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A METAFÍSICA ARISTOTÉLICA

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Por:   •  3/4/2013  •  1.138 Palavras (5 Páginas)  •  3.252 Visualizações

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Introdução

Metafísica é a ramificação da filosofia que estuda a estrutura e a constituição fundamental da realidade e da real natureza das coisas, para determinar seus significados e princípios. O termo "metafísica" significa literalmente "o que vem depois da física" e foi chamada por Aristóteles de "a primeira filosofia". A metafísica busca estudar as causas primárias e os princípios elementares do conhecimento e do ser para além das ciências tradicionais. Na metafísica, residem os mais fundamentais e abrangentes questionamentos relacionados à realidade como um todo. Entre as principais teorias metafísicas estão as desenvolvidas por Platão, Aristóteles, Descartes, além do idealismo, realismo e materialismo. Popularmente, o termo tem sido usado com um sentido distorcido (ou "fraco") para referir-se a conceitos místicos principalmente os relacionados às seitas da Nova Era e noções não-empíricas sobre "energia" e "harmonia", entre outras

Destaca-se a metafísica aristotélica não é o puro não-ser de Platão, mero princípio de decadência, pois ela é também condição indispensável para concretizar a forma, ingrediente necessário para a existência da realidade material, causa concomitante de todos os seres reais.

A metafísica aristotélica

A metafisica é uma das principais obras de Aristóteles e a primeira grande obra da metafísica. Buscou estudar o ser enquanto ser. Esta investigação induz à elaboração de uma ciência suprema, superior a todas as outras, dado que nela extrai o conhecimento dos princípios e das causas supremas. As outras ciências lidam com um tipo particular de ser, mas a metafísica o Ser universal:

"Existe uma ciência que considera o ser enquanto ser, e as propriedades que lhe competem enquanto tal. Ela não se identifica com nenhuma das ciências particulares: de fato, nenhuma das outras ciências considera universalmente o ser enquanto ser, mas, delimitando uma parte dele, cada uma estuda as características dessa parte. Assim o fazem, por exemplo, as matemáticas."

Essa investigação do ser enquanto ser consiste em investigar a realidade em si, realidade enquanto realidade, e assim, o objeto de pesquisa converge para a universalidade do ser e em suas propriedades essenciais, desconsiderando as particularidades de responsabilidade das demais ciências.

Contudo, podemos estudar qualquer ser do ponto de vista particular do ser, ou seja, podemos estudá-lo em virtude daquilo que tem em comum com todos os outros seres. Será talvez legítimo pensar que isto é muito pouco: de facto, o próprio Aristóteles afirma que nada possui ser enquanto sua essência ou natureza: não há nada que seja apenas ser e nada mais. Mas estudar algo enquanto um ser é estudar algo sobre o qual é possível fazer predicações verdadeiras. A filosofia primeira de Aristóteles não estuda um tipo particular de ser; estuda tudo, todo o Ser, precisamente enquanto tal.

Por outro lado, conhecer a filosofia primeira, a filosofia de predicações verdadeiras, e, portanto base da unidade consiste na busca da essência desse ser supremo, do ser enquanto ser. A filosofia primeira estuda o ser enquanto ser e as demais ciências estudam as particularidades dos seres.

Em sua metafísica, Aristóteles fala acerca dos primeiros princípios. Os primeiros princípios dizem respeito aos princípios lógicos, a saber: o princípio de identidade, da não contradição e do terceiro excluído. O princípio de identidade é autoevidente e determina que uma proposição é sempre igual a ela. Disto pode-se afirmar que A=A. O princípio da não contradição afirma que uma proposição não pode, ao mesmo tempo, ser falsa e verdadeira. Não se pode propor que um triângulo possui e não possui três lados, por exemplo. O princípio do terceiro excluído afirma que ou uma proposição é verdadeira ou é falsa, e não há uma terceira opção viável. Tais princípios, deste modo, garantem as condições que asseguram a realidade das coisas.

Além dos princípios, de acordo com Aristóteles, existem quatro causas fundamentais que também são condições necessárias para que as coisas existam. As causas são: material, formal, eficiente e final. A causa material é a matéria da qual é feita a essência das coisas. A causa formal diz respeito à forma da essência. A causa eficiente é aquela que explica como a matéria recebeu determinada forma. A causa final é aquela que determina a finalidade das coisas existirem e serem como são.

Para compreender a conceituação das causas, pode-se pensar numa pedra que rola a montanha. A causa material é o minério da pedra, a causa formal é a inclinação da montanha, a causa eficiente é o empurrão feito na pedra e a causa final é a vontade da pedra de atingir o nível mais baixo. Assim, os primeiros princípios e as quatro causas são as condições básicas para que as coisas existam e possam

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