A Filosofia Geral e Jurídica
Por: raayribeiro • 4/11/2022 • Pesquisas Acadêmicas • 2.575 Palavras (11 Páginas) • 102 Visualizações
PA nº 1 - Filosofia Geral e Jurídica
Prof. Jairo Bisol
1. O que é filosofia?
Filosofia é um campo do conhecimento cujo objeto de estudo é a existência humana. Na filosofia, o saber se desenvolve por meio da análise racional. Os valores, a mente e a linguagem também são estudadas no âmbito da filosofia, a qual, ao lançar mão desse conjunto de informações, propõe maneiras para compreensão do mundo. O estudo da filosofia pode ser dividido em cinco campos: epistemologia, lógica, estética, ética e metafísica.
2. O que é filosofia pura?
Considerando a divisão do mundo interior do indivíduo em pensamento e ação, o primeiro se refere à filosofia pura e, a segunda, à filosofia prática. Assim, a filosofia pura tem por objeto as ideias e a linguagem – atributo este que, juntamente com o livre-arbítrio, diferencia o ser humano dos demais seres vivos. Entre os princípios da filosofia pura está o de que o pensamento precisa ser coerente consigo mesmo e com o objeto pensado, ou seja, com o mundo que descreve. A filosofia pura, portanto, compreende os estudos da lógica e da epistemologia.
3. O que é filosofia prática?
Na medida em que cuida da ação humana, a filosofia prática ou filosofia dos valores tem por objeto o livre-arbítrio do ser – o querer, a vontade –, o qual se encontra na alma do indivíduo. A filosofia prática, ademais, trata do belo (amplamente analisado no campo da estética), do bem e do justo (objetos de estudo da ética).
4. O que é metafísica?
Quinto campo de estudo da filosofia, a metafísica diz respeito ao mundo exterior do indivíduo. Trata-se da “filosofia do ser”. A metafísica se diferencia das ciências particulares ao considerar como objeto de estudo o ser em sua totalidade, não as partes específicas dele.
5. Diferencie linguagem do ser e linguagem do estar.
A linguagem do ser é conceitual (descreve o conceito), abstrata, invariável no tempo e no espaço. A linguagem do estar, por sua vez, se dá na forma de narrativas, as quais são intrinsecamente relacionadas a um contexto espaço-temporal.
6. Qual a relação entre ser, conceito e natureza?
Na filosofia de Parmênides – posteriormente aprimorada por Platão –, “o ser é, o não ser não é”. Nessa tese, o “ser” está relacionado ao conceito e o “não ser”, à natureza. Conceito é o conjunto de predicados universais que qualificam o ser, que dão forma a ele. O conceito é imutável, ingênito, eterno; é a essência, que se contrapõe à aparência. Já a natureza pode ser definida como a matéria conceitualmente (linguisticamente) organizada e que se encontra em permanente mudança.
7. Qual a relação entre ser e saber (conhecimento)?
Para saber sobre uma coisa é necessário conhecer o “ser” dessa coisa. Conhecer é saber o que algo é. No entendimento da escola eleática de filosofia, o ser é o conceito, a forma universal. Para a escola jônica, porém, o ser é a coisa real, a natureza, a forma que afeta os sentidos humanos. A razão ocidental (a metafísica) surge quando Platão conclui que o ser é, em verdade, as duas coisas: o ser é conceito e é realidade. Segundo o filósofo, “o ser é; o não ser também é, mas é mera aparência”.
8. Qual a relação entre ser e predicação?
Na dimensão espiritual, o ser é conceito, isto é, conjunto de predicados universais (necessariamente presentes no ser). Na perspectiva real, no entanto, o ser ostenta mais que predicados universais: ostenta também predicados acidentais, ou seja, discutíveis, questionáveis, indefinidos. O predicado é, portanto, aquilo que delimita o ser, que faz do ser o que ele é.
9. Qual a relação entre ser e proposição?
Para Wittgenstein, “a forma lógica de uma proposição corresponde à forma lógica da realidade”, o que significa dizer que as propriedades estruturais da linguagem refletem as propriedades estruturais do ser e do mundo (teoria da propriedade interna da linguagem).
10. Qual a relação entre ser, conotação e denotação?
O fenômeno da significação – quando nomes são atribuídos a objetos – se dá em um duplo código. Tendo em vista que os nomes nomeiam seres e que os seres possuem dois aspectos, os nomes ganham dois distintos significados: um conotativo (relativo ao conceito do ser) e um denotativo (relativo à realidade do ser).
11. Qual a diferença entre filosofia do ser, filosofia da representação e filosofia da linguagem?
A filosofia nasce como filosofia do ser – é a filosofia clássica, que se concentra na busca por conhecer o ser. No âmbito da filosofia clássica, Platão divide o mundo em inferior (o mundo material, da natureza) e superior (o imaterial, dos conceitos) – neste se encontra a verdade, acessada exclusivamente pela alma. Em oposição à tese platônica, Aristóteles defende que há um só mundo e que o conceito se encontra no próprio objeto natural. Na visão dele, o conhecimento é resultado do processo em que, do conjunto de sensações resultantes do contato físico com o objeto, o indivíduo extrai o conceito desse objeto. Já a filosofia da representação nasce com Immanuel Kant na Idade Moderna, em contraposição ao domínio teocrático exercido, à época, sobre a razão. Kant não foca no ser: ele apresenta a tese de que o conhecimento é resultado da representação que a mente humana faz do ser – trata-se da filosofia da representação. Os estudos filosóficos prosseguem ao longo do tempo e, no século XX, o foco da análise passa a ser a ferramenta utilizada pelo homem para representar o ser: a linguagem. A filosofia da linguagem é a perspectiva filosófica que vigora ainda hoje.
12. Em que consiste a tese do isomorfismo entre as estruturas sintático-semânticas da linguagem e a estrutura ontológica do mundo?
Segundo Wittgenstein, “os limites da minha linguagem denotam os limites de meu mundo”. A verdade é então pensada, pelo pesquisador, como o isomorfismo entre a estrutura do pensamento e a estrutura do mundo (estruturas interna e externa). A verdade consiste, então, na “identidade estrutural entre esses dois tipos de relação”.
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