Resenha: Michel Foucault e a comunicação como acontecimento
Por: Ludmila Almeida • 11/11/2015 • Resenha • 937 Palavras (4 Páginas) • 472 Visualizações
MARCONDES FILHO, Ciro. J. R. Michel Foucault e a comunicação como acontecimento. Rumores (USP), v. 1, p. 1, 2007.
Ciro Juvenal Rodrigues Marcondes Filho é Bacharel em Ciências Sociais e Jornalismo pela USP, doutor pela Universidade de Frankfurt, pós-doutor pela Universidade de Grenoble (França), titular da Cátedra UNESCO José Reis de Divulgação Científica, é professor titular da ECA-USP desde 1987. Atualmente coordena o FiloCom - Núcleo de Estudos Filosóficos da Comunicação, da ECA-USP, além de participar de várias edições de revistas cientificas, organizações de eventos e de publicação de artigos na área de comunicação e informação. Marcondes Filho é pesquisador de conceito 1A do CNPq, é o criador de uma nova Teoria da Comunicação, que a pensa a partir do conceito de ‘metáporo’. Esse se constitui por um caminho que se abre e que vai se fechando atrás de si, um caminho da não fixação continua, que traz o pressuposto de que as pesquisas na área de comunicação abrem e desbravam os campos enquanto realizam a própria pesquisa. Procurando então as condições de aparecimento do objeto, o que se relaciona a noção de acontecimento e seus rastros.
No artigo Michel Foucault e a comunicação como acontecimento Marcondes Filho não tem como interesse a questão do Metáporo e se centra em como os signos se tornam acontecimento pela luz dos estudos de Foucault. O artigo se inicia com o capítulo O fim da liberdade do homem e a emergência do discurso e traz umas das questões principais que permeiam a obra de Michel Foucault que é sua busca pela descontinuidade anônima do saber, em que sua influência passa pelas ideias de Husserl, Sartre e Merleau-Ponty, além do modelo estruturalista com Saussure e Lévi-Strauss. E a noção de representação do mundo se torna algo questionável ao ter o sujeito, antes desligado do objeto, agora inserido nas pesquisas, se torna parte das novas ciências, como um sujeito do saber moderno. Com isso, perguntas como quem está falando e o que se está falando se torna centrais para uma pesquisa histórica que procura analisar as profundezas dos discursos e suas constantes até chegar a suas ditas estruturas.
Sendo que essa por si só não consegue explicar o funcionamento dos fenômenos, assim no segundo capítulo A linguagem e a relação de amor-ódio com o estruturalismo, o autor discute a relação da linguagem e a noção de historicidade dos discursos que se encontram no intimo das estruturas. Então, para isso, propõe escavar as alturas dessas estruturas, questionando o que é majoritário e normatizado. A linguagem também é questionada por Foucault já que ela não diz exatamente o que diz, mas se vale de um sentido externo em competição com outros. Para isso usa de três grandes autores que procuram desmascarar os discursos e que contribuíram para as analises do filósofo, são eles: Nietzsche que combate a metafisica, Marx por trazer a questão das condições históricas e Freud pela sujeição a figura do inconsciente. E isso se converge para desmascarar o caráter impostor dos discursos que se encontram na ponta da montanha. Outro ponto é a virada linguística de Saussure que traz a noção de emissor e receptor no qual a informação se torna processada por códigos e regras, porém se tornam modelos simplistas por não trazerem a tona uma complexa rede discursiva que se encontra submersa.
No terceiro capítulo A teoria da comunicação e as influencias de Foucault o autor aponta a importância
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