Industria Cultural

A educação no Brasil continua sendo tema de estudos sempre com a finalidade de descobrir seus problemas e propor soluções. Infelizmente, a educação brasileira continua a servir aos interesses da classe dominante. Politicamente a educação tem sua realidade deformada, também por interesse dos que detêm o poder, não considerando o contexto social em que estamos inseridos.

Indústria Cultural, um termo conhecido desde 1947, porém não muito difundido nos meios sociais, refere-se aos meios de comunicação usados como forma de alienação e reprodução das práticas vigentes.

A televisão, meio mais acessível para a maioria da população, serve aos poderosos entorpecendo e cegando os homens para que não percebam as injustiças do sistema capitalista, transformando-os em consumidores acríticos e inconscientes, despertando o desejo de consumo, reforçando preconceitos, reproduzindo situações que a sociedade aceita como sendo do seu cotidiano. O sujeito se preocupa mais em ter do que ser.

Essa Indústria Cultural pode ser percebida também nas escolas quando esta determina o uso de materiais que apresentam personagens do momento, sem nenhuma preocupação quanto ao que é ou para que sirvam esse material. Também ocorrem quando os professores utilizam livros didáticos ou pacotes de ensino prontos que dizem o que ensinar, quais as técnicas a utilizar, etc. Nas escolas, essa Industria faz com que professores além de não atentarem o que e como ensinam, não percebem que estão colaborando com o sistema vigente. São robotizados.

A televisão por si só não aliena desde que quem assista saiba fazê-lo. Então é mais uma vez uma responsabilidade das escolas não só usar essa e outras tecnologias, mas ensinar como utilizá-las sem ser usado por ela, adaptar-se sem deixar-se deformar.

TEORIA DE BOURDIEU

Pierre Félix Bourdieu nasceu em 1930 no vilarejo de Denguim, na França. Em 1951 ingressou na Faculdade de Letras e três anos depois, graduou-se em filosofia.

Tornou-se referência na Antropologia e na Sociologia publicando trabalhos sobre educação, cultura, arte, linguística e política.

O investigador da desigualdade detectou mecanismos de conservação e reprodução em todas as áreas da atividade humana, entre elas, o sistema educacional.

Para Bordieu o sistema educacional é um dos fatores de maior relevância quanto à manutenção das desigualdades sociais, bem como na perpetuação do meio social no qual o individuo está inserido. Existem basicamente duas causas para a obtenção desses resultados: os mecanismos de eliminação vigentes no decorrer do percurso educacional, notados nas questões relacionadas às oportunidades de acesso ao ensino superior, onde a maior entrada e frequência são de jovens de camada superior, em relação aos demais das classes menos favorecidas e também nas questões relacionadas à herança cultural, responsável pela diferenciação inicial das crianças.

No vídeo, Bordieu fala muito sobre a bagagem cultural (linguagem, viagens, leitura de bons livros, acesso a cultura por meio de cinema, teatro, etc) o que facilita uma melhor interação e assimilação dos conteúdos desenvolvidos em sala de aula.

Em contrapartida, os que não trazem essa bagagem cultural, por fazerem parte de uma classe social menos favorecida, terão mais dificuldades em entender uma linguagem mais formal, em se relacionar com pessoas que falam, pensam e agem de forma diferente, o que certamente o desestimulará quanto à continuidade dos estudos, fazendo-o desistir para buscar