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O Enigma de Kaspar Hauser

Por:   •  20/6/2016  •  Resenha  •  909 Palavras (4 Páginas)  •  452 Visualizações

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O Enigma de Kaspar Hauser.

Produção de Werner Herzog. Alemanha, 1974, legendado.

Jhonael Ursulino da Rocha Silva

Filosofia, licenciatura, 3° Período

O que se vê nos momentos iniciais do filme é Kaspar Hauser num quartinho, sendo visitado por um homem que “cuidava” dele. Quando aparece pela primeira vez em público ele ainda não fala/tem linguagem verbal. Ele é deixado numa praça, quando estava naquele quartinho tinha breves contatos com o homem, esse homem antes de o deixar na praça o ensinou a repetir algumas palavras.

Os inatistas dizem que já se nasce com as habilidades, os ambientalistas que elas são conseguidas com a convivência social. Mas como pensar o Kaspar, ele tinha em si a linguagem? Se sim, o que o que ocorreu para que ele não falasse? Nesse ponto pensamos o ser humano como fruto plenamente do convívio social, que ele não possui habilidades inatas, que tudo que ele tem foi adquirido no convívio. Quando olhamos para esse momento da vida dele, é a isso que somos levados a crer.

Mas o que dizer dos bebês, que fato os leva a demorara tanto para falar? Ou ainda, o que os leva a demorar tanto para compreender o que “balbuciam”? No filme percebe-se que Kaspar aprende de forma bem rápida, mais rápida que o normal, então tinha nele algo diferente, pois aprendia mais rápido que o normal. Na teoria de Piaget, seria o fato de ele já ter amadurecido biologicamente para isso ocorrer.

No que, basicamente, os teóricos que defendem uma forma interacionista de aprendizado creem é que o ser humano aprende por imitação, falando de forma simplória. Sendo assim, foi o que faltou para ele, alguém para ele imitar, durante parte de sua vida. Por isso quando foi encontrado não tinha basicamente conhecimento algum. Mas na convivência com as pessoas, inicialmente com algumas crianças, ele rapidamente passou a ter.

Analisando-o de acordo com Piaget, com as suas fases, ele só passou pela primeira – sensório-motora – quando chegou a cidade, mais precisamente quando estava conviendo com algumas crianças. Onde ele tocava em algo, as crianças diziam o que era, ele tocava de novo e repetia o nome. Mais a frente passa pela pré-operatória, onde mostra ele não tendo noção de conservação de espaço, dando vida as maçãs, e assim ele vai passando por todas as fazes, mas nas idades diferentes das apresentadas por Piaget.

Antes de chegar a terceira etapa, das propostas por Piaget, ele, como é comum aos que não chegaram lá ainda, não diferencia sonho de realidade. Acha que o sonho que teve com a mulher do prefeito foi real, que realmente ocorreu. Ai entra uma certa dificuldade, como podemos compreender se o entendimento de algo como sonho ou realidade, é resultado do muito conviver com outros que já têm essa habilidade? Ou algo dentro de nós amadureceu para tal? Ou ainda se a convivência com os outros fez algo em nós amadurecer?

Mais a frente ele chega a terceira etapa, e então a quarta. Depois destas ele já diferencia sonhos de realidade, já cria estórias, e consegue usar o raciocínio lógico. Aparentemente acompanhou o desenvolvimento, mas não, ele ainda não conseguia compreender as “regras” sociais, por exemplo: ele chegou a perguntar para que serviam as mulheres; numa festa começou a tirar a roupa, num quartinho, pois não se sentia a vontade nelas, o que espantou a todos. Pode ser que naquela festa houvessem

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