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Diferença de pensamento entre Kant e Habermas em relação à educação

Por:   •  31/3/2019  •  Artigo  •  1.961 Palavras (8 Páginas)  •  407 Visualizações

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É somente a partir da educação, que para Kant o homem pode alcançar em sua totalidade a compreensão das coisas, porque a educação constrói e, com base nisso consequentemente torna-o livre, liberdade essa que só pode ser alcançada quando ele entende o seu lugar no mundo, percebe a lei moral que o cerca e é capaz de desempenhá-la. A educação tem como papel melhorar essas organizações que o homem traz dentro de si. A educação moral vem para fornecer uma autodefinição do homem para que ele possa fundamentar e aprofundar questões de autonomia. Para Kant, só é possível conseguir a moral com a conquista da razão, da autonomia, da vontade, pois, é através dessas possibilidades que o homem se torna um ser humano e deixa o estado da animalidade, como diz o filósofo. É através dessas ciências que o homem trabalha a formação do seu caráter, pois, é a razão que permite reconhecer a lei moral que existe e que habita dentro de cada ser humano.

A proposta do pensamento de Kant para a educação melhor e pelo que eu pude entender, praticamente perfeito, mas para isso é necessário estabelecer o cumprimento de algumas disposições que se fazem necessárias para a maneira como a educação vai seguir, essas disposições são necessárias para dar justificativa para a liberdade e a moral. A educação baseada na disciplina, -que é uma das disposições necessárias- depende de uma sociedade justa e através dela criar um indivíduo autônomo, que pensa por si mesmo, que proporciona o uso da razão.

Habermas tem como um de seus temas principais a racionalidade, pois, para ele, a filosofia leva a racionalidade como tema principal e que embasa suas ideias. Desde o início ele leva esse tema a discussão, levando em consideração que o raciocínio filosófico vem da razão e que por isso essa se torna a tese principal e fundamental para abordarmos a razão.

Razão, segundo ele é a maneira essencial que o homem tem para resolver conflitos, de forma que, assim como a racionalidade, ela deve ser compreendida como adequação dos sujeitos que são capazes de falar e de agir visando distinguir o que acontece no mundo, além do mais, a razão se direciona por interesses práticos e de independência. Apesar de haver críticas sobre o tema, é válido salientar que sem a razão o homem não seria capaz de pensar a respeito da construção de novos saberes e de entrar em acordo com outras pessoas a respeito de assuntos que estão ligados a forma como convivemos e nos comportamos dentro de uma sociedade, sem contar que a razão em sua criação deve ser levada em consideração em relação as práticas humanas realizadas no cotidiano.

Quando Habermas fala de razão comunicativa, ele assume o princípio de que a racionalidade é uma maneira em que o processo da particularidade do sujeito se desenvolve e que por essa razão, consciência e racionalidade são muito mais do que meros conteúdos, isso tem a ver com a própria razão, que se direciona muito além de interesses técnicos, pois, visa também a emancipação do sujeito, que assim como Kant, o conjunto de regras a priori torna mais provável o conhecimento em relação a emancipação, pois, essa condição enquanto para um é chamada de transcendental, para outro é modificado pela comunidade comunicativa que em relação ao ser humano passa a se tornar uma aptidão que o mesmo desenvolve em relação a pensamentos, comunicação, entendimento e etc.

Assim, dentro da razão comunicativa, a racionalidade que é tratada é um processo que se relaciona com o outro, a capacidade que o indivíduo tem de se vincular com o outro, pois, consciência e racionalidade faz parte da natureza da razão, que tem por finalidade o domínio do objeto de acordo com o desejo do sujeito, por outro lado, a razão que está implícita a linguagem, se manifesta através da comunicação.

O filósofo cita bastante dois tipos de racionalidade: a produtiva e a da subjetividade, uma se desenvolve em cima da outra e gera mais resultados do que a outra. A racionalidade da subjetividade baseia- se na hipótese de que o sujeito tem o controle sobre a natureza, portanto, Habermas diz que essa racionalidade predomina o caráter instrumental da razão, onde o que prevalece é a manipulação e o controle. A racionalidade comunicativa atesta que a realidade externa e interna através de pesquisas da representação e do pensamento por meio dos quais eles são definidos. Se mostra como uma possibilidade que critica essa concepção, a racionalidade comunicativa se define através de sentenças gramaticais ontem se torna possível conhecimentos sobre a fala.

É analisando a linguagem que representamos o seu uso através da fala, não basta entende-la como método representativo, mas sim como método de comunicação dos seres humanos, ou seja, deve-se levar em consideração as relações que são estabelecidas através da linguagem, pois assim avançamos na maneira de compreender a construção do saber por meio da racionalidade. Assim, para Habermas, através da racionalidade comunicativa há a possibilidade de se emancipar através do poder que a razão tem de transformar.

A teoria da modernidade de Habermas é criada através do confronto entre razão sistêmica e a razão do mundo da vida, que são duas coisas diferentes, mas que uma depende da outra, são vinculadas. O mundo sistêmico deriva da racionalização do mundo da vida e sua função é diminuir o peso do mundo comunicativo quando não há estrutura para o controle social. A medida que vai crescendo, acaba se distanciando do mundo da vida, assim, a comunicação através da linguagem que é estabelecida acaba de quebrando e dando espaço para controles técnicos. O que Habermas chama de “ colonização do mundo da vida” é quando o sistema se torna independente e mais complexo do mundo da vida, fazendo com que o mesmo dite a estrutura sistêmica passando a comandar o mundo da vida. Essa situação acaba fazendo com que o sistema seja comandado pelo dinheiro e pelo poder, submetendo a educação ao mundo da vida e a consequências decorrentes dessa condição.

Para Habermas, esse mundo sistêmico favorece as ligações entre o dinheiro e o poder que está ligado e rege o sistema político, que é através deles que o sistema tenta controlar a sociedade e o mundo da vida. Habermas ainda diz que o sistema tem capacidade de interferir no mundo da vida que acaba se associando a formação de valores e da moral. A escola, no conceito de Habermas vem para absorver essa racionalidade posta como dominante. A ideologia tecnocrática, quando se impõe a práxis e a técnica torna a relação da escola como sociedade universalizada, mas esse estado tecnocrático vem cada vem mais exigindo o avanço da racionalidade, fazendo com que ela seja forçada a fazer parte desse conjunto de requisitos, assim, o sistema

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