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Release e Reflexões “A Corporação” e a Política como Vocação

Por:   •  25/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  884 Palavras (4 Páginas)  •  229 Visualizações

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        RELEASE E REFLEXÕES “A CORPORAÇÃO”

A busca incessante pelo lucro do capital e a exploração dos recursos naturais do planeta, nas sociedades pós-modernas, fazem com que os diversos sistemas e formas de vida existentes na Terra se tornem vulneráveis e, consequentemente, entrem em colapso. Inicia-se, assim, uma reação em cadeia que afeta diversos setores como a economia, serviços, relações de produção e consumo, inclusive o público. Entretanto, esta não é a única crise que o sistema capitalista vem enfrentando. Na década de 1970, houve uma crise econômica que afetou profundamente toda a estrutura do capital. Foi neste período que o capitalismo passou a operar de “de modo selvagem” na economia global. As grandes corporações se expandiram, “assumiram o controle” da vida de milhares de pessoas e passaram a tomar atitudes questionáveis do ponto de vista ético. O documentário canadense A Corporação nos apresenta algumas destas questões sobre as grandes corporações que “dominam” o mundo.

        As corporações fazem com que tanto consumidores como os indivíduos que trabalhem para tais corporações acreditem nos ideais que tais instituições professam, quer isto lhes tragam benefícios ou não, por meio do jogo de operações “siga o líder”, como é mostrado no documentário. Ao disseminar suas ideais como as melhores para a coletividade e conquistar um público fiel juntamente com um número cada vez maior de consumidores, as corporações exercem o que o sociólogo Max Weber, em seu ensaio “A Política como vocação”, chama de dominação carismática, na qual “[...] o líder é pessoalmente reconhecido como líder inerentemente ‘chamado’ dos homens. Os homens não o obedecem em virtude da tradição ou lei, mas porque acreditam nele” (p. 100). Os sujeitos que compõem o quadro de funcionários de tais corporações, ao absorverem a causa destas instituições e tomarem como verdades, formam o que os anglo-saxões chamam de “máquina” – um conjunto de pessoas que detém o controle do poder e são fundamentais na política – conforme nos mostra o ensaio do sociólogo.

        Se hoje as grandes corporações se tornaram “máquinas externalizadoras” movidas basicamente pela infinita busca lucro, a constante conquista de mercado e de consumidores sem dar atenção ao prejuízo que causam. São poderes semelhantes ao do príncipe abordado por Weber na mesma obra, pois, “Ele abre caminho para a expropriação dos portadores autônomos e “privados” do poder executivo que estão ao seu lado [...]” (p. 102). Elas só puderam se tornar como o são hoje através da presença de um responsável jurídico – um advogado – que trata da legitimação de sua existência e direitos como pessoa jurídica. A figura do advogado está presente desde o surgimento das grandes corporações após o fim da guerra civil norte-americana, por meio de uma emenda constitucional que visava garantir direitos de moradia e segurança. De acordo com o sociólogo, o advogado é fundamental na política e, como podemos observar, em qualquer campo no qual o objetivo é uma persuasão e legitimação, já que:

O ofício do advogado treinado é defender, com eficiência, a causa dos clientes interessados. Nisso, o advogado é superior a qualquer ‘funcionário’, tal como a superioridade da propaganda inimiga [...] nos mostra. (WEBER, p. 116)

No documentário é possível observar como a informação é importante no esclarecimento nos campos prejudicados pelas grandes corporações, como os sistemas de vida animal alterados por produtos químicos; na área da saúde, como as populações do Vietnam também afetadas por tais produtos ou a ingestão de antibióticos pelo leite contaminado com bactérias de vacas doentes. Na área do trabalho é perceptível o empoderamento daqueles que são explorados e tem seus direitos humanos desrespeitados, por parte das corporações, em busca do lucro e da produção. Estes exemplos só foram possíveis de serem vistos por causa do trabalho do jornalismo investigativo, que trás a tona problemas e falhas do sistema em vigor. Agindo desta maneira, os jornalistas exercitam o que Weber chama de “ética da responsabilidade”, ou seja, quando o indivíduo age de acordo com as normas éticas e tem noção dos resultados das ações praticadas.

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