Nobreza e Arete
Por: Isabellab27 • 13/2/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 1.229 Palavras (5 Páginas) • 1.815 Visualizações
Curso: Meio Ambiente Modalidade: Integrada
Professor: Ana Mary Costa Bispo
Disciplina: Filosofia
Data: 14/06/2016
Alunas: Isabella Barbosa e Lara Cota
Nobreza e Arete
A formação do homem grego, oriundo de uma sociedade absolutamente aristocrática, abrange a ideia do Homem ideal, a obsessão pela nobreza em todos os campos, honrando os deuses, os pais, respeitando os estrangeiros, as regras de prudências que eram transmitidas ao longo dos séculos, sendo que o fundamental era a beleza, sendo mais belo aquilo que corresponde com maior proximidade aos ideais próprios do que o homem deve ser.
Na visão de Aristóteles a beleza significa o apurado culto da personalidade de tempos posteriores, para a aspiração, característica do humanismo do séc. XVIII, à livre formação moral e ao enriquecimento espiritual da própria personalidade. Mas as próprias palavras de Aristóteles mostram o antagônico, que aquilo que ele tem diante dos olhos é, acima de tudo, as ações do mais alto heroísmo moral. Quem estima a si próprio deve ser infatigável na defesa dos amistosos, sacrificar-se pela pátria, abandonar corajosamente dinheiro, bens e honrarias para ‘fazer sua a beleza’. Esta frase mostra até que ponto a mais sublime entrega a um ideal é para Aristóteles prova de um elevado amor-próprio.
Para os Gregos não seria possível a possibilidade de igualdade entre os homens, uma vez que as coisas e as pessoas não são iguais. Aristocracia. Hierarquia. Superioridade e inferioridade medida pela Arete de um indivíduo. Arete foi um conceito que sofreu mudanças ao longo do tempo. Nos tempos de Homero, significava, sobretudo, uma força, uma capacidade. Vigor e saúde são a Arete do corpo; sagacidade e penetração, a Arete do espírito. Depois, o conceito foi ampliado para incluir atributos morais ou outras excelências que não a força destemida.
“(…) o homem comum não tem Arete e, se o escravo descende por acaso de uma família de alta estirpe, Zeus tira-lhe metade da Arete e ele deixa de ser quem era antes. (…) Arete é um atributo próprio da nobreza. Os Gregos sempre consideraram a destreza e a força incomuns como base indiscutível de qualquer posição dominante. Senhorio e Arete estavam inseparavelmente unidos. (…) Para a mentalidade grega, que avaliava o Homem pelas suas aptidões, era natural encarar o mundo em geral sob o mesmo ponto de vista.”
A nobreza helênica possuía traços comuns de se portar de maneira distinta dos homens comuns, com hábitos e gestos. Isso fazia parte da formação dos nobres. Mas um traço peculiar dessa cultura era o de se orgulhar de ser cobrada em padrões de excelência, de ter um dever em face do ideal.
“A luta e a vitória são no conceito cavaleiresco, a autêntica prova de fogo da virtude humana. Elas não significam simplesmente a superação física do adversário, mas a comprovação da Arete conquistada na rigorosa exercitação das qualidades naturais”. (…) “
O esforço e a vida inteira desses heróis eram uma luta incessante pela supremacia entre seus pares, uma corrida para alcançar o primeiro prêmio. O treinamento dos atletas olímpicos demonstra essa obsessão pelos louros da vitória. Não apenas como superação dos adversários, mas pela demonstração das capacidades conquistadas mediante treinamentos que os distanciam do homem comum e até do atleta comum. São atletas olímpicos. Os jogos olímpicos não têm o escopo de demonstrar igualdade entre os homens, senão e justamente o contrário e a honra pode ser resumida como o prêmio da arete. O homem “virtuoso”, através de seus feitos buscava esse bem maior que era a honra, muito antes de buscar enriquecer com o acúmulo de moedas.
“O homem homérico só adquire consciência do seu valor pelo reconhecimento da sociedade a que pertence. Ele é um produto da sua classe e mede a Arete própria pelo prestígio que disputa entre os seus semelhantes. Tal entendimento difere do pensamento filosófico posterior que situa a medida na intimidade de cada um e ensina a encarar a honra como reflexo do valor interno no espelho da estima social”.
A filosofia conseguiu destacar a auto-estima do prestígio social. Hoje, é senso comum que as pessoas que não o conseguem o fazem por falta de alguma coisa.
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