Influência das Ideias Aristotélicas nos Cursos de Física Contemporâneos
Por: leostuepp • 10/5/2019 • Artigo • 1.885 Palavras (8 Páginas) • 202 Visualizações
Influência das ideias aristotélicas nos cursos de Física Contemporâneos
1. Elementos históricos da evolução da Mecânica a partir do séc. VII a.C., até Aristóteles
Analisaremos o desenvolvimento das ideias básicas da Física, em particular da Mecânica ao longo de quase 2.500 anos.
Apesar de ser um intervalo de tempo muito pequeno, no que se refere a evolução do Planeta e a dos seres vivos, representa um crescimento significativo da cultura humana.
Está claro, que nos dois últimos séculos e nas recentes décadas, o desenvolvimento científico-técnico, é incomparavelmente superior.
A partir dos registros da literatura que se refere a esta época, destacam-se dois grandes núcleos de cultura, nos quais se apresentam concepções dignas de ser consideradas.
1.1 – China – Índia
No séc. VII a.C.,I. Tsin expressa ideias relacionadas com o yan e o yin, incluindo o primeiro ao Sol, a luz e ao princípio da masculinidade e, o segundo a Lua, as trevas e a feminilidade.
Sua principal teoria se baseia nas percepções sensoriais, sem deuses e imortalidade e, nos quatro elementos primordiais: terra, ar, água e fogo. Não analizam o éter e similares, que não pode ser percebidos pelos sentidos.
Posteriormente aparecem outros elementos: água, fogo, madeira, metal, terra, relacionando-os com os órgãos dos sentidos (olfato, gosto, visão e tato). Declara-se que o éter penetra em tudo mas não é precebido diretamente.
Aceitam-se quatro substâncias imateriais: tempo, espaço, alma e inteligência, reconhecendo-se outras vinte e quatro mais, entre elas: grandeza, número, peso, fluidez etc.
Já no séc. IV A.C., Lin Tsi diferencia o infinito do ilimitado, e relaciona os elementos primordiais com as estações do ano e os pontos cardeais.
Nesta época, Lao-Tse apresenta o Tao, que é a necessidade natural (base), e o Te que é a manifestação dessas necessidades.
No séc. III a.C., Yan Chu se refere a leis naturais independentes do céu e divindades. Apresenta também expressões de atomismo, considerando um mínimo de dois ou três átomos para que possam ser percebidos pelos sentidos (Sensualista).
1.2 – Egito – Grécia
Thales de Mileto (624-548 a.C., baseando-se em ideias dos egípcios, desenvolveu a Geometria, libertando-se do mítico que imperava. Vê na água (três estados de agregação estáveis), o princípio (arché).Anaxímenes refere-se ao ar concentrado: vento, nuvens, água, terra e o ar dilatado: fogo.
Heráclito vê no ar o infinito e diz que os raios são evaporações que se inflamam, e os relâmpagos, nuvens que se apagam e se incendeiam.
Neste sentido, Xenófanes se refere ao Sol como nuvens inflamadas.
Anaximandro e Heráclito pregam a infinitude do espaço e dos astros, e da não criação do tempo. Concebem tudo em movimento com caráter cíclico (tudo flui – pantha-rei).
Leucipo e Demócrito (470-400 a.C.) elevam as bandeiras do atomismo: vazio infinito, com infinitos átomos. O número de formas não é infinito, porém tão grande como se queira. Referem-se a átomos simples e indestrutíveis, em incessante movimento, propulsando-se em colisões. O movimento é resultado, as diferenças podem ser quanto a ordem, posição e formas. Admitem uma inteligência superior e expressam as primeiras ideias do que hoje conhecemos por conservação,
Mais adiante Zenão de Eléia se caracteriza pelos paradoxos e aforias, e se interessa pela continuidade espaço-temporal.
Sócrates (470-399 a.C.) admite uma mente superior e, conclama a porem os pés na terra, os pensadores da época.
Platão (427-347 a.C.) é um idealista subjetivo e radical, para ele a ideia é o máximo, e a impõe às sensações, que segundo ele, estão plenas de imperfeições.
1.3 - Aristóteles (384-322 a.C.)
Sábio de uma vastíssima cultura que exerce uma forte influência no mundo científico da época.
Baseia suas conclusões nas observações e explica que conhecer, significa contar as causas.
Reconhece a Física como causas e movimentos. Entre as causas, privilegia a material, formal, eficiente, final e adicional.
Considera a perfeição por ponto de vista teológico.
Classifica o Universo em sublunar e supralunar
1.3.1- O mundo sublunar de Aristóteles.
A matéria está composta pelos quatro elementos primordiais: água, terra, fogo e ar. O movimento natural dos primeiros é o chão (embaixo), sendo que o do fogo e do ar é acima.
A Física aristotélica é animista, quer dizer, os corpos tem movimentos por si mesmos, buscando a perfeição e sua plena satisfação.
Classifica os movimentos locais em retos, circulares e mistos, e defende a necessidade de uma força para manter um corpo em movimento, portanto, o repouso é o estado natural da matéria.
Define a força como um empurrão ou puxão, que é a causa do movimento.
Com relação a velocidade, determina que deve haver sempre um espaço percorrido e, uma quantidades de tempo transcorrido. Não pensa a velocidade como uma relação entre ambas as grandezas. No geral, não se apoiou nas matemáticas para expressar suas ideias.
Sabendo isto, determinou: V α F/R
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