Resenha: Vozes do Rádio com Rita Mundim

Resenha: Vozes do Rádio com Rita Mundim

Nome: Rodrigo Miranda Rodrigues

No dia 13 de maio foi realizada uma reunião com a economista e comentarista econômica da Rádio Itatiaia, Rita Mundim. Ela inicia a entrevista comentando que o Brasil e seus três níveis (município, estado e união) estavam em processo de recuperação após a recessão econômica de 2015 e 2016, chegando finalmente a alcançar o menor déficit do Governo Central em 15 anos, em fevereiro deste ano, mas sendo interrompido devido à pandemia do COVID-19. Os R$800 bilhões que seriam economizados ao longo de 10 anos com a reforma da Previdência foram já gastos nos últimos meses e destinados para o combate do vírus, somente até o final de maio. Numa situação dessas, em que o Brasil se encontra com uma enorme dívida e tendo que enfrentar inesperadamente uma pandemia como a que vemos, Rita afirma que com a redução da taxa Selic cerca de R$300 bilhões podem ser economizados com a taxa de juros, e que podem ser revertidos em diminuição da dívida pública, além de investimento público. Outros R$2 trilhões podem ser economizados com a venda de imóveis e com a privatização de empresas do Estado para amenizar a dívida do país – que chega a quase R$4 trilhões – e para gastos gerais contra o COVID-19.

Na opinião de Rita o auxílio emergencial é algo positivo, mas o elevado número de pessoas ativas no mercado de trabalho que fizeram cadastro no programa reforça uma triste realidade que mostra como o país em que vivemos é pobre. Além disso, é dito ainda que a “agiotagem” no Brasil era uma das principais causas para a desigualdade, já que envolve corrupção e que hoje em dia, para ganhar dinheiro no Brasil deve-se trabalhar para isso, e não ter grandes quantias dinheiro para fazer mais, como há pouco tempo se via. A situação em que estamos atualmente, com o dólar acima de R$4 e o juros abaixo de 4% pode ser visto como algo positivo, já que o dinheiro se encontra mais barato para as famílias e empresas, e também os produtos nacionais estão mais baratos para serem vendidos no exterior.

Para Rita, é hora de bancos como o Santander e Itaú ajudarem os pequenos e médios empreendedores com melhores condições de empréstimo, visto que o setor de serviços é essencial para a economia nacional e é um dos que mais sofre em tempos como o que vivemos. Empresas de eventos, aviação e turismo, segundo ela, devem ser as que mais vão sentir no bolso o impacto do isolamento social. Após a pandemia, muito deve ser investido em saneamento, estradas e portos, além de um aumento no setor de energia.

O e-commerce também deve se manter como uma moda, mesmo após a pandemia. É uma forma que as empresas encontraram de lucrar sem ter suas portas físicas abertas, e que propicia uma enorme facilidade para o consumidor moderno. Como exemplo, a Ambev, que em lives de cantores do gênero sertanejo conseguiu 24 vezes mais visibilidade online do que teria em uma Copa do Mundo. Ela ainda acredita que isso trará mudanças no mercado de trabalho, mas de forma alguma isso diminuiria a oferta de empregos ou aumentaria o desemprego, já que a venda online também conta com uma grande logística por trás de si. O ponto negativo disso tudo, é que uma grande porção de brasileiros pode ser considerada formada por “analfabetos digitais”, e esse tipo de emprego exige uma qualificação maior da mão de obra. Um impacto que ela comenta é no EAD, que deve crescer após a quarentena, mas pode sofrer um pouco em seu início justamente por essa falta de estrutura do ambiente digital nas escolas brasileiras. O dólar a quase cinco reais é bem visto por ela, já que setores como o têxtil ou eletrônico, passam a ter uma espécie de renascimento dentro do país.