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AS REFLEXÕES SOBRE ÉTICA

Por:   •  26/8/2020  •  Ensaio  •  1.397 Palavras (6 Páginas)  •  250 Visualizações

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REFLEXÕES SOBRE ÉTICA

Dayane Dornelles

Desde a antiguidade a humanidades discute sobre a ética e os valores e preceitos morais. Sócrates, pai da Ética, o fundador da reflexão crítica sobre a ação humana com a visão da constituição de virtudes fundamentais para o alcance da felicidade. Nas obras de Platão, Sócrates discursa sobre alguns conceitos éticos como coragem, justiça, amizade, virtudes e sentimentos religiosos, valores de ordem moral. Trazendo reflexões de uma consciência moral, atitudes e adoção de um comportamento ético. O filósofo ressalta que a virtude não pode ser ensinada, ela é inata, ela está em cada um de nós, o que podemos fazer é despertá-la (MARCONDES, 2007).

Uma das principais virtudes fundamentais é a justiça. Mas o que é a justiça? Seria ela a conduta correta? A tese apresentada é “que os homens só serão justos por que teme o castigo” (MARCONDES, 2007, p. 22), sem punição agiriam de forma injusta sem hesitar. Como coloca Marcondes (2007, p. 22) “a conduta ética depende apenas do medo da punição?”

Para o homem se tornar justo e de virtudes, ele precisa passar por um processo de transformação, conhecer o Bem, e não deixar de agir de modo justo. Deste modo a conduta ética está diretamente relacionada ao autocontrole, onde a razão predomina, onde as decisões são tomadas com maior seriedade e principalmente onde “os princípios éticos devem prevalecer sobre a força.” (MARCONDES, 2007, p. 13)

E aquele que comente injustiças? causa dados a outros? Este será visto como injusto e cruel, sua reputação na sociedade será negativa, sofrerá dano por parte da sociedade, será infeliz. Deste modo, Sócrates afirma ser melhor sofrer uma injustiça do que cometê-la, que devemos pensar e analisar nossos comportamentos e condutas de forma racional.

A filosofia de Aristóteles divide a experiência humana em três áreas: o saber teórico; o saber prático; e o saber criativo. A ética está no domínio do saber prático que “o intuito é estabelecer sob que condições podemos agir da melhor forma possível tendo em vista o nosso objetivo primordial que é a felicidade (eudaimonia ou bem-estar), ou a realização pessoal.” (MARCONDES, 2007, p. 28). De acordo com Marcondes (2007, p. 29), “na concepção aristotélica a felicidade está relacionada à realização humana e ao sucesso naquilo que se pretende obter”. Desta maneira, o uso do termo ética é utilizado “[...] como um estudo sistemático sobre as normas e os princípios que regem a ação humana e com base nos quais essa ação é avaliada em relação a seus fins.” (MARCONDES, 2007, p. 28).

Na ética Aristotélica um dos princípios fundamentais é a justa medida, a ação correta que deve evitar extremos, ser equilibrada. O saber prático está na capacidade de distinguir essa medida, que varia de acordo com a situação e suas variáveis. Essa moderação á a característica do ser equilibrado do ponto de vista ético.

Para Aristóteles (MARCONDESC, 2007) a virtude não é inata, mas pode ser ensina, sendo resultado do hábito e da prática. As virtudes intelectuais de Aristóteles são dívidas em: a técnica, o conhecimento científico, o saber prático, a intuição e a sabedoria.

A ética não se trata de um conjunto de normas proibitivas, a ética visa orientar o convívio social através de boas práticas, um estudo dos costumes e ações humanas, e podendo ser separado com dois campos: dos problemas gerais como a liberdades, bem as leis; e problemas específicos de aplicação concreta como a ética profissional (VALLS, 1994). As questões de ética aparecem em nosso cotidiano, logo essa distinção é apenas teórica e na vida real não há como realizar essa distinção em nossas ações.

As consequências de nossas ações variam de acordo com a circunstância, contexto e período em que são práticas, os costumes, os valores, as normas, os ideais mudam, o que pode ser aceito por um grupo, pode não ser aceito por outro. Desta maneira a ética é relativa à sociedade na qual o indivíduo está inserido. Nossas ações estão ligadas aos padrões éticos, onde nossas escolhas são baseadas nas consequências dessas ações.

O ideal de vida ética para os gregos estava na ideia da prática do Bem, na felicidade, na vida virtuosa, por exemplo. No cristianismo os ideais religiosos influenciam os ideais éticos com a premissa de que o homem vive para amar e servir a Deus. Ainda há os que confundem ética com comportamento de acordo com as convenções sociais, crenças religiosas, a lei, e não trata a ética como um conceito.

A ética é essencial para a vida em sociedade, pois estabelece um conjunto normas, valores e princípios que nos guiam na determinação de quais comportamentos ajudam ou prejudicam os indivíduos na sociedade em busca da harmonia entre os mesmos.

O estudo da ética se divide em cognitivismo e não cognitivismos, o primeiro pode ser visto como a afirmação do que falamos do certo e o errado, e o segundo é sobre o que julgamos moralmente certo ou errado. As premissas cognitivistas ou não cognitivistas são incorporadas com maior ou menor intensidade por cada linha de pensamento ético. (FERREIRA NETO, 2013)

A ética normativa estuda a ação ética, examina padrões de acertos e erros das ações, como se deve agir de forma moral. A ética da virtude dos primeiros filósofos gregos, descreve o caráter moral, o comportamento ético.

As consequências de uma ação são base para qualquer julgamento moral válido sobre aquela ação, sendo assim, uma ação moralmente correta é aquela que produz um bom resultado ou consequência.

Mas desta maneira se questiona:

Os fins justificam os meios?

Quais consequências são as boas consequências?

Quem se beneficia da ação moral?

Quem e como julgam as consequências?

Levando em consideração o que foi dito anteriormente, que as consequências de nossas ações variam de acordo com as circunstâncias.

O utilitarismo diz que uma boa ação é aquela que resulta em um aumento e efeito positivo, e a melhor ação é aquela que resulta nesse efeito para o maior número, com máximo efeito positivo. O utilitarismo se utiliza do princípio da utilidade no qual toda ação deve ser aprovada em função de aumentar o bem-estar dos indivíduos. (CORREA, 2012)

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