Fichamento do capítulo: O Paradigma Dominante
Por: Eloisa Alves • 5/5/2018 • Resenha • 764 Palavras (4 Páginas) • 1.173 Visualizações
Universidade Estadual de Maringá
Departamento de Psicologia
Disciplina Introdução a Pesquisa em Psicologia
Docente: Álvaro Marcel Palomo Alves
Acadêmica: Eloisa Rocha de Sousa Alves
Referência bibliográfica
SANTOS, S. B. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez Editora, 1987, p.20-40
Fichamento do capítulo O Paradigma Dominante
De acordo com Boaventura Santos, o modelo de racionalidade que governa à ciência moderna se formou a partir da revolução científica do século XVI e foi desenvolvido nos séculos seguintes no domínio das ciências naturais. No século XIX que este modelo de racionalidade se estende às ciências sociais emergentes.
Segundo Santos, o paradigma dominante deve negar a racionalidade de outras formas de conhecimento, como o conhecimento do senso comum e das chamadas humanidades.
“A partir de então pode falar-se de um modelo global de racionalidade científica que admite variedade interna mas que se distingue e defende, por via de fronteiras ostensivas e ostensivamente policiadas, de duas formas de conhecimento não científico (e, portanto, irracional) potencialmente perturbadoras e intrusas: o senso comum e as chamadas humanidades ou estudos humanísticos (em que se incluíram, entre outros, os estudos históricos, filológicos, jurídicos, literários, filosóficos e teológicos)” p. 21
Além disso, o paradigma se opõe a todas as formas de dogmatismo e autoridade. Ao contrário da ciência aristotélica, a ciência moderna desconfia sistematicamente das evidências da nossa experiência imediata.
O autor cita Einstein, que escreveu sobre os Grandes Sistemas do Mundo, que Galileu esforça-se muito para demonstrar que a hipótese dos movimentos de rotação e de translação da terra não é refutada pelo fato de não observarmos quaisquer efeitos mecânicos desses movimentos (pelo fato de a terra nos parecer parada). Por outro lado, é total a separação entre a natureza e o homem.
Boaventura Santos assume a matemática como base, o que implica ideias de que conhecer é quantificar, dividir e classificar.
“Em primeiro lugar, conhecer significa quantificar. O rigor científico afere-se pelo rigor das medições. As qualidades intrínsecas do objecto são, por assim dizer, desqualificadas e em seu lugar passam a imperar as quantidades em que eventualmente se podem traduzir. O que não é quantificável é cientificamente irrelevante. Em segundo lugar, o método científico assenta na redução da complexidade. O mundo é complicado e a mente humana não o pode compreender completamente. Conhecer significa dividir e classificar para depois poder determinar relações sistemáticas entre o que se separou.” p. 27-28
O texto busca leis que expliquem o “como” do funcionamento das coisas. Ao basear-se na formulação de leis, adota como pressuposto metateórico o determinismo mecanicista, a ideia de um mundo estável, ordenado e fora da história. “A descoberta das leis da natureza assenta no princípio de que a posição absoluta e o tempo absoluto nunca são condições iniciais relevantes.” p. 29
Este determinismo mecanicista apresentado por Boaventura Santos é colocado como aspecto ideológico do paradigma dominante, como visão de mundo que funcionou como um dos pilares da ideia de progresso e como horizonte cognitivo mais adequado aos interesses da burguesia:
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