Anotações da aula Ética, do prof. Clóvis de Barros Filho
Por: Hist141 • 5/7/2018 • Resenha • 5.879 Palavras (24 Páginas) • 613 Visualizações
Introdução à Ética
→ Objetivo de apresentar as diferentes formas de pensar a melhor forma de viver e a melhor forma de conviver.
→ Advertências:
└ Ética não é uma tabela, esta não existe.
… └ Código de conduta corporativo, livros de autoajuda e religião tabelam a vida.
… … └ Inscritos num programa de pensamento (sistema filosófico/ético)
… └ O curso apresentará alguns sistemas éticos. Descobrir-se-á a divergência destes e seus conflitos, como a dos gregos x cristãos dentro da história do pensamento ocidental.
… └ Depois de 1600 outras formas além destes dois citados povoarão o pensamento ocidental.
… └ Em Maquiavel o pensamento pragmático; em Jeremy Bentham e Stuart Mill o pensamento utilitarista; em Kant o pensamento intencionalista; em Nietzsche o vitalista. “N” sistemas de pensamento por discutir o valor moral das ações humanas.
… … └ Não há a “verdadeira”, porque ainda não chegamos a uma conclusão e é possível que não cheguemos.
→ O curso dará instrumentos para problematizar qualquer tentativa de atribuição de valor à vida humana.
→ A imersão em um único sistema de pensamento, sem sequer ter ciência dos demais, faz com que seja fácil julgar e decidir suas ações.
└ Todas têm o recurso da legitimidade tradicional.
… └ Problema: não ser quem ou o que foi citado.
→ Ética não é a resposta certa, porque ela assim não existiria devido ao fato de que portanto não haveria um pensar sobre.
… └ O que ela é, discussão em busca de uma melhor convivência possível.
→ Da tabela, assuntos onde nela não foram discutidos (por indisposição temporal, científico-tecnológico, cultural, etc) é o que a ética dispõe discutir.
→ Pensamento que estar por ser feito, mas nunca concluído.
→ Problema de saber a distinção do certo e do errado.
└ Maquiavel: É certo a ação quando que com ela conseguiu alcançar aquilo que queria. Atualização: foco no resultado. Furo: ignorar que toda ação possui uma cascata de efeitos sem fim.
└ Kant: Prende-se à intenção de quem age (intencionalismo moral). Argumento: um resultado nunca depende só de uma conduta, mas de um conjunto de variáveis das quais quem age não controla; não podendo ser julgado pelo resultado porque este em sua completitude não depende de “mim”, portanto ser julgado pela pretensão. Vide o código penal, o qual há o sistema de homicídio culposo e doloso, uma mistura da referência de Kant ao consequencialista – inconciliáveis, excludentes.
└ Logo, um indivíduo maquiaveliano não pode ser kantiano e vice-versa.
└ Aqui um exemplo da proposta de discutir e comparar correntes de pensamento, para que se possa situar em seu mosaico.
→ Diferença da forma de convivência humana da convivência animal: a primeira é contingente e a outra é naturalmente necessária.
→ “A ética não é o cerceamento da liberdade, mas pressupõe a liberdade para a escolha do melhor caminho coletivo”.
→ A problematização serve para se identificar meios mais pertinentes para alcançar os fins desejados por todos.
└ E se isso é o que deve ser feito.
└ Logo, não tem fim (término), porque não proporá nenhuma certeza no lugar da certeza anterior.
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→ Os pensadores de Mileto (pré-socráticos), aqui em exemplo Tales, entendiam que por detrás da complexidade aparente existe uma simplicidade e uma unidade fundamental – arché.
└ Preocupação teórica que não abandonará o homem.
└ Onde se espelham as correntes de pensamento. Percebe-se então, em Marx, Freud e etc, a explanação de uma suposta unidade constitutiva fundamental.
→ Em pauta: por que da necessidade de traçar regras de conduta?
Primeiros passos da Ética
→ Entende a ética como uma atividade coletiva do intelecto que busca a melhor forma de viver.
→ Observa desde os pré-socráticos o incômodo com o diverso, reduzindo a uma única verdade, uma unidade constitutiva.
└ Desprezo pela diversidade aparente.
└ A busca de uma identidade essencial.
→ A matemática não é o fim em si mesma, mas um exercício de aperfeiçoamento de si.
└ Daqui os pitagóricos são considerados os primeiros filósofos dualistas (o humano tem corpo e alma)
└ Corpo: material e finito. Alma: eterna; coabita com um determinado corpo; acidental.
└ É preciso garantir a purificação da alma. A matemática é uma forma particular deste exercício, porque, por conta da abstração numérica, faz atividade da alma que evita que o corpo a tiranize.
└ Matemática é uma atividade essencial da alma mais espiritual do que a própria filosofia.
└ Logo, para os pitagóricos, a ética é vista como uma sabedoria existencial com o fim de purificação da alma por parte de cada um. Enquanto nos tempos contemporâneos é vista como uma justiça de ação de um por base nos efeitos produzidos aos demais.
→ Parmênides.
└ Princípio da identidade
… └ “O que é, é, e o que não é, não é.”
… └ “Se A é, então só A pode ser, pois o que é, é, e o que não é, não pode ser.”
… └ “Se A é, então A não mudará, pois o que é não precisa de mudança.”
└ Aversão à diversidade aparente, em que há, portanto, uma essência do ser – que por si, não se desloca ao “não é”.
└ Platão extrai daqui que o real é esta essência sobre a diversidade aparente.
→ Platão se interessa pela filosofia a partir da morte de Sócrates.
…............................................................................................└ Inicia-se, no pensamento ocidental, a ideia de que há princípios que sobrepõem ao da própria sobrevivência. Aqui, bem como num Kamikaze, o de bem coletivo. Também, a não blasfemação das leis – o que indiretamente faria a Zeus.
→ Platão na herança pitagórica de dualidade de corpo e alma.
└ O corpo tem necessidades.
…└ Orientação dietética – contra o luxo – na República de Platão sob argumento de escala global – guerra por expansão territorial.
└ Autonomia da alma diante do corpo, que não fica à mercê das necessidades do corpo.
… └ “Quem vai para cadeia é a alma”. Presunção platônica por trás de todo o sistema judiciário na ideia de que o réu poderia não ter feito o que fez.
→ Debate diferente do dualismo de Platão: Demócrito (monista) – o mesmo corpo que deseja também delibera.
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