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FACULDADE DE FILOSOFIA LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Por:   •  3/6/2019  •  Resenha  •  1.075 Palavras (5 Páginas)  •  299 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Prof.  Dra. MÔNICA DO AMARAL

Weberson de Jesus Pereira- 8570213

Síntese dos aforismos de Nietzsche lidos para a matéria

Nietzsche, no aforismo 354, de “Gaia Ciências”, afirma que podemos pensar sentir, querer e até agir sem que tenhamos consciência disto. Vai mais longe. Poderíamos perpassar toda a existência  sem que  ela participe destas coisas. Com tal afirmação, logo nos vem a dúvida  de onde então viriam esse pensar, esse querer, se não há uma consciência que o guie, um EU que seja responsável  pelo pensamento, como nos diz no aforismo 16, de “ Além do bem e do Mal”: “um pensamento vem quando ele quer e não quando eu quero”.  Assim, aquela velha divisão de alma e corpo, de um EU, um espírito que possa guiar nosso corpo, nossa vontade, nosso querer, é lançada ao fundo do mar e nos sobra  apenas esse corpo.  Por conseguinte, esse corpo  é quem pensa, quem quer, quem age.

O pensamento, portanto, é um produto do corpo. As diversas sensações, as experiências anteriores gravadas nesse corpo, as impressões dos objetos exteriores sobre os nossos sentidos ou sobre os nossos sentimentos, e vice-versa, seriam os  responsáveis por  tal pensamento vir e ser do jeito que ele é.  Um exemplo banal, mas que talvez sirva para ilustração, é a mudança drástica das nossas idéias  acerca de um objeto  conforme o  nosso  humor.  A mesma coisa é vista de modo completamente diferente  quando  estamos  felizes  ou quando  estamos  tristes : a  música que adorávamos  passa a  ser odiada quando a colocamos como despertador;  aquele  homem  bondoso  é visto como idiota quando nos prejudica.

Entretanto, o pensamento não seria algo exclusivamente humano,  mas de todo ser vivente.  Todavia, possuímos a consciência. Para Nietzsche, esta teria se desenvolvido por causa da necessidade dos homens de se comunicarem. Ela seria apenas uma rede comunicação. Contudo, os pensamentos que nos chegam à consciência representariam uma parte mínima, uma ilha no meio do oceano, de todo o pensar.  Dessa forma,  essa consciência, esse EU, sabe pouquíssimo de si mesmo, a ponto de  as causas do seu agir , do querer, da vontade são dadas por pensamentos superficiais, rasos, enganadores. Em conseqüência, para sabermos mais sobre qualquer ato, teríamos que passar dessa superfície, descer desse céu claro e ordenado para penetrarmos nas profundezas do inferno.

Desse modo, portanto, a psicologia, diz Nietzsche, no aforismo 23 de “Além do Bem e do Mal” necessita ter coragem e descer nessa zona escura do homem. Propõem uma psicofisilologia que  lute com as resistências inconscientes do investigador. Ele deve, se resolveu iniciar tal empreitada, ir até o fim e superar os sentimentos mais hostis que uma descoberta pode provocar.  

Mas essa tarefa não deve ser exclusiva dos psicólogos profissionais mas também aos que trabalham com a formação e cultivação do homem. Ela também cabe ao professor.

Aqueles que têm a responsabilidade de serem educadores devem se aprofundar  no conhecimento  dos fatores que possibilitam a formação de um homem superior, conhecer os psicofisiológicos. Eles, tendo colocado de lado a dicotomia entre corpo e alma, e buscando encontrar as causas de tal e qual pensamento, querer, vontade, podem conduzir melhor esse jovem no trabalho de instrução.  Uma vez que é o corpo que pensa, o professor terá que ter em mente a influência dos vários fatores externos e internos sobre o corpo. Isso desde coisas básicas às mais complexas: deve investigar se ficar por horas sentado atrapalha ou ajuda o aluno; se um local de pouca circulação é benéfico ;  se os alunos se alimentam bem ou não; quanto tempo a atenção em algo   pode ser mantida; como os instintos sexuais podem prejudicar o estudante; procurar examinar  os sofrimentos que os jovens passam em sua vida ou pelos quais já passaram; quais são as mais comuns  angústias, sentimentos, desejos dos adolescentes; quais são as especificidades dessa fase de nossas vidas;   se a inveja, o ódio,a disputa  podem ser de alguma valia para o aprendizado...

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