A Filosofia x Direito
Por: Carina Capacho • 24/10/2020 • Ensaio • 471 Palavras (2 Páginas) • 192 Visualizações
Introdução
A filosofia tem desempenhado um papel preponderante desde a antiguidade na
reflexão e investigação do fenômeno jurídico. Sua missão tem sido processar e
questionar a natureza, a legitimidade e os conceitos que aparecem no mundo jurídico
e que muitas vezes são tidos como certos pelo operador do direito.
Este ensaio propõe refletir primeiro sobre a relação entre filosofia e direito; em
seguida, tentamos especular sobre o que a filosofia traria para o campo jurídico; Por
fim, concluímos enfatizando que a filosofia é extremamente necessária para o
advogado, uma vez que irá facilitar um melhor entendimento do direito para o seu
desenvolvimento e funcionamento honesto.
Filosofia e direito
O direito como objeto de reflexão filosófica tem sua origem nos primórdios do trabalho
filosófico. O especialista em filologia clássica, Werner Jaeger, deu conta disso em um
opúsculo vigoroso: “Foram os gregos, criadores da filosofia, que pela primeira vez
enfrentaram os fenômenos jurídicos e as instituições jurídicas com espírito filosófico” .
Sem dúvida foram os filósofos gregos que empreenderam intensas investigações
sobre a natureza da lei e da justiça muito antes de uma filosofia jurídica ser
estabelecida no sentido moderno do termo.
Posteriormente, a filosofia desempenhou um papel fundamental na consolidação dos
Estados republicanos e, sobretudo, no estabelecimento das bases a partir das quais
as Constituições foram posteriormente elaboradas, em virtude das quais o direito se
pensa e opera hoje, quero dizer a declaração dos Direitos do Homem e do cidadão.
Tudo isso graças ao trabalho árduo e incansável de filósofos como Voltaire, Diderot,
Rousseau, entre outros.
Não há dúvida então de dizer que a relação entre filosofia e direito não é uma relação
de continuidade rectilínea. Mas, apesar disso, o verdadeiro jurista não pode perder o
contacto com a filosofia, porque é essencial poder fazer ciência verdadeira e poder
enfrentar os problemas não científicos do direito pela plenitude humana que lhe é
imanente e que a ciência não pode descobrir sem se desvalorizar.
A missão da filosofia em relação ao direito é a de perseguição permanente, de
questionar sua natureza e legitimidade; para investigar o que há de melhor para a
convivência social.
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