Estrinchando capas da revista VEJA

Destrinchando capas da revista VEJA

Rômullo Espíndola

Este trabalho visa analisar e compreender o uso de determinadas capas por parte da revista VEJA. Explicando o motivo da utilização das fotos usadas como destaque para atrair a atenção do público.

[pic 1] Inicio com a mais recente capa lançada pela revista, na última semana de maio. Onde é mostrado o presidente Michel Temer, com marcas de pneus – em tese de caminhões – passando por cima do seu corpo, como se o mesmo tivesse sido atropelado, numa sacada humorística, mas que revela o momento atual em questão. Para  corroborar isso, é escrito como manchete “Greve atropela Temer” referindo-se ao estágio conturbado em que vive o então presidente do Brasil, cada vez mais rejeitado pela população. A greve escancarou isso de vez.

[pic 2] Lançada em novembro de 2017, a capa da edição número 2551 da revista, traz como destaque Jair Messias Bolsonaro, até então, apenas um possível candidato à presidência do Brasil, que segundo a VEJA, trata-se de uma ameaça ao nosso país. Claro que, nessa edição a revista deixa nítida sua linha editorial ao ir contra os pensamentos extremistas – segundo o próprio texto no rodapé da capa – do provável candidato. Na matéria completa, a revista cita sua popularização nas redes sócias e seu estranho crescimento popular entre os jovens.

[pic 3] Nesta edição, a revista opta por chamar a atenção do público com um questionamento, muito discutido entre a população, sobre o assassinato da então vereadora Marielle Franco (PSOL). O interessante é a pergunta se direcionar a mesma como “mulher” e não a chamando pelo nome, ou citando seu cargo público. Propositadamente com o intuito de chocar a todos com mais um caso de feminicídio no Brasil, algo infelizmente tão comum, que por vezes e ignorado pela maioria.

[pic 4]  No padrão VEJA de chamar a atenção sem precisar de muitas palavras – nesse caso nenhuma palavra sequer – edição publicada durante na semana da prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, ou apenas Lula, exibe de forma simples e direta sua caricatura por detrás de riscos, grossos e pretos, simbolizando de forma óbvia grades de uma prisão. Noticiando apenas com um desenho caricato, que o ex-presidente agora estava condenado e preso.

[pic 5]  E mais uma vez se utilizando de desenhos para atrair a atenção popular, uma recente publicação da revista trata em sua capa, de um mal que assola a humanidade atualmente, as “Fake News”. Nesta edição é exibido o logotipo, que dispensa apresentação, da rede social “Facebook”, com milhões de pessoas caindo, ou seja, fazendo uma alusão ao grandioso número de pessoas que caem diariamente nessas fake news.