A Prática De Ensino De Filosofia
Por: Jean Piter • 4/6/2023 • Artigo • 1.327 Palavras (6 Páginas) • 83 Visualizações
PRÁTICA DE ENSINO DE FILOSOFIA I
Piter Miranda dos Santos - RGM: 23317639 - POLO BELO HORIZONTE_ARAGUAIA
Atividade Reflexiva I:
Quais os desafios do ensino de Filosofia no Ensino Médio? Quais estratégias podem ser abordadas para o ensino da disciplina?
Nessa unidade, o questionamento apresentado pelo professor Américo Soares nos leva a reflexão se é possível ensinar a filosofia. Ele explica que ensinar filosofia é diferente de ensinar a filosofar, de ensinar a ter posicionamento crítico, de ensinar a questionar. O docente destaque é preciso ensinar os conteúdos propostos no programa de ensino e ao mesmo tempo despertar no estudante a postura filosófica.
Segundo o professor Américo Soares, mais que pensar nos conteúdos, é preciso também incentivar a reflexão dos estudantes sobre os temas ministrados. Sendo assim, a postura do professor tem um papel fundamental. É preciso um comportamento ético e transparente e abordar os conteúdos propostos de forma diversificada e abrangente. As aulas não podem ser baseadas nos gostos e preferências do docente. Ele não pode deixar de apresentar um determinado tema ou autor por descordar do conteúdo. É preciso apresentar todas as ideias relativas ao tema, para que o aluno tenha acesso ao contraditório.
Américo Soares fala sobre um dos principais problemas enfrentados para o ensino da filosofia no ensino médio. Segundo ele, a ausência da filosofia no ensino fundamental impõe ao professor o desafio de ensinar os fundamentos da filosofia em um curto espaço de tempo. Isso para alunos que nunca tiveram contato com o ensino da filosofia nos anos anteriores.
Santos (2019) chama a atenção para o momento vivido nas escolas de ensino médio no Brasil atualmente. Para ela, o país passa por um momento em que o desinteresse dos estudantes pela filosofia é evidente. Principalmente quando se trata do quesito produção de pensamento reflexivo e crítico. Esse cenário, segundo o autor, dificulta a formação de cidadãos capazes de refletir, analisar e avaliar. Ou seja, a formação de sujeitos autônomos como prevê os planos de ensino.
Santos (2019) vê como um grande problema para os dias atuais a formação dos alunos voltada exclusivamente para o mercado de trabalho. Nesse sentido, o ensino e o aprendizado da filosofia ficam prejudicados, uma vez que são colocados em segundo plano pelos estudantes:
A preocupação dos estudantes consiste exclusivamente em respostas rápidas que na maioria das vezes são apresentadas como questões objetivas, de escolha entre certo número de respostas, quando estas na verdade deveriam ser questões descritivas e de desenvolvimento argumentativo. Os estudantes do Ensino Médio querem aprovação, se preparar para o vestibular, fazer um curso técnico profissionalizante, prestar concursos públicos, prepararem-se para o mercado de trabalho. (SANTOS, 2019, p. 114)
Vizzotto (2019) destaca que um dos desafios dos docentes de filosofia no mundo contemporâneo é conhecer os anseios dos jovens, dos estudantes do ensino médio. Com base nesse conhecimento é que deveria ser feita a construção de um programa de ensino de filosofia para esse público específico. De forma que o aluno compreenda a necessidade do exercício da reflexão filosófica para sua vida prática, para o seu dia a dia. É preciso que o estudante veja esse conhecimento com algo útil e muito necessário para o seu cotidiano. Dessa forma, o envolvimento e a dedicação do aluno serão bem maiores no decorrer das atividades propostas.
Talvez, ao pensar como concebemos a Filosofia e seu ensino tenhamos como articular a cultura contemporânea enquanto um potente indicador para o trabalho filosófico. Ou seja, a Filosofia e seu ensino exigem a articulação de aspectos que podem definir o sentido do que pode ser a Filosofia, e qual sua relação com o filosofar entre os jovens. (VIZZOTO, 2019, p. 103)
Dutra (2015) defende o ensino interdisciplinar como forma de contextualizar o aprendizado da filosofia. Para ele, esse modelo tem mais possibilidades de despertar o interesse e o envolvimento dos alunos, uma vez que há a aplicação de conceitos e conhecimentos vindos da filosofia na resolução de problemas do cotidiano. Atividades essas que poderiam inclusive ser sugeridas pelos próprios estudantes. Da mesma forma, esse exercício pode despertar a criatividade dos alunos, resultando em um maior envolvimento e engajamento. Para isso, é preciso também novas forma de avaliação, por partes das escolas, sobre o envolvimento dos estudantes e o processo de aprendizado, fugindo dos métodos tradicionais.
Por meio da interdisciplinaridade será possível estudar alguma temática de interesse dos alunos e trabalhar em conjunto com as demais disciplinas, organizando a abordagem específica de cada uma, bem como a abordagem comum entre elas. Para a realização desta proposta, é preciso que os docentes se reúnam, se possível, semanalmente, a fim de que o trabalho de todos os envolvidos possa estar em consonância, evitando que cada um aborde a temática a partir, apenas, de sua ótica disciplinar. Esse trabalho em conjunto possibilitará o desenvolvimento de projetos coletivos e avaliações coletivas, trazendo um novo sentido para os conteúdos que serão estudados, pois não se olhará para o novo conhecimento de modo fragmentário, mas com uma abordagem mais ampla e mais próxima daquilo que realmente acontece na vida dos estudantes. (Dutra, 2015, p. 28)
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