A Estética e Educação
Por: gabypacheco • 7/3/2022 • Relatório de pesquisa • 1.343 Palavras (6 Páginas) • 101 Visualizações
ATIVIDADE ESTÉTICA E EDUCAÇÃO
Prof. Edgar – Novembro de 2020
Contextualização: Depois de nossa avaliação 1, sobre Romantismo, você viu que tivemos aulas sobre Schiller e as aulas da semana do conhecimento. A proposta da semana do conhecimento é interessante, mas a tentativa de juntar política, ciência e estética não ficou boa. Veja: trata-se de conteúdos estruturantes, ou seja, áreas amplas que contemplam inúmeros autores, épocas e teorias. Não dá pra jogarmos temas, frases de filósofos e ideias sem uma costura que dê coerência e direção. A proposta de fazer um trabalho interdisciplinar é pertinente, mas demanda um fio condutor mais claro, com objetivos mais específicos. Por isso, conversando nas lives, concluímos que seria mais apropriado esperarmos as aulas dessa semana, sobre Adorno, para lançarmos nossa atividade. Aqui encontramos uma discussão clara e definida sobre estética e educação e é isso que vamos explorar, ok?
O problema da proposta de atividade da SEED: Você viu que na semana do conhecimento foi pedido aos alunos a confecção de um projeto de lei, para o que até os passos foram explicados no tutorial “mão na massa”. A metodologia da sala de aula invertida, lá indicada, demanda que os alunos pesquisem, debatam em grupo e que a gente possa socializar o resultado. Porém, nas lives a gente tá vendo pouca participação dos alunos, ou seja, a sala de aula invertida talvez não seja o melhor negócio pra nós nesse momento. Outra coisa: a confecção de um projeto de lei é algo bem mais complexo do que foi colocado lá. No tutorial disponibilizado, você viu que a lei apresentada deve estar em sintonia com a Constituição, mas não é só isso. Existem inúmeras outras leis com as quais um novo projeto de lei tem de dialogar. Mesmo políticos profissionais batem cabeça tentando mudar coisas que não são possíveis, ou que não são de sua competência, ou acabam recaindo em redundância, requentando temas para os quais já existem leis tratando do assunto.
O que vamos fazer então: Vamos voltar nossa atenção para o debate sobre estética e educação a partir de Theodor Adorno, o qual nos traz algumas referências sobre a música na formação do indivíduo. O itinerário proposto por essa atividade dialoga com as aulas dessa semana e nos leva a enfrentar o fantasma da conformidade que, nos tempos digitais em que estamos, torna tudo igual, nivela e rebaixa o gosto, e emperra uma leitura mais crítica da realidade.
Fundamentação da proposta: Em filosofia, no campo da estética, existe uma linha de estudo que nos permite contemplar a premissa de que a arte tem uma função pedagógica, ou seja, está voltada a ensinar um conhecimento, a testemunhar algo substancial na vida quem ela atinge. Nessa perspectiva, o artista assume o compromisso de ir além do entretenimento, e oferecer elementos que inspirem ou mesmo revolucionem o modo de ver do espectador. A boa arte nos desafia a refletir sobre nossos valores, a pensar sobre os problemas sociais, a enriquecer nossa identidade em processo de construção. Para os alunos do ensino médio, em particular, é a mensagem de que a aprendizagem escolar não deve ensinar para a conformidade, mas oferecer as condições para o aluno ir além, pensando seu projeto pessoal e compreendendo o mundo e as condições sob as quais vive. Do ponto de vista estético, a música é uma ferramenta poderosa nesse sentido e é por isso que vale a pena tomá-la como um dos eixos principais da nossa atividade.
Atividade: Para começar, assista a entrevista com Criolo, concedida ao canal Papo de música. Nela, você já vê uma combinação de arte com resistência, compromisso e determinação. Faça anotações dos principais pontos, Ok? E olha só: você já se perguntou quais são as referências musicais que você tem e que o ajudam na sua formação, na sua compreensão de mundo, no seu processo emancipatório? Sim, emancipatório. Olha o que diz Theodor Adorno:
Para quem a música de entretenimento ainda serve como entretenimento? Ao invés de entreter, parece que tal música contribui ainda mais para o emudecimento dos homens, para a morte da linguagem como expressão, para a incapacidade da comunicação. A música de entretenimento preenche os vazios do silêncio que se instalam entre as pessoas deformadas pelo medo, pelo cansaço e pela docilidade de escravos sem exigências... serve ainda – e apenas – como fundo. Se ninguém mais é capaz de falar realmente, é óbvio que já ninguém é capaz de ouvir... O prazer do momento e da fachada de variedade transforma-se em pretexto para desobrigar o ouvinte de pensar no todo... sem grande oposição, o ouvinte se transforma em simples comprador e consumidor passivo.
Nesse texto, O fetichismo da música e a regressão da audição, de 1938, o pensador alemão toma o conceito de fetichismo da mercadoria de Marx e o traz para o debate sobre arte, a música em particular. Através do conceito de Indústria Cultural (1944), ele vai sustentar que músicas populares que ganhavam repercussão e encantavam os ouvintes da sua época não passavam de mercadoria, ou seja, fenômenos de grande alcance, que agradam o público, mas que são fabricados artificialmente e escondem atrás de si processos complexos, como a corrupção do gosto e o trabalho coisificado.
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