Ideologia de Desenvolvimento
Por: Manu12349 • 30/4/2018 • Tese • 472 Palavras (2 Páginas) • 297 Visualizações
IDEOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO - ANÁLISE DE UMA INSTITUIÇÃO
Doutoramento em Filosofia
Prof. Caio Navarro de Toledo
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis
Abril de 1974
Banca: Profs. Ubaldo Puppi (Orientador), Maria Sylvia
Carvalho Franco, Francisco C. Weffort,
Michel Debrun e Paulo Sérgio Moraes S.
Pinheiro.
Partindo do pressuposto de que as ideologias não são simplesmente "sistemas conceituais", e que frequentemente as práticas ideológicas existem e se realizam no interior das formações sociais através de aparelhos e instituições materiais, procurou o autor examinar e verificar tal hipótese de trabalho mediante a análise de algumas das produções teórico-ideológicas formuladas por uma instituição criada e mantida pelo Estado brasileiro num passado bastante recente .
Se no caso de certas instituições pode-se, através da análise, desvendar o caráter ideológico de que se revestem suas atividades, programas e produções teóricas, na figura do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), segundo o autor, ter-se-ia a ideologia consagrada como marco definitivo da Instituição. Ao se buscar elucidar o significado, as direções, os pressupostos, os limites do "pensamento isebiano" - basicamente aquele que acompanha o período chamado de "desenvolvimentismo" (Gov. Juscelino Kubitschek - 1956-1960) - a tese em questão procurou igualmente esclarecer em que medida a afirmação e a defesa (explícitas) - ou a "reabilitação" e promoção, como denominou o trabalho - da esfera ideológica se constituiriam num eloquente exemplo da "ideologização da ideologia".
Em dois momentos principais do trabalho procurou o autor qualificar essa "ideologização". Na I.ª Parte, quando demonstra que à prática ideológica (a rigor, a ideologia do desenvolvimento) são atribuídos os critérios de validação de toda a produção teórica; na 111.ª> Parte a "ideologização" é esclarecida através do tratamento que se conferiu ao naciónal-desenvolvimentismo, particularmente quando os isebianos pensam as relações existentes entre essa prática ideológica e as classes sociais no interior do capitalismo dependente brasileiro.
Os limites e contradições em que se esbarram o pensamento isebiano se explicariam em função dos pressupostos filosóficos e teóricos - insuficientemente dialéticos - de que se utilizaram seus autores (II Parte). Valendo-se de conceitos herdeiros do discurso antropológico - tal como, por exemplo, a alienação em sua versão existencial-humanista - e na ausência de instrumentos teóricos e metodológicos mais rigorosos que permitissem uma análise histórica e estrutural do capitalismo dependente brasileiro, não conseguiram os desenvolvimentistas do ISEB desatar as teias firmes e asfixiantes do discurso ideológico nas quais se enredou igualmente significativa parcela da intelectualidade brasileira nos anos 50 e 60.
A
...