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A VIDA, PENSAMENTO E OBRA DE JEAN-PAUL SARTRE

Por:   •  27/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.863 Palavras (16 Páginas)  •  654 Visualizações

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   UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

                  BACHARELADO EM DIREITO – NOTURNO

                               INTRODUÇÃO A FILOSOFIA

 Victória Cavalcante Melo Silva

VIDA, PENSAMENTO E OBRA DE JEAN-PAUL SARTRE

Teresina

2017


Nosso grupo irá relatar sobre a vida, pensamentos e destacar uma obra de Jean-Paul Sartre, no qual, iremos dividir em três pontos, que são: biografia, o existencialismo e a obra “ A náusea”.

BIOGRAFIA

Jean-Paul Sartre foi um filósofo e crítico francês, considerado um dos maiores pensadores do século XX e representantes da filosofia existencialista, ao lado dos filósofos Albert Camus e Simone de Beauvoir. Jean-Paul Charles Aymard Sartre nasceu em Paris, dia 21 de junho de 1905, era filho de Jean-Baptiste Marie Eymard Sartre e de Anne-Marie Schweitzer.

Ficou órfão de pai muito cedo, quando tinha apenas um ano de vida, diante disso, mudou-se com sua mãe para a cidade de Meudon, próximo à capital, onde passaram a viver na casa de seus avós maternos. Desde cedo, Sartre lia muitos clássicos e se interessava pelas artes, especialmente o cinema, o que mais tarde, o levaria a escrever peças de teatro e novelas. Com apenas 10 anos, ganhou sua primeira máquina de escrever e ingressou no Liceu Henri VI de Paris.

Com 19 anos, ingressa no curso de Filosofia da “Escola Normal Superior”, onde conheceu Simone de Beauvoir, sua parceira intelectual e amante por toda a vida. Graduou-se em 1928, trabalhou como professor e, com isso, decidiu aprofundar seus conhecimentos na filosofia existencialista para assim, criar sua própria teoria. Logo, ganhou uma bolsa de estudos e foi estudar no Instituto Francês em Berlim. Nesse momento, dedica-se aos estudos da fenomenologia e existencialismo dos filósofos: Edmund Husserl, Martin Heidegger, Karl Jaspers, Max Scheller e Soren Kierkegaard.

Participou da segunda guerra mundial, como meteorologista. Ficou preso nos campos de concentração de Trier e, por motivo de doença foi liberado. Por conseguinte, fundou o grupo “Socialismo e Liberdade”. Sartre foi um intelectual engajado, filiou-se ao partido comunista Francês, no qual, participou de muito movimentos sociais, tal qual o movimento estudantil de 1968.

Em 1945, junto aos intelectuais, Simone de Beauvoir, Merleau-Ponty e Raymnond Aron, fundou a revista de filosofia “Os Tempos Modernos”. Nesta época, Sartre iniciou uma flutuante relação com o comunismo, feita de aproximações (uma delas provocou uma ruptura com Camus em 1956) e distanciamentos motivados por sua denúncia do stalinismo ou pelo seu protesto referente à invasão da Hungria pela União Soviética.

 Em sua última obra filosófica (Crítica da Razão Dialética), escrita em 1960, Sartre propôs uma reconciliação entre o materialismo dialético e o existencialismo, ao qual começou a considerar como uma ideia parasita do marxismo, e tratou de estabelecer um fundamento da dialética marxista demonstrando que a atividade racional humana, a práxis, é necessariamente dialética.

Em 1964, rejeitou o Prêmio Nobel de literatura para não “deixar-se recuperar pelo sistema.”. Decididamente contrário à política estadunidense no Vietnam, colaborou com Bertrand Russell no estabelecimento do Tribunal Internacional de Estocolmo para a perseguição dos crimes de guerra.

Depois de participar diretamente da revolta estudantil de maio de 1968, multiplicou seus gestos públicos de esquerda, assumiu a direção do periódico La Cause du People e fundou Tout! de orientação maoísta e libertária. Em 1975, sua saúde começou a ficar debilitada, ficou cego, depois de ter completado sua última grande obra: O Idiota da Família (1971-1972), dedicada ao tema da criação literária, fruto de 10 anos que dedicou à investigação da personalidade de Gustave Flaubert. Faleceu em sua cidade natal, dia 15 de abril de 1980, com 75 anos.

O EXISTENCIALISMO

O existencialismo sartreano é proveniente de três formas de pensamento: o materialismo dialético de Marx, a fenomenologia de Husserl e o existencialismo de Heidegger. A influência de Marx está na relação com a ação, ou seja, ao invés de se pensar sobre o mundo, tem-se a ideia de alterá-lo, transformá-lo. De Husserl extraiu o método fenomenológico. E Heidegger, com o seu questionamento sobre o ser, o influenciou quando afirmou que, para alcançarmos compreensivamente o ser, precisamos analisar existencialmente a pessoa (ente).

A diferença maior entre seu pensamento e o de Heidegger reside no fato de que, para este último, o interesse era com o ser, ainda que a pessoa concreta fosse um meio de se chegar a ele na sua completa compreensão. Para Sartre, ao contrário, a preocupação era quase que exclusiva com a existência do indivíduo em si, daí sua famosa sistematização do princípio básico do existencialismo “a existência precede à essência”.

Sartre acreditava que o ponto pelo qual o pensamento filosófico deveria partir é a intencionalidade e não a realidade humana. Fiel que era ao pensamento de Husserl, utilizou a fenomenologia para atingir a sua meta. Sartre, no entanto, tinha como meta examinar a consciência no mundo. A consciência é engajada no mundo de tal forma que o para si não existe sem mundo, mas apenas, como o diz Sartre, “uma plenitude diferenciada do ser”.

Para a consciência atingir as coisas, precisa conter o nada, o não-ser. Nós só podemos negar as coisas, porque carregamos conosco uma espécie de nada. Para Sartre o nada tem como fundo o próprio ser. É o ser que faz surgir o nada pela imaginação. Esta forma de ser da consciência cria uma totalidade que não existe.

A análise da consciência é fundamental na sua filosofia. Divide0se em dois níveis: consciência de primeiro grau e consciência de segundo grau. A primeira consciência que ultrapassa a si mesmo para atingir o objeto e se esgota nessa mesma posição. É uma consciência perceptiva, pois se ignora para ter consciência de um objeto ou de um ato. Ela e o objeto de que a consciência são, na verdade, nesse nível, uma só coisa, isto é, há identificação com o objeto sem que ela se tome como objeto. Sartre a chamou de cogito pré-reflexivo ou consciência irreflexiva. É irreflexiva, pois não depende do conteúdo psíquico do eu. O que é psíquico só pode ser apreendido pela reflexão.

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