A Hanna Arendt

Hannah Arendt

Hannah Arendt foi uma filósofa alemã de origem judaica, adquiriu grande notoriedade no século XX devido as suas duas obras mais importantes: "Eichmann em Jerusalém" e "A condição humana". Nascida em Königsberg, em 1906, foi um dos grandes expoentes do pensamento político contemporâneo. Ela se destacava por ser sensível à crise de valores, erosão dos espaços públicos, domesticação das massas pelas artimanhas dos capitais e governos totalitários e perseguição antissemita.

Devido a sua ascendência judia, Hannah foi perseguida no início do governo Hitler, em 1933, e se mudou para Paris. Quando a França foi ocupada pelos nazistas, Hannah foi internada no campo de concentração de Gurs, em 1941 conseguiu fugir e exilou-se nos EUA, na cidade de Nova York onde viveu até sua morte, em 1975.

Hannah foi educada de forma liberal por sua mãe nos círculos intelectuais de Könisberg, a educação de meninas era comum naquela região. Teve contato com o judaísmo reformado devido a seus avós, porém não pertencia a nenhuma comunidade religiosa, mas sempre se considerou judia, inclusive participando do movimento sionista. Já na adolescência tinha lido diversas obras filosóficas famosas como “Crítica Pura da Razão” de Kant.

Aos 17 anos se encontrou obrigada a abandonar a escola por problemas disciplinares e foi para Berlim sozinha, onde mesmo sem ter concluído sua formação teve aulas de teologia cristã e outros filósofos.

Em 1924 começou seus estudos na universidade Universidade de Marburg, assistindo aulas de Filosofia, teologia protestante e idioma grego. No ano de 1926 decidiu trocar de universidade devido a sua relação proibida com seu professor em Marburg, Heidegger. Foi para a Universidade Albetrt Ludwig de Freiburg. Ela também estudou filosofia na Universidade de Heidelbeg e se formou em 1928, com a tese “O conceito de amor em Santo Agostinho”.

Principais Obras e Ideias

Em Nova York, Hannah credenciou-se a escrever um ensaio sobre o julgamento do Oficial da Gestapo Nazista, Adolf Eichmann, em 1961. Eichmann foi capturado pelo Mossad (Serviço secreto Israelense) na Argentina, onde vivia desde 1950, sob o nome falso de Ricardo Klement. Ele foi considerado responsável pelos campos de extermínios Alemães e condenado por crimes de guerra, contra a humanidade, contar o povo judeu e participação em organização criminosa. A lei israelense não previa pena de morte, porém, para Eichmann foi aberta uma exceção e em 1° de junho de 1962, Eichmann foi enforcado.

O ensaio de Hannah sobre esse julgamento foi ampliado e transformado em livro com o nome "Eichmann em Jerusalém". Durante o período em que escrevia o ensaio e via as audiências do julgamento, Hannah observou que Heichmann não tinha nada "anormal", era um homem comum que recebia ordens para exterminar pessoas e simplesmente as seguia sem contestar, com essa analise ela apresentou o conceito de "Banalidade do Mal", que seria a banalização da violência e maldade, um ambiente onde a barbárie seria tão comum que seres humanos "normais" cometeriam atos desumanos sem peso na consciência.

Em 1951, “As origens do totalitarismo” consolida sua posição de grande figura do pensamento político ocidental. Na obra, Arendt compara o nazismo ao stalinismo, como ideologias totalitárias e mostra como esse tipo de regime depende na banalização do mal, da manipulação das massas, e da falta de criticas as figuras de poder. Considerando Hitler e Stalin duas faces da mesma moeda que conseguiram o poder através da solidão organizada das massas.

Em 1958, Hannah publica "A condição humana", livro onde escreve sobre a expressão "Vita Activa", adotando a clássica tripartição grega: Labor, Trabalho e Ação e enfatiza a politica como Ação e como processo em busca da liberdade.

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