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A Igreja Medieval

Por:   •  11/5/2015  •  Artigo  •  1.600 Palavras (7 Páginas)  •  356 Visualizações

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A Igreja Medieval

No Cisma do Ocidente (1378-1417), colocando a autoridade do papa em questão, o movimento de desagregação da Igreja católica, acentuou-se. A igreja perde seu rumo por volta do ano de 1434, onde o papa Eugênio IV já denunciava: “não há no corpo da Igreja uma única parte sã” (VARIOS AUTORES, 1987, p. 242), a sensação de que a Igreja oprimia, as críticas a hierarquia católica, a vontade de reformar o cristianismo e os movimentos dissidentes, estavam no ar. As tentativas mais fortes de reformas do catolicismo romano aconteceram fora da Itália, na Holanda, através de Erasmo de Roterdã que pôs o humanismo a serviço da Reforma religiosa sem romper com a Igreja Romana e na Alemanha com Martinho Lutero, que empolgou o próprio humanismo com suas propostas e quebrou a unidade cristã (Reale e Antiseri, 1990, p.98).

Erasmo de Roterdã, nascido em 1466, filho de um padre, fez seus primeiros estudos no colégio da ordem dos irmãos da vida em comum, sendo a cultura clássica sua grande paixão a qual é exaltada em suas obras os Colóquios e Antibárbaros. Ingressou na ordem dos Agostinianos (1488), ordenado em 1492, pediu dispensa dos ofícios religiosos e do habito, estudou teologia na universidade de Sorbonne (Paris, 1495).

Erasmo fez várias viagens onde fez amizades importantes como, Thomas More, Lorenzo Valla, conheceu obras importantes, publicou obras de amigos e escreveu outras. A fama de Erasmo chegou ao seu apogeu na virada do século 15 para o 16, pois já havia escrito sua obra mais conhecida, Elogios da Loucura (1509), fez a tradução do novo testamento diretamente do grego. De formação humanista, alimentava discussões e anseios por uma mudança nos rumos da igreja daquele período, as quais foram abandonadas com a radicalização da Reforma, levada adiante por Lutero (1517).

Permaneceu as margens da disputa entre católicos e protestantes, uma vez que os dois lados o queriam conquista-lo e recusando o convite de Lutero para fazer parte de sua nova igreja, afirmando que ele “preferia reformar a casa, não mudar de casa”, Erasmo escreve a obra intitulada Sobre o Livre-arbítrio (1524), a qual opõe-se as concepções sobre livre-arbítrio defendidas por Lutero, e na qual, manifesta sua fidelidade à Igreja Romana. Morreu em 1536, na Basileia, sendo esquecido rapidamente.

A vasta cultura humanista e sua atividade intelectual, o aproxima muito mais de leigo humanista do que de um padre tradicional, características estas, que levou Erasmo a fazer críticas a Igreja Católica, de forma branda, mas com firmeza, criticando os clérigos, a hierarquia católica, às práticas religiosas e à teologia da época, expressadas na obra Elogio da Loucura (ERASMO; MORE, 1988, p. 95 e seguintes), Erasmo antecipou algumas das posições reformistas de Lutero, as quais resultaram em acusações do clero católico, por ter com isso preparado o terreno para o protestantismo (REALE E ANTISERI, 1990).

Erasmo censurava a vida monástica, criticava as práticas medievais, criticava veemente os costumes e as práticas dos clérigos contrarias ao verdadeiro Evangelho de Cristo, era contrário à filosofia construída na concepção aristotélico-escolástica porque a considerava centrada em problemas metafísicos, físicos e dialéticos. A verdadeira filosofia para Erasmo, é o conhecer-se a si mesmo ao modo da filosofia socrática (ERASMO; MORE, 1988, p. 33,73-75). A sabedoria cristã, diferentemente do pensamento escolástico, não tem necessidade de complicados silogismos, podem ser alcançadas nos evangelhos e nas Epistolas de São Paulo, estando aí a verdadeira doutrina de Cristo que deveria ser imitada por todos os cristãos, os quais deveriam renascer em Cristo, ou seja, retornar à natureza bem criada, propôs uma reforma no cristianismo que retomasse as práticas do cristianismo primitivo (viver o Evangelho). Dessa reforma chamada por Erasmo de “Philosophia Christi”, uma reforma humanista e evangélica, surge uma nova visão de cristão, onde ser cristão seria imitar o Cristo na vida cotidiana e nas relações com os outros e toda relação dos cristãos seria baseada na caridade e no amor ao próximo, não na hipocrisia e na simulação (ERASMO; MORE, 1988, p. 106-107). Erasmo foi um crítico feroz da hierarquia romana e da teologia dogmática da Igreja Católica, criticas estas que fizeram com que parte dos católicos colocassem algumas de suas obras no índex (lista cujos livros a Igreja Católica romana proibia, por considera-los nefastos à fé e à moral) e outras recomendaram cautela.

Martinho Lutero, nascido em Eisleben, na Turíngia, no ano de 1483, cresceu sob influência de Roma, na qual aprendeu a cultivar devoção e respeito à Santa Sé e seu nome era uma homenagem a São Martinho, ingressou na Ordem dos Agostinianos (1505). Foi ordenado padre em 1507, lecionou na Universidade de Wittenberg, onde conheceu Andréas Karlstadt (1486-1541), com quem formulou os primeiros elementos da teologia da reforma. A reforma proposta e iniciada com Martinho Lutero teve início com a fixação de 95 teses na porta da igreja da cidade alemã de Wittenberg, em 1517, nas quais criticava a venda de indulgencias, para arrecadar os fundos necessários para a construção da Basílica de São Pedro, em Roma.

Lutero com sua reforma religiosa, muda a fisionomia social e política da Europa a partir do início do século 16, estendendo-se ao campo da história da religião, aos estudos da teologia e merecendo destaque no campo do pensamento filosófico de sua época. Lutero verbalizou o desejo de renovação religiosa e anseio por uma vida que acompanhava os renascentistas, levando as últimas consequências o princípio renascentista do “retorno às origens”. Lutero propõe uma ruptura não só com a tradição religiosa, mas também com a tradição cultural que estava fundamentada na primeira. O pensamento humanista renascentista é rejeitado em bloco, pois Lutero é claramente anti-humanista, sendo este o ponto fundamental da reforma teológica luterana.

A teologia luterana tem como elementos doutrinários básicos a doutrina da salvação do homem pela fé; a doutrina da infalibilidade da escritura, única fonte de salvação; a doutrina do sacerdócio

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