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Pensamento de kant, habermas e outros filosofos sobre a ética

Por:   •  8/11/2015  •  Dissertação  •  1.257 Palavras (6 Páginas)  •  774 Visualizações

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Kant

Kant recusa a religião e a ciência como fontes de fundamentação da ética, pois para ele, o conhecimento se baseia em tudo que aprendemos pelos sentidos e organizamos pela razão, e nada em Deus, na alma e na liberdade pode ser aprendido sensorialmente. Ou seja, Kant nega os pensamentos acerca da ética de fundamentação teológica e religiosa de Agostinho e de Tomás de Aquino, e considera a ciência (matemática e física) um conjunto de regularidades posto pela mente, não resultantes da noção real do que o mundo é em sua essência.

Para Kant, a ética é baseada na ação por dever (necessidade de uma ação por respeito à lei), e infundada na ação por inclinação, que é egoísta e realizada a partir do desejo do sujeito da ação. A ética só ocorre como derivada da boa vontade em se realizar o que se apresenta como um dever. Ou seja, a vontade boa não objetiva nenhum propósito ou vontade (felicidade), mas o dever de se realizar o que é estabelecido pela lei moral. O dever define se uma ação é moral ou não, e não qualquer propósito da ação.

A ação moral é movida pela capacidade de representarmos a lei moral em si mesma, sem almejar qualquer outra finalidade que não seja a de apenas realizar o que deve ser feito. A lei moral é universal, ou seja, afirma o que deve ser feito em todas as situações, e não depende de nenhuma circunstância. O que depende da ocasião e dos agentes não é uma lei moral, e não pode obrigar uma pessoa moralmente, pois o homem só deve se orientar em seu modo de agir em leis universais, que adequam-se a todas as possibilidades e a todos os agentes.

Para Kant, vontade é escolher o que a razão designa como necessário, e para que ela se torne uma vontade boa deve escolher o que a lei moral determina. Ou seja, a razão (e a vontade) devem coincidir com a máxima do dever moral.

Kant divide os imperativos hipotéticos e imperativos categóricos. Os primeiros são aqueles que fazem alguma ação visando algum outro fim, e não a realização da própria ação, portanto, não são imperativos da moralidade. Ou seja, quem pratica qualquer suposta ação ética visando a felicidade, por exemplo, se enquadra nesse grupo, pois a felicidade é subjetiva e particular de cada indivíduo.

Os imperativos categóricos são aqueles que praticam uma ação visando apenas a realização desta, não objetivando nenhum outro fim. Ou seja, neste grupo estão os imperativos da moralidade, que praticam uma ação ética porque é um dever e, consequentemente, uma obrigação universal. Eles sempre agem desejando que aquela ação de tornasse uma lei universal, que todos deveriam seguir.

Para Kant, a liberdade, a alma e Deus não podem ser fundamentos da ética e, consequentemente, não são condições necessárias ao imperativo categórico, mas são essenciais para a realização do sumo bem, que se encontra na ligação da virtude com a felicidade.

Habermas

Habermas seguiu a tradição de Kant, e, a partir dela, elaborou a Ética Comunicativa. Ele segue os princípios kantianos de que o problema moral é o problema do dever ou da obrigação. Também segue a tese de Kant de que questões práticas são passíveis de verdade. Os juízos normativos afirmam a validade de determinadas regras, ou seja, erguem pretensões de validade normativa ou deontológica, por exemplo, quando dizemos que mentir é errado, levantamos a pretensão de que a regra de não mentir é válida para todos. Os juízos assertivos afirmam ou negam algo sobre o mundo e erguem uma pretensão de verdade, por exemplo, quando dizemos que a Terra é redonda.

Habermas também segue os princípios de Kant no que se diz respeito ao conceito de imperativo categórico, pois para ele essa era a maneira correta para expressar nossas ideias de imparcialidade, igualdade e impessoalidade; e introduz a ideia de que o imperativo categórico exige a possibilidade de universalizar os interesses - o princípio de universalização, que em Kant era um teste para máximas, em Habermas assume o papel de uma regra de argumentação que possibilita o acordo.

Habermas também se diferencia de Kant ao afirmar que o princípio da universalização não pode ser aplicado por uma única pessoa pensando sozinha (como Kant afirmava), mas apenas discursivamente, em uma discussão moral. Por isso sua ética é conhecida como “ética do discurso”.

Hans Jonas

Hans Jonas analisa a ética a partir da preocupação com a tecnologia e com os aspectos que envolvem a ação do homem sobre a natureza. Ele sugere que o homem mude suas atitudes: passe a agir com responsabilidade (ética da responsabilidade) diante das inovações da tecnologia, para que a natureza não seja destruída pelo mau uso da técnica. Para ele, a cidade é a obra humana que mais interferiu na ordem natural.

H. Jonas entende que a cidade deve abandonar as teorias éticas antropocêntricas e produzir um novo equilíbrio na natureza, pois o homem ao descuidar da natureza, descuida da sua própria vida. A responsabilidade de cuidar do meio ambiente se torna uma atitude ética que visa o futuro. A biosfera necessita do cuidado do ser humano para ser conservada e, consequentemente, dar continuidade à vida no planeta. Essa é uma tarefa comum, que deve ser seguida por todos: instituições sociais, políticas, públicas e privadas etc.

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