Resenha Boaventura Paradigma Dominante
Ensaios: Resenha Boaventura Paradigma Dominante. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Maluleffa • 19/8/2013 • 604 Palavras (3 Páginas) • 2.674 Visualizações
O Paradigma Dominante
O termo paradigma dominante, encontrado no texto, se trata do modelo de racionalidade herdado a partir do século XVI e consolidado no século XIX, sendo para Boaventura de Sousa Santos um modelo totalitário, no qual se acreditava que poderíamos abarcar todos os conhecimentos a partir de um método rigorosamente científico. Este método cientifica se comprometer unicamente com uma forma singular de se buscar o conhecimento verdadeiro, se baseando em seus princípios epistemológicos e em metodologias restritas. Caracterizando-se como um modelo autoritário e que não corresponde às necessidades humanas, opondo-se duramente ao senso comum e afastado da natureza e das carências humanas.
Há uma crítica que se remete à estrutura em que esta ciência constituiu-se ao longo dos tempos. Crítica que se baseia em um mundo totalmente cognoscível e organizada a partir de uma ordem cronológica, espacial que a tornou verticalizada, fundada numa dinâmica que Boaventura de Souza Santos chama de “determinismo mecanicista” e que tem permeado diretamente no comportamento e imaginário da sociedade.
Não distantes do século XIX, os dias atuais ainda demonstram que a impregnação da ideia deslumbrante da cientificidade, natural, moderna ainda persiste no ensino prestado pelas mais diversas instituições de ensino. Não que as ciências naturais não possuam relevante valor, pelo contrário, contribuem e muito. Porém, ocorre que o modelo mensurável de verdade parece ser, ainda hoje, por muitos almejado como maneira perfectibilizada de alcançar-se o unicompreensivíssimo, mesmo nos campos em que haja tremenda subjetividade, como são aqueles em que a sociedade e, principalmente, o homem, como indivíduo, aparecem como principais objetos de análise.
Na procura de dar exemplos ao paradigma dominante Boaventura de Sousa Santos coloca cientistas de renome com ideias contrárias sobre o saber para evidenciar sua opinião. Pois, o exemplo de Einstein é bem explicado com o contexto de que é no estudo da dúvida, da incerteza que se busca o saber junto à realidade humana, enquanto que em outro exemplo cita Descartes mostrando que em seu trajeto científico ocorreu apenas um objeto de estudo na busca da verdade universal.
No decorrer da explicação o autor apresenta ideologias passadas de grandes cientistas observadores da natureza e diferencia o conhecimento comum do conhecimento cientifico, por um lado, e entre natureza e pessoa humana, por outro. Apresenta assim, a descoberta das leis da natureza, o isolamento das condições iniciais relevantes, a produção de resultados independentemente do lugar e tempo das condições iniciais, o conhecimento causal da ciência moderna, que busca entender o como ao invés do por quem ou para que, promoveram, dentre outras consequências, a previsibilidade dos fenômenos naturais. É por meio dessa suposta previsibilidade que se firmou o conhecimento na ideia de ordem e estabilidade do mundo, sendo este estável e determinável por meio de leis físicas e matemáticas que poderiam o decompor. Eis aí o fundamento do chamado determinismo mecanicista que irá sustentar a ciência moderna, o mundo-máquina, com a sua ideia de um mundo cognoscível pela decomposição dos seus elementos constituintes.
Por se tratar de um modelo de racionalidade hegemônica da época, a ciência moderna, por intermédio
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