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As Fontes Do Conhecimento - Filosofia

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Por:   •  10/6/2014  •  2.083 Palavras (9 Páginas)  •  12.983 Visualizações

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A busca do conhecimento da natureza já era uma característica do homem pré-histórico. Os primeiros contatos do homem com a natureza geraram conhecimento muito sensível. Os recursos limitados permitiam o entendimento dos fenômenos apenas através dos sentidos e explicações superficiais. Buscando descobrir o universo, o homem adere ao culto das forças da natureza como forma de conhecimento. Na passagem da época primitiva para a antiguidade, o homem aumenta os limites de seu conhecimento, passando das explicações mitológicas do universo para explicações de natureza religiosa. A próxima etapa é a interpretação pelo caminho da razão. Com o surgimento da filosofia, a explicação da natureza passa a ser muito racional. A busca sem pausas da verdade conduz à passagem da filosofia para a ciência, ou seja, a interação do raciocínio com uma abordagem experiente para a explicação das relações causais entre fenômenos, através de procedimentos analíticos e racionais rigorosos.

Conhecimento pelo senso comum

A forma mais fácil do homem criar suas representações e interpretações da realidade é através da experiência do cotidiano e do senso comum. O conhecimento constituído por essas representações surge da necessidade de resolver problemas imediatos. Portanto, o conhecimento do senso comum é uma forma espontânea e não sistemática de representar a realidade, sem método apropriado para aprofundar seus fundamentos. Essa forma de geração de conhecimento é motivada pelo interesse prático e as vivências e crenças individuais e coletivas.

Esse é o conhecimento do homem comum, sem formação, gerado pela sua relação com o mundo material. Ele é gerado das experiências pessoais, vivenciadas ocasionalmente, do conhecimento que lhe é transmitido por outros indivíduos, das tradições da coletividade e, ainda, de crenças religiosas. Esse conhecimento é possuído no momento presente, lembrado, desenvolvido permanentemente, utilizado para a previsão de eventos futuros e transmitido para a coletividade e de uma geração a outra.

O senso comum situa-se em um modo de aprendizagem muito próximo da realidade e implica certo grau de dificuldade. Entretanto, ele permanece muito restrito às representações sensíveis e não atinge um nível superior de elaboração que de origem a criação ou utilização de conceitos que podem ter significados que aprofundem a compreensão da realidade. Essa limitação gera o conhecimento dos fatos a partir de suas aparências, sem preocupação com sua explicação, ou seja, com uma análise para caracterização de suas origens. O senso comum procede a uma simples junção de idéias, noções e conceitos; não elabora uma compreensão mais aprofundada da realidade. O conhecimento gerado é constituído de um aglomerado indiscriminado de elementos, que formam um conjunto fragmentado, sem unidade e coerência. Dessa forma, não é submetido a um nível de crítica necessário para a compreensão da realidade além do que é vivenciado.

A consciência do homem que se comporta com base apenas no âmbito do senso comum é dual e contraditória, o que comumente lhe conduz a atitudes fatalistas face às situações concretas que se apresentam. Muito frequentemente, o fatalismo se refere ao destino ou a uma concepção de um ser superior, que se constituem nas entidades responsáveis pelos acontecimentos da vida.

Conhecimento mítico

Sem o recurso da escrita, o homem primitivo buscou explicar, narrar e anunciar os fenômenos através de símbolos e alegorias, criando, assim, os mitos. A realidade passou, então, a ser interpretada a partir desses mitos. O conhecimento mítico é um produto da transmissão oral do conhecimento do senso comum de geração para geração.

Os mitos estavam sedimentados na cultura e na tradição dos povos da antiguidade e representavam muito mais do que uma tentativa de explicar a realidade. O mito constituía o alicerce histórico das civilizações; explicava o passado e a origem do presente. Era uma representação do mundo real, recriado a partir da elaboração subjetiva das experiências do homem.

O homem primitivo se apegou tanto à explicação mítica da natureza que passou a criar os mitos a partir de sua própria natureza. Assim, por exemplo, acreditava que os animais e objetos possuíam alma e que as divindades possuíam imagem e sentimentos humanos. A pretensão do pensamento mítico era o resgate de um passado remoto, ou seja, daquilo que existia antes do tempo presente, particularmente das raízes humanas. A narração mítica fornecia o suporte à vida em comunidade, ligando o homem a um mesmo passado, a uma mesma história.

As origens de fenômenos inexplicáveis eram atribuídas a poderes e forças imanentes existentes dentro de objetos, animais e pessoas. Povos da antiguidade adoravam o Sol e a Lua; os hindus, a vaca; os maias, os incas, os astecas e outros povos, os totens e amuletos, monumentos e objetos que eles próprios construíam. Esses povos acreditavam que esses entes e objetos eram possuidores de forças e poderes para fazer o bem e o mal, e criavam seus interpretes ou interlocutores, como os bruxos, feiticeiros, sacerdotes, pajés.

Em fase posterior, essas forças misteriosas são transferidas a seres fictícios com formas humanas. Esses seres eram invisíveis, representados por estátuas, para as quais, principalmente os gregos, romanos e egípcios, rendiam cultos. As intervenções desses seres superiores, denominados deuses, seriam a origem de todos os fenômenos naturais. É a fase do politeísmo. A causa de um conjunto de fenômenos de um setor particular da natureza era atribuída a um deus particular. O politeísmo predominou na Grécia e na Roma antiga. Assim, por exemplo, Diana era a deusa da caça, Eolo o deus do vento, Netuno o deus do mar, Ceres a deusa da colheita.

Conhecimento teológico

A experiência religiosa é tão antiga quanto o homem civilizado. O conhecimento religioso é direcionado à compreensão da totalidade da realidade. Seu propósito é a explicação de uma origem e de um fim únicos referentes à gênese e à existência do universo. Atribui a causa de todos os fenômenos a um único ser superior: Deus. Na religião judaico-cristã, Deus é o único criador de tudo que existe. São atribuídos a ele a criação do universo e dos fenômenos naturais, em particular a criação do homem e dos animais, suas existências, transformações e fins.

Do ponto de vista teológico, a existência divina é evidente e evidência prescinde de demonstração. A partir desse princípio, busca encontrar explicações

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