O Apolíneo e o Dionisíaco no Texto Publicitário

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Discente: Wilkle Vitor Gomes da Silva                         

Curso/Turma: Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (2018.2)

Docente: Josenildo Soares Bezerra

Disciplina: Linguagem Publicitária

O Apolíneo e o Dionisíaco no Texto Publicitário

Basicamente, o texto publicitário é fundamentado em duas linhas de força: a apolínea, apoiada no discurso racional, nos argumentos, e a dionisíaca, que seduz o leitor pela emoção, de maneira mais sutil, alimentando-se muitas vezes na estrutura do conto, da crônica, da fábula. O escritor, professor doutor e redator publicitário João Anzanello Carrascoza aborda esses modelos no ensaio O Apolíneo e o Dionisíaco no Texto Publicitário. Nele, Carrascoza avalia que tanto a linha apolínea quanto a linha dionisíaca se baseiam nas estruturas formais de discurso apresentadas por Aristóteles em sua obra Arte Retórica e Arte Poética. Calcado no discurso deliberativo de Aristóteles, o modelo de texto apolíneo tem como objetivo convencer o leitor a uma deliberação futura por meio da razão. Da introdução à conclusão, o texto publicitário de linha apolínea é estruturado em fases criteriosamente divididas para resultar em uma argumentação clara, precisa, simples e contundente. Começando com a introdução que já adianta no título o assunto de que se vai tratar no texto. Seguido da narração que desenvolve o assunto apresentado na introdução. Passando pelas provas que atestam aquilo que a narração apresenta. E enfim, a peroração, ou a conclusão, que recapitula o discurso e convida o leitor à ação. Esse fenômeno característico do texto publicitário apolíneo, de uma etapa lingando-se à outra, é chamado de circularidade. Como na figura da cobra que morde o próprio rabo. Ao lado da circularidade, a unidade é outra característica do texto de propaganda apolíneo. Tudo deve girar em torno de um único assunto, que começa no exórdio, é desenvolvido na narração e nas provas e termina na peroração. Diferente do apolíneo, o modelo dionisíaco está apoiado no discurso demonstrativo ou epidíctico de Aristóteles. O objetivo é aconselhar de maneira mais sutil, não formalizada e intersubjetiva, persuadir pela emoção, contar uma pequena história ao leitor e envolvê-lo no enredo para abrir seu coração e torná-lo favorável ao que se anuncia.

ANUNCIO 1: linha Dionisíaca [pic 1]

Ficha técnica

Cliente: Objetivo

Agência: NucleoTCM

Redator: André Gomes

Diretor de arte: David Sousa

ANUNCIO 2: Linha Apolínia

[pic 2]

Ficha técnica

Cliente: jornal Bom Dia

Agência: NucleoTCM

Redator: André Gomes

Diretor de arte: David Sousa

COMENTÁRIO SOBRE OS DOIS ANÚNCIOS:

Os anúncios acima têm a mesma finalidade. Ambos se dirigem a uma plateia específica, o leitor, para lhe falar sobre as qualidades de determinados produtos. No entanto, o primeiro fala à emoção do leitor, é mais leve, sutil. Conta uma pequena história sobre a infância de uma pessoa e tenta uma proximidade com o seu público. Já o segundo fala à razão de quem lê. Apresenta dados, argumenta com informação

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