A obra Prometeu Acorrentado de Ésquilo
Por: Georgia Barbosa • 23/10/2016 • Seminário • 3.983 Palavras (16 Páginas) • 413 Visualizações
A obra “Prometeu acorrentado” de Ésquilo
A obra “Prometeu Acorrentado” inicia uma trilogia, que narra a provação de Prometeu e seus segredos, nos títulos: Prometeu Acorrentado, Prometeu Libertado e Prometeu Portador do Fogo, respectivamente.
Não se tem certeza de que o autor dessa tragédia seja Ésquilo, mas criou-se um consenso de que ela está incorporada ao conjunto de sua obra e à ele está associada.
Na região desértica e desolada da Cítia, Prometeu é escoltado pelas divindades Poder e Força e por Hefesto que, por ordem de Zeus, o acorrenta como forma de punição por um de seus muitos "crimes" em favor dos mortais: roubar o fogo dos deuses para dá-lo aos homens.
Condenado a passar a eternidade preso às rochas por correntes que lhe penetram a carne, isolado, o deus exibe seu sofrimento como forma de denúncia a tirania de Zeus, de quem fora aliado na batalha contra os Titãs.
Apesar de exilado, Prometeu é visitado por Oceanides, ninfas da água, filhas de Poseidon, e pelo próprio deus dos mares, que condoídos de sua sorte se dispõem a interceder junto a Zeus pelo fim de sua pena, condicionando sua intervenção à demonstração do arrependimento de Prometeu e sua submissão à Zeus.
Permanecendo em sua recusa, Prometeu recebe então a visita de Hermes, o deus mensageiro de Zeus. Ele vem ao encontro do Titã, pedindo-o para que revelasse o segredo fatídico da queda de Zeus. Prometeu o trata desdenhosamente e Hermes o previne sobre a chegada de torturas ainda mais cruéis. Contrapondo à severidade de sua punição e em oposição ao despotismo de Zeus, Prometeu é inflexível em sua postura de insubmissão.
Essa postura é vista pelos demais deuses como sinal de loucura, ninguém se atreve a confrontar o deus dos deuses. O orgulho de Prometeu duela com a crueldade de Zeus. E, ignorando todos os apelos dos deuses, não suplica por perdão e vê sua pena agravada por Zeus que, com um raio, soterra Prometeu sob os escombros de uma montanha. Em seguida, determina que uma terrível ave irá devorar-lhe o fígado todos os dias, fazendo o órgão regenerar-se durante a noite.
Enquanto cumpre sua sina, Prometeu é visitado por uma mortal, Io. Contrastando com a imobilidade imposta por sua condenação, visto que estava acorrentado à rocha de tal maneira que mal conseguia mexer a cabeça, Io também revela-se vítima de Zeus, mas ao invés de estar paralisada por correntes, ela foi sentenciada a correr pelo mundo sem descanso.
Io, filha de um rei, é alvo da paixão de Zeus. Tentando encontrar uma solução para o assédio de Zeus a sua filha, o rei consulta o Oráculo. Através do Oráculo, Hera, esposa de Zeus, aconselha a fuga. Na verdade, a ardilosa Hera pretende punir a linda Io. Io deve andar sem cessar, perseguida por um monstro de cem olhos que não a deixa descansar.
A sentença de Io terminará por capricho de Zeus, que com ela se reconcilia. Prometeu ao contrário, não espera a clemência de Zeus pois sabe que está destinado a ser libertado por um homem descendente de Io.
Zeus pretendia reinar absoluto sobre deuses e homens, submetidos a suas vontades e desejos pessoais. Porém, Prometeu vê nos homens o futuro da Terra e prefere difundir seus conhecimentos para o progresso da humanidade, preferindo servir a dominar.
Prometeu ensinou aos homens artes e ciência. Ensinou-os a dominar os animais. Desvendou-lhes as letras, os números e o raciocínio. Adestrou-os na medicina. A eles concedeu o fogo, o elemento que os protege do frio e no qual forjam armas e arados, responsável pela reunião humana em sociedade.
O fogo tira o homem da escuridão e o ergue da condição animal para desafiar os deuses e as suas manifestações caóticas. Passando a questionar a tirania dos deuses e a atuar para modificar o ambiente hostil. Não mais se submete às doenças, mas as combate com porções. Não se submete às intempéries e constrói com tijolos seu abrigo, aquecido com o fogo, acompanhado de sua família e da comunidade.
Prometeu se gaba de ter permitido aos homens tal condição, proporcionando os meios para que eles, enfim, destituam o deus dos deuses de seu poder. Que encerrem a era dos deuses, assim como Zeus encerrou a era dos Titãs. E esta é a verdadeira razão da terrível sentença a ele imposta por Zeus, pois pela ação de Prometeu foi possível aos mortais cumprir a profecia de Saturno, de que o reino de Zeus um dia teria fim.
A obra “Electra” de Eurípedes
Eurípedes foi um importante poeta da Grécia Antiga que nasceu em 485 a.C. na ilha grega de Salamina e morreu em 406 a.C. na cidade de Pela (Macedônia).
Ao lado de Sófocles e Ésquilo, Eurípedes é considerado um dos grandes poetas trágicos gregos, sendo o mais jovem dos três grandes representantes, e cujas obras são as que mais se aproximam do gosto moderno. Em suas peças, Eurípedes abordou questões psicológicas, mitos e a tragédia dos vencidos.
Embora seja o poeta dramático grego que mais influencia o teatro moderno, Eurípedes despertou polêmicas em sua época, sendo declarado blasfemo e sofista.
Foi um homem que estava fora de sintonia com a maioria das pessoas, pelo fato de ser um livre-pensador, humanitário e pacifista num período que se tornou cada vez mais intolerante e enlouquecida pela guerra. Eurípedes chegou à conclusão de que a Atenas havia mudado com o tempo, tornando-se rica, poderosa e cosmopolita em virtude de seu comércio e imperialismo, e, portanto, mais hipócrita e sensível a críticas.
Por isso, no final de sua vida decidiu abandonar Atenas e ir para Macedônia. Onde foi recebido com honrarias na corte do rei Arquelau, tendo uma morte trágica, já que, pela tradição, teria sido despedaçado, acidentalmente, pelos cães de caça do rei.
Durante o século IV a.C as suas obras foram muito reconhecidas por todas as partes do mundo. As características marcantes de suas obras são: os diálogos vívidos, a linguagem coloquial, as discussões que frequentemente envolviam técnicas sofísticas, os cantos corais curtos e de grande beleza lírica, o prólogo explicativo e a divisão das peças em cenas e episódios.
De acordo com estudiosos, estima-se que escreveu 95 peças trágicas. Porém, apenas 18 chegaram até nossa época. Dentre elas, temos “Electra”.
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