A PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR
Por: Nilvania Pires • 28/6/2022 • Projeto de pesquisa • 2.083 Palavras (9 Páginas) • 90 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
UNIP EAD - LICENCIATURA EM FILOSOFIA
2021- 3º SEMESTRE
PCC- PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR
NILVANIA PIRES DOMINGUES PEREIRA
RA 1428732
FILOSOFIA ANTIGA
São Paulo/SP
2022
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como propósito apresentar os principais aspectos históricos e conceituais que envolvem o surgimento e o desenvolvimento da filosofia, bem como evidenciar a Filosofia Antiga.
Do século VI a.c até o declínio do Império Romano, compreende-se o tempo em que ocorreu a Filosofia Antiga, são mais de mil anos de história da filosofia greco-romana, onde, pela primeira vez, evidencia-se a procura através da razão, de um modo para identificar e conhecer o mundo real e como é o verdadeiro sentido de existir.
A FILOSOFIA
Conforme mostram Aranha e Martins (2003), Chauí (2003) e Abrão (2004), já na Grécia antiga havia uma preocupação em desvendar o que a natureza e, com ela, a existência humana no mundo. De princípio, assim como entre outros povos, essa preocupação estava ligada ou era suportada por um tipo de conhecimento fundamentado muito mais nos mitos, nas lendas, nas crenças religiosas, e também nas observações empíricas dos acontecimentos, isto á, no senso comum. Coube aos gregos, por meio dos seus primeiros pensadores ou filósofos, a busca por explicações mais racionais, isto é, a formas de reflexões com questões objetivas, que levem de fato a conclusões desvinculadas das crendices ou, como se diz modernamente, do “achismo”.
Assim, conforme mostra de forma mais clara Chauí (2003), a filosofia, tal como vista e praticada no Ocidente, tem suas raízes em alguns gregos se mostrarem insatisfeitos com as verdades encontradas na tradição que, se de um lado explicavam todo o funcionamento do universo, como a criação do mundo, a existência da chuva, dos raios e dos trovões, etc., atribuindo tais feitos a seres divinos, deus e semideuses, por outro lado provocavam dúvidas ainda maiores sobre a veracidade de toda a mitologia envolvida. Esse alguns gregos, segundo a autora, começaram a perceber que o uso da razão humana podia levar a um conhecimento muito mais profundo e verdadeiro não apenas sobre todo o universo, como também sobre o próprio ser humana, levando o indivíduo a um melhor conhecimento de si mesmo.
Cabe lembrar, conforme mostra Abrão (2004), que a filosofia então praticada na Antiguidade grega era bastante incipiente em relação à filosofia praticada na modernidade, o que se explica facilmente considerando as diferenças dos recursos existentes, sobretudo os científicos, além do próprio conhecimento acumulado, entre as épocas em comparação. Nesse sentido, tem-se que nos seus primórdios a filosofia era marcada, sobretudo, por um caráter contemplativo da realidade, isto é, dos fenômenos e acontecimentos diversos da natureza, isto porque não havia instrumentação técnica que possibilitasse a realização de experimentos e ou que pudessem permitir observações mais diretas ou mais próximas do fenômeno observado. O estudo dos fenômenos atmosféricos, por exemplo, ficavam limitados às observações sensoriais sobre a movimentação das nuvens, sua mudança de tonalidade, os trovões e os relâmpago, e assim por diante.
Aranha e Martins (2003), Chauí (2003) e Abrão (2004) falam, então, desse momento da filosofia e a sua denominação como pré-socrático, isto é anterior a Sócrates, dado que este costuma ser reconhecido como o “pai da filosofia”, sendo logo seguido por nomes como Platão e Aristóteles, entre outros gregos que, de alguma forma, começaram a moldar as bases da filosofia. A Sócrates é atribuída a famosa frase “o que sei é que nada sei”, ficando evidente aí o fundamento do pensamento filosófico, qual seja, que toda busca do conhecimento deve partir da suposição de que nada sabemos ou, em termos mais atuais, do abandono de ideias e crenças quase sempre construídas de forma subjetiva.
Subjetividade e objetividade, mais que dois termos contrapostos, são dois conceitos ou, na verdade, duas formas possíveis a construção do conhecimento, sendo que a primeira deve ser evitada quando se pratica o verdadeiro pensamento filosófico, conforme mostra Chauí (2003). A busca pela negação da subjetividade será mais amplamente debatida com a filosofia moderna, como será visto mais adiante, quando da Abordagem sobre Descartes, objeto deste trabalho.
A subjetividade está diretamente ligada aos nossos sentidos e ao modo como interpretamos aquilo que sentimos, o que significa dizer que cada indivíduo pode ter uma interpretação bastante singular em relação a um mesmo fenômeno, fato ou acontecimento. E como existe uma série de fatores que, de alguma forma, conduz ou mesmo determina o modo de cada um ver as coisas, haverá também diferentes interpretações.
A objetividade, como contrário da subjetividade, busca expor os fenômenos à luz da razão, isto é, tal como os mesmos se apresentam, independentes das nossas interpretações subjetivas. Assim, quanto mais determinado fenômeno puder ser medido, comparado, testado, entra outras possibilidades, maiores serão as possibilidades de se chegar à raiz do mesmo, às suas verdadeiras causas, e assim por diante.
A questão da subjetividade versus a objetividade ganha importância muito grande nos estudos filosóficos, mas, ainda assim, vai permanecer por um bom tempo ainda como um objetivo desejado mas longe de ser alcançado, tendo em conta a falta de maiores conhecimentos e também de instrumentos e meios para análises mais aprofundadas.
Conforme Aranha e Martins (2003) e também Chauí (2003), o propósito de se excluir a subjetividade na interpretação dos fenômenos da natureza se torna mais próximo de ser alcançado, mesmo que não totalmente, com o advento da Modernidade e o grande avanço da ciência, conforme será visto, inclusive, no decorrer deste trabalho.
Conforme ainda as mesmas autoras acima, até poder contar com os recursos da ciência e mesmo de se associar a ela, a filosofia teve de percorrer um longo caminho, começando, como já mostrado, pelos grandes pensadores gregos, passando pelo pensamento latino-cristão da Idade Média e suas ideias religiosas de Deus como centro de todas as coisas, e depois pelos primórdios do Humanismo e da Renascença, com o homem como dono do seu destino, até assistir ao desenvolvimento da ciência e associar-se a ela nas suas buscas, agora já não mais de caráter puramente contemplativo como antes.
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