nos cursos de graduação em Comunicação Social, de Relações Públicas e de Serviço Social, com carga horária de sessenta horas.
Aprofundando na temática, a UEL oferece também o Curso de Pós-Graduação Lato sensu em Comunicação Popular e Comunitária, desde 2002. Para essa especialização requere-se estudos em carga horária mínima de quatrocentos e vinte horas, e aprovação nas disciplina, além do Trabalho de Conclusão de Curso-TCC.
São responsáveis por implantarem o Curso na UEL os professores Rozinaldo Antonio Miani, tendo em vista a experiência e militância na Comunicação Popular em São Paulo e Luzia Deliberador docente da disciplina Comunicação Comunitária. À partir da trocas de experiências entre os docentes, originou-se a disciplina denominada “Comunicação Popular e Comunitária.”
A ideia têm dado certo e em algumas faculdades e centros universitários do país, a disciplina já faz parte da grade curricular, possibilitando assim o conhecimento e aprofundamento do assunto e gerando novas políticas e projetos, envolvendo as comunidades populares.
Após esse recorte historiográfico da disciplina, considerando sua importância, faz-se necessário ressaltar a construção e a práxis desse conhecimento e por essa razão, serão observadas nesse trabalho, a contribuição dos Especialistas em Comunicação Popular e Comunitária.
Trazendo a tona discussões sobre o sentido das comunidades contemporâneas e analisando as obras de Raquel Paiva, a Mestre em Comunicação Maria Moraes Luz (2009) sintetiza:
Sempre com o conceito sobre Comunidade permeando todas as discussões, a pesquisadora não perde de vista a importância de a humanidade realizar trocas simbólicas, com o verdadeiro dar e receber, identificar e diferenciar-se. Algo praticamente extinto na pós-modernidade, em que a troca existente é basicamente a monetária. Os laços são jurídicos e os indivíduos vivem isolados uns dos outros. Por isso, nada mais do que essencial discutirmos novos conceitos e novas alternativas contra-hegemônicas a essa modelo neoliberal. O “outro” precisa ser compreendido pelo “eu”, compartilhar valores, idéias e comportamentos em um perfil comunitarista e não individualista e mecanicista.
Considerando essa questão, Paiva (2009) acredita que o viés educacional na comunicação comunitária é “atualmente a única maneira pela qual se pode aceder à condição de cidadãos plenos.”
Contudo, a professora se surpreende com o boom de pesquisadores e de pesquisas, na área de Comunicação Comunitária no país. Com sua experiência, percebe a existência de dois grupos de pesquisadores contemporâneos, um proporcionando a abertura para o desenvolvimento de novas políticas, de novos projetos e a resolução para algumas problemáticas e o outro grupo, usurpando o “achado dos primeiros” desperdiçando recursos, “numa racionalidade preguiçosa”.
A propósito, o professor Rozinaldo Miani (2011) debruça-se nos estudos bakhtinianos sobre os signos e contribui para a compreensão desse fragmento do saber da Comunicação apontando os diferentes sentidos das palavras “Popular e Comunitário”, que apesar de serem parecidas: “cada uma dessas expressões carrega significações ideológicas e se referem a práticas sociais com pressupostos políticos diferentes.”
O filósofo da linguagem Bakhtin desvela conceitos importantes sobre a comunicação, em uma abordagem semiótica, por intermédio, de pequenas inserções da filosofia da linguagem ao abordar a questão dos signos.
Para Bakhtin (1997) “tudo que é ideológico é um signo. Sem signos não existe ideologia” e a palavra para o filósofo, “é o fenômeno ideológico por excelência e portadora de ideologia”. Ele entende que “o signo se torna arena onde se desenvolve a luta de classes”. Portanto, a palavra é essencial para a criação ideológica e emancipação do ser humano.
Desse modo, nota-se a utilidade da compreensão no campo ideológico para a práxis contra-hegemônica. Através do texto “O discurso competente” analisando o escrito da filósofa Marilena Chauí, observa-se a questão do instituinte e do instituído
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