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A Cama e Suas Tribulações

Por:   •  2/3/2023  •  Dissertação  •  1.214 Palavras (5 Páginas)  •  61 Visualizações

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Após um longo dia árduo de trabalho, a noite finalmente chegou, junto de uma calma chuva de verão, era possível ouvir as gotas de água caindo suavemente sobre a janela do quarto localizado no segundo andar, e era também possível ouvir o filme de ação genérico sendo exibido na televisão da sala, que ficava no primeiro andar da casa. Depois de trocar boa noite com as pessoas que viviam na sua casa, a pessoa se locomoveu para o banheiro, escovou os dentes, deu um sorriso para o espelho para ver os dentes, agora, limpos e se virou para ir de encontro ao seu quarto, realmente era uma noite calma, nada diferente do normal, a pessoa estava bem cansada, pensando que amanhã, sábado, poderia finalmente relaxar sem se preocupar com nada, finalmente foi se jogando na cama, querendo se perder no mundo dos sonhos para que pudesse viver uma vida que jamais sonhara viver, algo melhor do que o estava acostumada, vivenciar algo que lhe desse propósito, assim, a pessoa fechou os seus olhos, e mergulhou completamente em sua cama, sendo consumido pela confortabilidade que lhe propusera.

Por mais que tudo até então parecesse mais uma noite normal de sexta-feira, algo completamente inesperado aconteceu, realmente a pessoa fora consumido pela confortabilidade, fora absolutamente devorada pela sua cama, pois no momento de relaxamento que a fez abaixar sua guarda, a cama cresceu dois grandes braços monstruosos que agarraram a pessoa com tamanha força, a forçando-a à inercia completa, desesperada pela inesperada situação a que se encontrava, a pessoa começou a gritar, não esperava que ninguém fosse ao seu encontro para ajudá-la, na verdade, esse grito foi mais um reflexo natural em um momento de completo medo, logo, para conter os barulhos que eram gerados pelas cordas vocais da pessoa, a cama cresceu mais outro braço, e o colocou sobre a boca da pessoa, impedindo a passagem de qualquer som para fora de seu corpo, assim, lentamente a pessoa começou a afundar dentro da cama, igual areia movediça, lentamente descia mais e mais para o além, o teto parecia ficar mais distante a cada tentativa de movimento que a pessoa fazia, o desespero já havia inteiramente tomado conta de seu corpo, a pessoa começou a chorar com medo do que a esperava do outro lado, logo, sua visão do teto escureceu, o seu corpo pareceu parar de responder ao seu comando de se debater e tudo pareceu se perder no silêncio ensurdecedor.

Ao abrir os olhos, a pessoa se encontrou dentro de algo que parecia ser uma escola, mas não qualquer escola, e sim a mesa em que ela havia estudado, ela havia acordado dentro da sala de geografia, era uma sala com 4 longas mesas que cabiam em cada uma delas cerca de 6 cadeiras, em uma das paredes existiam mapas do relevo de seu país, na outra estava localizada a lousa e em outra havia alguns relógios que estavam em fuso horários diferentes, em completa confusão, a pessoa ficou dentro da sala por alguns minutos tentando entender o que acabara de acontecer, em um momento estava na sua casa, e em outro momento estava na escola que havia frequentando durante o ensino médio, sentando em sua das várias cadeiras, a pessoa começou a pensar que esse devia ser o sonho mais estranho que havia presenciado em sua vida inteira. Subitamente, uma dor de cabeça forte toma conta da pessoa, um alto zumbido começa a ecoar na sua cabeça através de seu ouvido, e quando isso finalmente passa, a pessoa se encontra na mesma sala, porém, dessa vez, a sala está cheia de alunos, mas logo a pessoa percebe que os alunos não conseguem a enxergar, é como se ela fosse um fantasma, olhando para a sala cheia, a pessoa sente um calafrio imenso percorrer sua espinha, porque logo ali, sentada em uma das cadeiras ao lado do mapa, a pessoa se vê, ela vê a sua imagem do ensino médio, era como olhar para uma foto tirada a muito tempo atrás, como podia isso?

Olhando para as reflexões do passado, a pessoa continua confusa e intrigada com toda a situação, de repente, a professora chama a atenção da pessoa.

- Você deve achar que eu sou uma trouxa, não é? – Perguntou, a professora, furiosamente enquanto se aproximava da pessoa – Já é a segunda vez só hoje que eu tenho que chamar a sua atenção, quer saber? Já chega, me entrega logo esse caderno aí.

A pessoa deu um pulo, completamente assustada, a professora acabara de chamar o seu nome, mas que nem todos os demais alunos, parece que ela também não notava sua presença, na verdade, ela não chamara a sua atenção de fato, mas sim a de sua reflexão do passado. A imagem do passado também havia levado um susto com a bronca da professora, e acabou por entregar o caderno com que ela havia se irritado tanto, era um caderno de desenhos que a pessoa dedicava a maior parte de sua atenção a ele ao em vez da aula, irritando assim a professora.

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