Resumos Teoria dos Media

Teoria dos Media

18/02/2019

Prof. José Manuel pinto

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Conteúdos programáticos:

• Determinação genealógica do conceito de “meios”;
• Media, discurso, realidade;
• Crítica marxista dos media;
• A escola canadiana dos media;
• Teoria dos media na atualidade.

Avaliação:

• Apresentação oral individual – 40% (1 tema/texto do programa)
• Frequência – 50% (3 perguntas)
• Assiduidade – 10%

25/02/2019

Constituição da disciplina

Teoria:

Vem de teoria que vem de Theos (Deus);

É na Grécia Antiga que se procura pela 1ª vez formar uma teoria – antes apenas se tinham explicações míticas.

Uma teoria é então um conjunto sistemático de representações que pretende dar conta da razão de existência de um determinado objeto.

Por ser um conjunto de representações não se trata da própria realidade

As teorias predem sempre ser puras, mas vivem na historicidade, ou seja, variam de época para época.

No período da Pré-História, séc. IX a.C. dá-se uma rotura que vai fazer com que haja essa transição de explicações míticas para as teorias: a invenção do alfabeto foneticovocalico (sons=símbolos).

Este alfabeto vai permitir:

• Fixar alguma coisa sem necessidade de sentido preciso;
• Criar multiplicidade de sentidos;
• Introduzir interjeições (Ah!).

Este médium é dos mais fundamentais e através do qual formamos tudo.

A escrita vai então dividir 2 períodos históricos: Pré-História e História.

Ainda assim 5 séculos depois da invenção da escrita, Platão ainda utiliza o diálogo, estando assim preso a uma forma Pré-Histórica de pensar.

Media:

Plural de medium.

O que está entre; que faz uma ponte; o que une dois extremos.

Cada médium tem de fazer uma de três coisas:

• Transmitir – emitir no presente
• Difundir – emitir no espaço e no tempo
• Armazenar

Como difundir e armazenar a oralidade, uma vez que se trata de uma transmissão pura (antes da invenção da escrita)? A partir de estruturas criadas através da oralidade designadas de poesia.

Sabemos que os media são técnicas ou tecnologias e por tanto artificiais – inventas pelo Homem, que não existem na Natureza.

Estas técnicas surgem através de ideias que residem na consciência, ou seja, implicam a formação de uma representação por observação da Natureza por analogias com a mesma. Ex: Se o pássaro se abriga num ninho vou também criar um sítio para me abrigar.

Da Natureza não são só extraídas as ideias como a matéria prima.

Ao esforço despendido pelo Homem para transformar a ideia em matéria chama-se de trabalho.

Toda a técnica exige perfetibilidade, ou seja, exige que vão sendo aperfeiçoadas.

A Media cria identidades e simultaneamente diferenças, mantendo a pertença de cada um a um grupo e distancia de outros.

Facilitam a comunicação de:

• One to one/ Face to face
• Many to many
• Point to point – Ligar para um telemóvel = ligar para um ponto

A media é responsável pelo modo, estrutura e padrão das associações humanas.

04/03/2019

Fenomenologia da imagem televisiva

Fenomenologia é o estudo intensivo sob todas as perspetivas de algo específico.

A televisão é a forma decisiva na 2ª metade do século XX.

Características:

• Wireless – por ondas, com a estrutura de um para muitos (one to many) com base na estrutura da sociedade
• Codificação sonora e energética – há emissão de som e imagem
• É um medium emissor – apenas transmite de um lado pois, caso contrário não haveria controlo do que seria enviado pelo público e destruiria a estrutura de uma sociedade.
• Dispositivos pensados para estar em espaços privados

Pela primeira vez produzem-se imagens em massa para serem consumidas (já existia a fotografia, mas o seu consumo era reduzido).

Tem-se então, por se encontrarem em espaços privados, uma economia de atenção de forma massiva.

A imagem televisa tem demasiado impacto no todo social com grande capacidade de manipulação.

Dados históricos:

1933 – TV é demonstrada por RCA (Radio Corporation of America)

1941 – 1ª Televisão comercial é transmitida

1949 – Começam as primeiras redes de televisão

1956 – Invenção do gravador de vídeo

O que vai introduzir na sociedade? (Gunther Anders)

Do ponto de vista formal: Ermita das massas – a televisão separa-nos tirando-nos a intimidade.

Todas as famílias assistem ao mesmo conteúdo e por isso em vez de se diferenciarem entre si, unificam-se – conversão das famílias num mini público.

Surgem os trabalhadores a domicílio – as famílias dão mais valia à imagem (O espaço privado entra no domínio da economia de troca).

TV: imagem em movimento + som – tem de ter narrativa (a ausência de narrativa torna a imagem em movimento numa imagem fixa).

Quem recria a narrativa é quem produz e quem consome torna-se passivo.

O broadcast da TV vai implicar uma liquidificação do mundo – há sempre um fluxo de informação para ser consumido.

11/03/2019

Texto de Gunther Anders

A televisão rouba-nos a possibilidade da própria experiência, de sentir o mundo como algo necessariamente anterior a imagem.

Ao produzir as experiências feitas de todos, a nossa capacidade perceção, a nossa faculdade crítica (juízo) fica inseridas no diapasão do universo das imagens.