Análise de um Dilema Moral
Por: moshdrop • 12/9/2018 • Trabalho acadêmico • 945 Palavras (4 Páginas) • 296 Visualizações
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Trabalho sobre análise de um Dilema Moral (A ação afirmativa em questão)
a. Colocação do problema: dilema moral sob investigação ética.” Michel Sendel apresentou em um trecho de seu livro “Justiça: o que é fazer a coisa certa”, um dilema, um problema ligado a uma moça americana, de origem humilde que conseguiu completar o ensino médio e que, apesar de muito esforço, obteve notas medianas e teve seu lugar na faculdade ocupado por outros jovens que, apesar de notas mais baixas, foram beneficiados por programas sociais, uma vez que eles eram descendentes de mexicanos ou de negros. Hopwood, procurou a justiça, sentindo que havia sido vítima de discriminação e obteve como resposta, que a entidade de ensino havia adotado uma política de ação afirmativa com a intenção de aumentar a diversidade racial em todas as esferas públicas, por isso baixou as médias para os candidatos que se encaixavam nos requisitos. A questão que fica dos casos como o de Hopwood é se as políticas de ação afirmativa, como esta descrita anteriormente, de certa forma viola o direito constitucional da igualdade entre as pessoas ou se se faz injusta a distinção da raça e da etnia na hora da escolha de candidatos a empregos ou vagas de estudos, por exemplo. É correto distinguir pessoas pela sua etnia ou por sua cor de pele em detrimento de suas capacidades ou para beneficiar alguma minoria? |
b. Primeira etapa de investigação: apresentação da teoria e dos argumentos da sua posição assumida. Em casos como o anterior, põe-se em pauta a ética utilitarista, esta que tem como diretriz e condicionante a felicidade maior. Para os filósofos Bentham e Mill, a resposta ética para um dilema consistia na quantidade de felicidade que a decisão a ser tomada geraria na sociedade, para eles quanto mais útil era uma ação, maior era a felicidade gerada e assim justificaria alguma possível infelicidade que por ventura fosse gerada nesse meio tempo. Deste mesmo modo, podemos analisar o caso das ações afirmativas. Se olharmos a situação a partir do ponto de vista de alguém que deixou de entrar na faculdade, mesmo com notas melhores a situação pode parecer injusta, mas, observando a partir da perspectiva de alguém que tem dificuldade de ser inserida em um emprego ou em uma instituição de ensino por conta de sua cor de pele ou etnia, a percepção de caso pode mudar. A ética utilitarista convém ao fato à medida que visa a maior felicidade. Àqueles que forem abrangidos pelas políticas sociais poderão escrever um futuro diferente para suas famílias e para as que não teriam oportunidade de dar um ensino de qualidade ou de colocar seus membros em empregos de qualidade. Para o indivíduo que fica fora da vaga em um ano, no seguinte pode tentar novamente, mas talvez para o negro ou para o descendente de mexicanos, como no caso Hopwood, a chance não surgiria novamente sem as ações afirmativas. A tristeza de alguns é diminuta se analisarmos o tamanho do bem ou da felicidade que poderia para a sociedade, esta, que por sua vez se torna mais igualitária e justa com estas ações. |
c. Segunda etapa de investigação: apresentação da teoria e dos argumentos contrários à sua posição defendida. A ética kantiana é a ética do dever. Dever é o imperativo categórico. Esta teoria defendia que as coisas deveriam ser feitas pelo simples motivo de estarem corretas, sem espaço para emoções ou sentimentos e tinha como fundamento a teoria da universalidade, esta deveria ser pensada antes do agir, se a ação que o indivíduo pensou em fazer pudesse ser universalizada, ou seja, se todos a fizessem e não houvesse dano à sociedade ela estaria correta. Já o utilitarismo, julga as ações como boas ou ruins, de acordo com a quantidade de felicidade que ela gera. Se sua ação faz as pessoas felizes então ela é boa do contrário ela é ruim. Segundo essa linha de pensamento, o utilitarismo teria seu problema, justamente, em buscar somente as consequências. Por exemplo, se um milionário doa uma parte dos seus faturamentos para a caridade para gerar uma imagem boa impressão de si mesmo, por gerar maior felicidade, a sua ação vale mais do que a do trabalhador, que doa um dia de seu trabalho suado por acreditar que deve ajudar os mais necessitados. A doação do milionário, mesmo sendo feita em benefício próprio, por ser maior e gerar mais felicidade, seria superior a do trabalhador mesmo esta sendo feita pela pura boa intenção. |
d. Conclusão: refutar os argumentos contrários e confirmar a posição teórica assumida. No início da análise da situação problema, observando-se os prós e contras, a posição assumida foi ao lado da ética do utilitarismo. A ética de Kant aponta como problema do utilitarismo a preocupação somente com as consequências, se elas fazem várias pessoas felizes ou não, não se importando tanto com a motivação do agente que projeta a ação. Em relação ao caso das ações afirmativas, o utilitarismo não necessita se importar com a intenção, esta mesmo gerando a infelicidade de alguém, gera em número muito maior a felicidade, pois a longo prazo pode mudar a vida de milhares de pessoas e de toda uma sociedade. Mesmo deixando alguém triste, a intenção, a motivação por trás de deixar o lugar de alguém para outro com menos chances de alcançar é pura, almeja o bem para a sociedade além dos indivíduos pelas ações afirmativas .Levando em consideração tanto os argumentos favoráveis, quanto os argumentos contrários apontados pela ótica kantista, a teoria do utilitarismo abrange melhor o assunto e daria um melhor resultado se fosse colocada a frente da situação problema. |
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