Focault, Michel. O Nascimento da Medicina Social.
Por: Bruna Adriane • 23/4/2017 • Trabalho acadêmico • 831 Palavras (4 Páginas) • 977 Visualizações
NOME: BRUNA ADRIANE ANDRADE SILVA
Medicina – 1º período
Focault, Michel. O Nascimento da Medicina Social.
In.: ____ Microfísica do Poder. São Paulo: Paz e Terra, 2014, 432 p.
Ao comparar a medicina grega e egípcia com a medicina atual, Focault, no texto O Nascimento da Medicina Social, do livro Microfísica do Poder, tenta resgatar o conceito da medicina social, coletiva e individualista, com o principal objetivo de desvendar se a medicina contemporânea é individualista ou não. Ao afirmar que a medicina medieval era completamente individualista, Focault ainda se refere ao capitalismo em relação à medicina moderna, ao qual gerou a passagem da medicina privada para a coletiva e socializou inicialmente o corpo como objeto em quanto força de trabalho.
Nesse contexto, a medicina social pode ser dividida em três etapas: medicina de Estado, medicina urbana e medicina da força de trabalho. Nesse último, ocorreu a socialização da medicina, em que o corpo se transforma em força de produção, criando um interesse de controlar a sociedade através do ser humano, focando o físico para depois centrar no psicológico.
A primeira etapa, medicina de Estado, acontece na Alemanha, onde há formação da ciência do estado. Em um momento conflituoso, o país possuía uma economia estagnada e a formação da ciência do Estado fez com que a burguesia se aliasse a um objeto de conhecimento, o país. Para impulsionar a economia, a Alemanha desenvolve a política médica de Estado, com o objetivo de controlar a população economicamente ativa, inspecionando índices de morbidade, mortalidade, de doenças mais comuns, entre outros. Essa etapa tinha como principal meta garantir uma organização de indivíduos enquanto força de estado, não como força de trabalho.
Já a segunda etapa, medicina urbana, ocorreu na França devido ao desenvolvimento de estruturas urbanas. Um país fragmentado e estratificado, a França precisava urgentemente de uma homogeneização, da união de um poder urbano bem estruturado que fará com que o país alcance sua unificação. Os motivos que levaram a criação dessa medicina foram tanto econômicos, quanto políticos, com o aparecimento do proletariado e o subsequente aumento das tensões, que gera conturbações urbanas frequentes (revoltas de subsistência). Nesse contexto, um poder capaz de obrigar a população a se subdividir para melhor controla-la, fez com que surgisse o medo nas cidades, gerando pânico, principalmente relacionado as mínimas condições humanas de vida, que instigou a França a criar o modelo médico e a política de quarentena (se relacionava à lepra e à peste). Desse modo, a população ficaria devidamente dividida e inspecionada pelo Estado.
Nessa etapa, medicina urbana, alguns objetivos eram almejados: análise de regiões mais propícias a doenças e endemias ou epidemias; controle e disponibilização de uma boa circulação de ar e água; e a organização da distribuição de água e esgoto, visando o não contato da população com esse meio. Outro ponto nesse aspecto é a importância de uma população devidamente medicada, a qual foi ocasionada pela evolução da medicina, conhecimento mais amplo de alguns patógenos, preocupação da área da saúde com o meio em que o indivíduo se expunha e quando surge o conceito “salubridade”. É importante ainda destacar a noção de higiene pública, antes desconhecida ou ignorada.
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