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Fundamentos Filosóficos Da Educação

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Por:   •  14/3/2014  •  4.952 Palavras (20 Páginas)  •  284 Visualizações

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Fundamentos Filosóficos da Educação

Os fundamentos filosóficos que permeiam a Educação Brasileira

2013

ETAPA I: A Natureza da Filosofia e o seu Ensino: reflexão sobre as dificuldades de implantação da filosofia no currículo escolar.

A Filosofia é uma disciplina, a priori, que se faz pelo pensamento apenas, não sendo uma disciplina empírica, como a História ou a Física. Do ponto de vista do cientismo, este aspecto a priori da Filosofia é chocante, parecendo que a desqualifica enquanto disciplina acadêmica séria. A Filosofia da Educação é um ramo do pensamento que se dedica à reflexão sobre os processos educativos, à análise dos sistemas educativos, sistematização de métodos didáticos, entre diversas outras temáticas relacionadas com a Pedagogia. O seu objetivo principal é a compreensão das relações entre o fenômeno educativo e o funcionamento da sociedade.

A educação, de qualquer modo que a entendemos, sofrerá necessariamente o impacto dos problemas da realidade em que acontece, sob pena de não ser educadora. Em função dos problemas existentes na realidade é que surgem os problemas educacionais, alguns mais simples, outros mais complexos; porém, todos irão incidir na educação todas as variáveis que determinam uma situação. Deste modo, a Filosofia na Educação transforma-se me Filosofia da Educação, enquanto reflexão rigorosa, radical e global ou de conjunto sobre os problemas educacionais. De fato, tais problemas educacionais envolvem sempre os problemas da própria realidade. A Filosofia da Educação apenas não os considera em si mesmos, mas enquanto inseridos no contexto educativo.

Em Filosofia não há métodos formais de prova, assim como ocorre na Matemática. Podemos até usar a lógica, mas esta não resolverá os “problemas filosóficos”.

Esta disciplina também se distingue de outras como a História ou a Física por apresentar poucos resultados consensuais, sendo que a maioria dos problemas centrais da Filosofia continua em aberto. Não há respostas amplamente consensuais sobre se temos ou não livre - arbítrio, se Deus existe, e para muitas outras indagações. Isto contrasta com a História, a Biologia ou a Física; nestas disciplinas há muitos resultados amplamente consensuais.

Contudo, seria um erro pensar que nestas disciplinas não há, como em Filosofia, problemas em aberto. Sabemos que há problemas em aberto em todas as áreas do conhecimento, mas no caso da Filosofia temos mais problemas em aberto do que resultados.

Alguns filósofos defendem que temos livre-arbítrio, outros defendem que não temos, mas o que pretendemos quando estudamos este problema é saber se temos ou não livre-arbítrio; queremos saber se existe Deus ou não. São muitas as indagações.

A respeito da obra O Pensador (em francês: Le Penseur) pode-se afirmar que é uma das mais famosas esculturas de bronze do escultor francês Auguste Rodin. Retrata um homem em meditação soberba, lutando com uma poderosa força interna. O rigor técnico e a monumentalidade da obra são notáveis. Tecnicamente, exprime a admiração que Rodin nutria por Miguel Ângelo. O próprio nu é entendido como um elemento de influência daquele gênio do Renascimento.

Numa breve reflexão sobre o significado desta obra, é impossível escapar a pergunta: em que pensa O Pensador? Aquela imagem de meditação profunda, aquela atitude de introspecção meditativa não apela, para o simples ato de raciocínio. Aquele que pensa eleva-se a um patamar muito acima do mundo físico e do intelectual.

“O Pensador” de Rodin está no extremo oposto ao homem físico, ao homem-músculo, primitivo e banal que vive no mundo vegetal da força bruta. No entanto, O Pensador eleva-se, ainda, acima do homem que pondera e calcula. Ele entrou no domínio da alma, o maior dos universos. Para além do físico, para além do cérebro; ali estará a alma, o espírito, a dimensão maior do Humano.

Nos tempos atuais, passados mais de um século da obra de Rodin, é necessário pensar um pouco mais na inutilidade da dimensão física e na escravidão do raciocínio. Talvez o convite deste pensador seja um retorno ao universo imenso e encantador da alma de cada indivíduo.

As dificuldades de implementação da Filosofia no currículo escolar

As instituições de ensino, tanto universitário como pré-universitário, estão, sobretudo preparadas para ensinar aos estudantes os resultados consensuais substanciais das diferentes disciplinas. As instituições de ensino procuram apresentar aos estudantes tais resultados de modo a que estes possam compreendê-los. Mas se tentarmos aplicar este modelo de ensino à Filosofia, com certeza teremos que substituí-las por outra coisa qualquer: pela História da Filosofia, pelo ensaísmo literário ou pela especulação de caráter mais ou menos sociológico ou psicológico.

As instituições estão acostumadas a transmitir o conhecimento já feito aos estudantes e a Filosofia é considerada uma disciplina especulativa, que lida com problemas que ninguém sabe resolver; por isso torna-se cada vez mais difícil sua implantação nas escolas.

Outro problema decorrente no ensino da Filosofia é quanto à escolha dos conteúdos a lecionar em cada uma das cadeiras que compõem o currículo acadêmico. Os estudantes que entram em universidades convencidos de que irão poder tornar-se filósofos e desenvolver o mesmo tipo de atividades de quem pratica a Filosofia irão descobrir que na prática não é bem assim, pois dele não se espera realmente que filosofe, espera-se apenas que compreenda as ideias dos pensadores do passado.

A atividade acadêmica desses estudantes consistirá quase exclusivamente em relatórios sobre o que os filósofos pensam. Filosofar é fazer o que os filósofos faziam e cabe a nós ensinar os estudantes a fazerem isso.

A educação não é a simples transmissão da herança dos antepassados para as novas gerações, mas o processo pelo qual também se torna possível a gestão do novo e a ruptura com o velho. Evidentemente, isso ocorre de maneira variável, conforme sejam as sociedades estáveis ou dinâmicas. As comunidades primitivas e as tradicionais resistem mais à mudança, enquanto nas sociedades urbanas contemporâneas a mobilidade é muito maior.

A Instituição Escolar não existiu sempre, e sua natureza e importância variaram no tempo, dependendo das necessidades socioeconômicas dos grupos em que esteve inserida. (ARANHA, 2006).

Vimos que a natureza da Filosofia levanta obstáculos

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