A ESQUIZOANÁLISE
Por: Anelise Ferigolo Alves • 31/8/2018 • Resenha • 759 Palavras (4 Páginas) • 169 Visualizações
ESQUIZOANÁLISE
A cada momento o ser humano é atravessado por forças externas, que se encontram no campo sócio- cultural, que requerem encontros que ora cristalizam o sujeito na sua importância, tornando-o um se mecânico e periódico, hora os faz lançar e viver de forma criativa e potente na relação com a vida (ROLNIK, 2000).
Para Garcia (1998) a esquizoanálise constitui-se como um campo teórico de definição do desejo a partir da tradição filosófica crítica do modelo de representação. Considera a produção desejante como matéria última de todo o real (social, psíquico, natural e maquinimico) sendo produção e desejo imanentes entre si. O procedimento de intervenção se define de acordo com o contexto problemático em questão.
A esquizoanálise é muito mais que uma fazer clinico, ou seja, sua intenção é romper as barreiras da estrutura lingüística dos saberes instituídos em troca de um saber subterrâneo ao qual Deleuze e Guattari chamaram de rizoma. Daí que a esquizoanalise tem lugar somente nos modelos de estudos que almejam romper o diagnóstico médico que através de códigos de doenças desenvolvem a base do padrão clínico da medicina e psicologias clássicas (ROLNIK,2000).
A teoria esquizoanalítica tem como principais representantes Gilles Deleuze e Felix Guattari.
Gilles Deleuze cursou filosofia entre 1944 e 1948, na universidade de Pari. Concluiu o curso em 1948, e logo após em 1968 ele defende sua tese do doutorado que tinha como titulo Diferença e Repetição. Neste mesmo ano ele conhece Félix Guattari, que já tinha um passado político e de trabalho psiquiátrico.
Para Deleuze a filosofia é uma criação de conceitos, pois sua filosofia vai de encontro a psicanálise. Sua filosofia é considerada como filosofia do desejo, entendida como vontade de potência. Deleuze faz uma critica ao complexo de Édipo, e devido a isso ele dedica-se à uma parte da esquizofrenia.
Félix Guattari, colaborou por muitos anos com Deleuze, onde escreveram juntos as seguintes obras: Anti-Édipo; Capitalismo e Esquizofrenia e O que é filosofia, entre outras. Ele coloca o problema da subjetividade como um problema, em um sentido bastante diferente da filosofia, onde coloca as questões políticas e sociais contemporâneas.
Para a esquizoanálise, a articulação de aspectos psíquicos com os fornecimento coletivo de subjetivação ocorre de maneira rizomática. Onde entendemos rizoma como a realidade dentro da própria subjetividade, uma rede constituída de inúmeras ramificações que se conectam e reconectam (PARPINELLI e SOUZA, 2005)
O rizoma procede sempre por alianças, sempre por conexões realizadas pelo contexto de elementos destituídos de pontos de vinda ou de partida, mas embebidos pelo princípio de diferença e de variedade. Dessa forma, o conceito de rizoma possibilita um entendimento da (auto) constituição da subjetividade determinada à um número de elementos. Deste modo como a subjetividade, a realidade também é organizada de maneira rizomática, se configura no entrelace de devires, imagens, objetos, afetos. ( LOBO apud PARPINELLI e SOUZA, 2005).
Garcia (1998) pontua que Guattari parece concordar com o fato de que a invenção do inconsciente, tal como Freud o descreveu, contem uma riqueza efervescente e inquietante que não cessa de produzir efeitos. Ao mesmo tempo esse inconsciente passa a ser visto na teoria esquizoanalítica como um inconsciente que superpões múltiplos estratos de subjetivações, liberado de “grilhões” familiaristas, mais voltado para as práticas atuais do que para fixações e regressões em relação ao passado.
Neste sentido, o autor ainda coloca que se a psicanálise tal como Freud concebeu, já operou um descentramento do sujeito, mas observa-se que com Deleuze e Guattari esse descentramento atinge maior extensão porque remete a um alargamento da noção de subjetividade.
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