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Habermas em relação à Hegel e Kant

Por:   •  3/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  846 Palavras (4 Páginas)  •  247 Visualizações

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Habermas em relação à Hegel e Kant

Kant ao realizar a diferenciação da razão tematizada, coloca-se presente em uma racionalidade complexa, a qual ele não consegue perceber como uma cisão do uso da razão, a qual através do uso diferenciado venham a indicar os fatores motivantes da problematização da cisão. Kant volta sua atenção para a unidade da razão, na qual busca, através dessa diferenciação, elementos de passagem entre um uso e outro, sem ter que submeter-se a utilizar a religião como fator unificador da razão. Kant recusar-se estabelecer uma unidade de princípios entre faculdades da mente para assim não reduzi-las a faculdades do conhecimento, pois seu foco é sustentar uma razão de três faces pautadas e uma arquitetação de pontes. Por conta dessas considerações Habermas afirma que :



"Kant exprime o mundo moderno num edifício de pensamentos. Isto quer apenas dizer afinal que na filosofia kantiana se refletem tal como em um espelho, os traços essenciais da sua época sem que Kant tivesse apreendido a modernidade como tal. É só uma visão retrospectiva que Hegel pode compreender a filosofia kantiana como a auto interpretação determinante da modernidade; ele julga apreender também mesmo o que ficou por compreender nessa obra, a expressão mais refletida da sua época; é que Kant não sente como bipartições as diferenciações dentro da razão, nem as articulações formais dentro da cultura nem, de uma forma geral, a clivagem dessas esferas." (Habermas. J. O discurso da modernidade, p.29)



Deixando a entender, Habermas, diz que no conceito kantiano de razão formal encontra-se a descrição da teoria da modernidade, na qual caracteriza-se por dois aspectos: a renuncia da racionalidade substancial da tradição religioso – metafisica em detrimento de uma razão formal, e a outra consiste na confiança dada a racionalidade procedural.

Kant buscou refletir em sua filosofia a respeito das condições de possibilidades relacionadas a experiencia, visando a demonstração das condições a priori das operações do entendimento. Segundo Habermas, Kant ao tentar estabelecer uma reflexão baseada na fundamentação transcendental, permitiu-lhe abrir duas perspectivas para a filosofia moderna. A primeira foi a criação da teoria do conhecimento que permitiu a filosofia ter uma reserva de conhecimentos a priori, elevando o seu domínio de ação acima do domínio da ciência. Em segundo vem a questão da hipótese filosófica que fez com que a filosofia assume-se um lugar mais alto no patamar de um tribunal com a tarefa de criticar e julgar o abuso da faculdade cognitiva, operando mediante a substituição da razão substancial advindo da metafisica tradicional, pelo conceito de razão cuja a unidade passa a ser encontrada em um caráter eminentemente formal. A vitória da autonomia da razão em detrimento a metafisica tradicional concedeu à filosofia uma racionalidade existente, na qual todas as coisas deverão passar no crivo da crítica.

A filosofia Kantiana demarcou os limites das esferas de valores (ciência, moral e arte) e ocupou-se também sobre estas como forma critica para presidir soberanamente os papéis do indicador de lugar e juiz supremo. Habermas deixa-nos entender que quer manter de Kant a descrição e desenvolvimento da teoria da modernidade pautada em uma razão complexa, porem desfazendo-se de um modelo funcionalista de filosofia permitindo assim com que seja facultativo abrir mão dos papéis de indicador de lugar e juiz , sem que a filosofia venha a perder seu papel de guardiã da racionalidade.

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