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Avaliação da Crítica de Ryle

Por:   •  30/9/2015  •  Resenha  •  519 Palavras (3 Páginas)  •  243 Visualizações

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AVALIAÇÃO DA CRÍTICA DE RYLE

O filósofo britânico, Gilbert Ryle (1900-1976) mantinha consigo a ideia de que, na gênese dos problemas filosóficos, há alguma espécie de mal-entendido relativo ao funcionamento lógico da linguagem.

À confusão que implica em incluir um termo ou conceito numa categoria diferente daquela a que logicamente faz parte, ele denominou de "erro categorial" e dentre esses equívocos ou erros, há um especial que nutre a concepção do mental e do físico como duas realidades distintas. Segundo tal concepção, os estados mentais de um sujeito provém  de sua capacidade de produzir representações adequadas do mundo a partir da estruturação lógica de ideias que se sustém numa mente imaterial independente do plano sensível.  Ou seja, que todo ser humano tem um corpo e uma mente.

Ryle ilustra esse erro categorial através de exemplos diversos. Assim, quando alguém após visitar a Universidade de Oxford, pergunta depois de haver visitado todos os prédios e dependências: onde está a Universidade? Ele está cometendo o erro categorial de considerar que "a universidade" pertence à mesma categoria que as dependências visitadas, quando na verdade, a universidade não é senão a forma como está organizado tudo aquilo que acabou de visitar.

O dualismo cartesiano, segundo Ryle, comete um erro semelhante ao considerar que as palavras da linguagem "física" e da linguagem "psíquica" pertencem a mesma categoria. Uma vez cometido este erro, a “bifurcação das duas vidas” aparece como logicamente aceitável, pois quando dois termos pertencem à mesma categoria, é correto construir proposições em que ambos aparecem unidos por uma conjunção: "Assim, um comprador pode dizer que comprou uma luva da mão direita e uma luva da mão esquerda, mas não que comprou uma luva da mão direita e uma luva da mão esquerda e um par de luvas".

No entender de Ryle, o problema filosófico da relação entre o físico e o mental. Pode ser resolvido com o esclarecimento de que os termos relativos ao "psíquico" e ao "físico" pertencem a categorias distintas. Deste modo, ele busca acredita dissipar o contraste entre mente e matéria, apresentando que o aparente contraste é tão ilegítimo como seria o contraste entre "fulana volto a casa num mar de lágrimas" e "fulana voltou a casa numa carroça".

        

Seguindo a tradição internalista, René Descartes presentou respostas às perguntas acerca da natureza dos estados mentais e estas se mantiveram suficientes e satisfatórias por um dado momento. Todavia, insatisfeito com a abordagem tradicional dos estados mentais e numa espécie de mudança de perspectiva, Ryle defende o homem, enquanto detentor de estados mentais, como não sendo um ser fragmentado e separado da realidade externa, passando a analisa-lo como um ser em constante dinâmica entre suas próprias estruturas e o meio em que está inserido.

Contudo, pode-se salientar que ao utilizar-se desse seu método de raciocínio, dividindo a ação em parcelas, e percebendo o homem como sendo capaz de executar performances em seu meio-ambiente, analisando o plano de ação, Ryle cria para si um problema teórico semelhante ao que ele apontou nos postulados cartesianos, na medida em que o “saber como” se particulariza e se fragmenta analiticamente.

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