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Conviver Com As Diferenças

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Por:   •  6/11/2014  •  1.321 Palavras (6 Páginas)  •  865 Visualizações

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Em tempos atuais onde muito se fala a respeito do preconceito em geral, evidencia-se as falhas humanas no aspecto do respeito para com o próximo. Conviver com a diferença é mais que possuir tolerância, é respeitar e ser respeitado, é entender que não existem pessoas iguais e sim semelhantes, não do ponto de vista físico ou mental, mas sim, do ponto de vista sentimental.

A humanidade contemporânea se prende às diferenças existentes entre os indivíduos e esquecem que todos possuem a mesma origem, alguns até mais sofrida que os demais. O preconceito racial demonstra o quão hipócrita é nossa sociedade, uma vez que os negros adquiriram seu merecido reconhecimento a muito tempo por pessoas que foram capazes de enxergar que cor não define ética, moral, inteligência e sobretudo caráter.

Vivemos em democracia, onde todos possuem os mesmos direitos e deveres e, no entanto, observa-se ainda preconceito para com deficientes físicos, o que enfatiza a falta de respeito do ser humano para com o próximo apenas pela aparência ou dificuldade do mesmo de exercer atividades diárias com a mesma facilidade de uma pessoa totalmente saudável, esquecem porém que um deficiente físico é um ser humano como qualquer outro, capaz de superar suas dificuldades e enfrentar os obstáculos do dia a dia, vide as paraolimpíadas onde cada um se supera não apenas para conseguir medalhas e sim para mostrar ao mundo que são capazes de representar seu país.

Diversas outras diferenças podemos perceber em nossa sociedade, seja o idioma, a cor do cabelo, as roupas ou qualquer espécie de característica física que diferencie os indivíduos, é importante observar que essas diferenças não definem o interior de cada individuo, pois afinal todos são semelhantes, com a mesma origem.

Vivemos em uma sociedade preconceituosa e para o fim disto é necessário uma lei severa, embora isso seja crime. Devemos observar que nossa primeira socialização é a família e a partir dela, os indivíduos começarão a absorver princípios de sua personalidade, portanto se faz necessário também uma boa educação para as crianças do país e a consciência desde pequenos que a verdadeira identidade das pessoas não deve ser observada em características físicas e sim no coração de cada um.

O desafio de conviver com as diferenças

Sabe-se que o ser humano está sendo desafiado e cobrado constantemente à aceitar e a respeitar as diferenças de religiões, raças, culturas, preferências sexuais ou melhor as opções de vida de cada um, mas de fato esta surtindo efeito?

Na sociedade atual algumas pessoas agem de maneira preconceituosa para com seu próximo, às vezes ate desumana, pelo simples fato de não conseguir, olhar ao redor e perceber que somos todos irmãos independente de cor de preferências ou de doenças físicas ou mentais. Todos merecem respeito.

O homem só se torna digno de viver em sociedade quando ele adquire consciência de seus atos e aprende a aceitar o seu próximo, pois uma pessoa não deixa de humano por conta de suas preferências ou de seus de feito História Antiga e Medieval.

As pessoas com deficiência, via de regra, receberam dois tipos de tratamento quando se observa a História Antiga e Medieval: a rejeição e eliminação sumária, de um lado, e a proteção assistencialista e piedosa, de outro. Na Roma Antiga, tanto os nobres como os plebeus tinham permissão para sacrificar os filhos que nasciam com algum tipo de deficiência. Da mesma forma, em Esparta, os bebês e as pessoas que adquiriam alguma deficiência eram lançados ao mar ou em precipícios. Já em Atenas, influenciados por Aristóteles – que definiu a premissa jurídica até hoje aceita de que “tratar os desiguais de maneira igual constitui-se em injustiça” – os deficientes eram amparados e protegidos pela sociedade. De acordo com registros existentes, de fato, o pai de qualquer recém-nascido das famílias conhecidas como homoio (ou seja, “os iguais”) deveria apresentar seu filho a um Conselho de Espartanos, independentemente da deficiência ou não. Se esta comissão de sábios avaliasse que o bebê era normal e forte, ele era devolvido ao pai, que tinha a obrigação de cuidá-lo até os sete anos; depois, o Estado tomava para si esta responsabilidade e dirigia a educação da criança para a arte de guerrear. No entanto, se a criança parecia “feia, disforme e franzina”, indicando algum tipo de limitação física, os anciãos ficavam com a criança e, em nome do Estado, a levavam para um local conhecido como Apothetai (que significa “depósitos”). Tratava-se de um abismo onde a criança era jogada, “pois tinham a opinião de que não era bom nem para a criança nem para a república que ela vivesse, visto que, desde o nascimento, não se mostrava bem constituída para ser forte, sã e rija durante toda a vida” (Licurgo de Plutarco apud Silva, 1987, p. 105).

Esta prática deve ser entendida, naturalmente, de acordo com a realidade histórica e social da época. É claro que hoje nos parece algo repugnante e cruel, mas na cidade-estado de Esparta, no ano de 400 a.C., tal conduta “justificava-se” para o bem da própria criança e para a sobrevivência da república, onde a maioria dos cidadãos deveria se tornar guerreiros. Em outros estratos sociais que não os homoio esse tipo de restrição não ocorria, podendo haver a sobrevivência de uma criança “defeituosa”, como no caso dos periecos, dedicados aos trabalhos da lavoura e do gado.

Diferentemente da Grécia Antiga e do Egito, no que diz respeito a pessoas com deficiência, não é fácil localizar referências precisas ao tema na Roma Antiga. Mas existem citações, textos jurídicos e mesmo obras de arte que aludem a essa população. Assim como ocorria em Esparta, o direito Romano não reconhecia a vitalidade de bebês nascidos precocemente ou com características “defeituosas”. Entretanto, o costume não se voltava, necessariamente, para a execução sumária da criança (embora isso também ocorresse). De acordo com o poder paterno vigente entre as famílias nobres romanas, havia uma alternativa para os pais: deixar as crianças nas margens dos rios ou locais sagrados, onde eventualmente pudessem ser acolhidas por famílias da plebe (escravos ou pessoas empobrecidas).

A utilização comercial de pessoas com deficiência para fins de prostituição ou entretenimento das pessoas ricas manifesta-se, talvez pela primeira vez, na Roma Antiga. Segundo o Silva (1987): “cegos, surdos, deficientes mentais, deficientes físicos e outros tipos de pessoas nascidos com má formação eram também, de quando em quando, ligados a casas comerciais, tavernas e bordéis; bem como a atividades dos circos romanos, para serviços simples e às vezes humilhantes” (Silva, 1987, p. 130). Tragicamente, esta prática repetiu-se várias vezes na história, não só em Roma A influência cristã e seus princípios de caridade e amor ao próximo contribuíram, em particular a partir do século IV, para a criação de hospitais voltados para o atendimento dos pobres e marginalizados, dentre os quais indivíduos com algum tipo de deficiência. No século seguinte, o concílio da Calcedônia (em 451) aprovou a diretriz que determinava expressamente aos bispos e outros párocos a responsabilidade de organizar e prestar assistência aos pobres e enfermos das suas comunidades. Desta forma, foram criadas instituições de caridade e auxílio em diferentes regiões, como o hospital para pobres e incapazes na cidade de Lyon.

OS dias de hoje.

Em suma, nesse panorama histórico buscamos resgatar elementos para uma visão geral acerca da temática das pessoas com deficiência. Da execução sumária ao tratamento humanitário passaram-se séculos de história, numa trajetória irregular e heterogênea entre os países (e entre as próprias pessoas com deficiência). Apesar disso, é possível visualizar uma tendência de humanização desse grupo populacional. É verdade que, até nos dias de hoje, existem exemplos de discriminação e/ou maus-tratos, mas o amadurecimento das civilizações e o avanço dos temas ligados à cidadania e aos direitos humanos provocaram, sem dúvida, um novo olhar em relação às pessoas com deficiência.

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