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O Heráclito e a Física Quântica

Por:   •  9/11/2018  •  Dissertação  •  2.275 Palavras (10 Páginas)  •  140 Visualizações

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A FÍSICA QUÂNTICA EM HERÁCLITO DE ÉFESO

Felipe de Aguiar Viana

INTRODUÇÃO

        Física Quântica. Esse conceito causa um imenso desconforto tanto em nossas mentes quanto em nossas realidades, pois desafia os nossos sentidos e conhecimentos. O entendimento do que vem a ser essa ciência, que atualmente é o maior conhecimento que o homem pôde alcançar, requer algum esforço não só intelectual, mas também do espírito, já que quase invariavelmente coloca à prova o que entendemos como real, como possível e como imaginário.

        O conceito de física quântica é simples; apesar de a teoria ter sido desenvolvida pelo físico Max Plunk (1858-1947), foi Albert Einsten que batizou a teoria de quântica.

Quantum se refere à quantização, que é uma elevação instantânea nos níveis de energia de um elétron que está minimamente carregado, caso esse elétron seja excitado.

Esse é o conceito básico, mas as consequências do desenvolvimento dessa teoria foram gigantescas, levando o homem a um avanço tecnológico nos últimos 50 anos, maior que o de toda sua existência.

Mas será que apesar de desenvolvida há pouco tempo, essa teoria já não estava entre nós, não teria participado de tudo o que sabemos sobre nossa existência, formação e criação?

Será que antes mesmo da formação da nossa sociedade, os primeiros filósofos, com sua observação do cosmos e da natureza, assim como o desenvolvimento de teorias que procuravam explicar a existência humana na terra já não faziam citações do que hoje vem a ser a física quântica?

        Talvez, quem mais tenha se aproximado tenha sido o Pré-Socrático mais proeminente, Heráclito de Éfeso, conhecido como o Obscuro, por suas teorias explicadas de modo que nem todos podiam entender, seu desprezo pela humanidade e pelo poder, e que jamais conseguiram ser totalmente refutadas.

        Sua teoria sobre o todo, sobre tudo estar em movimento e em constante transformação (o Devir), sobre o fogo vital, sobre seu logos, sua cosmologia, influenciaram e ainda o fazem com os filósofos modernos.

        O objetivo deste artigo é apresentar argumentos que possam demonstrar que as teorias de Heráclito de Éfeso já se referiam à física quântica, como demonstram alguns de seus fragmentos.

A MATÉRIA

        

        Primeiramente, vamos nos atualizar a respeito das últimas descobertas sobre a matéria, mas somente aquelas que já foram comprovadas a partir de experimentos científicos em laboratório, e depois foram descritas e apresentadas, das quais saíram os avanços tecnológicos que conhecemos.

        Sabemos hoje que a matéria é formada por átomos, que possui prótons (de carga positiva) e nêutrons em seu núcleo, e elétrons que orbitam esse núcleo, que possuem cargas elétricas negativas.

        Há outras partículas que formam esse núcleo, as partículas elementares (ou fundamentais), como os quarks, neutrinos e bósons. Porém, essas partículas são as formadoras do núcleo, e como tal podem ser consideradas parte dele, logo, consideraremos o átomo como a unidade formadora da matéria.

COMO O ÁTOMO FORMA A MATÉRIA?

        Imagine o sistema solar. O sol, no centro do universo e os planetas girando em torno dele. É uma ótima representação do átomo, onde o núcleo fica no centro e os elétrons giram em torno dele em sete camadas energéticas, que recebem o nome de K, L, M, N, O, P e Q, em que a K é a camada com menor energia, e a Q a camada de maior energia.

        Imaginemos agora que um átomo se ligará ao outro para formar um pedaço de madeira, por exemplo. O que vai manter um átomo ligado ao outro são as suas forças de atração e repulsão, de seus elétrons e prótons. Não há uma ligação física entre eles. Outro detalhe, é que a razão de sua eletrosfera com seu núcleo é como a razão de um campo de golfe e um de seus buracos.

        Entendendo isso, podemos facilmente concluir que a matéria que vemos como sólido é um complexo de espaços vazios, ela realmente não é e nem poderia ser como a enxergamos.

        Mas como negar que você está vendo o que você está vendo? Como negar que você pode tocar na matéria? Se ela é um complexo de estados vazio, como meu corpo consegue interagir com ela?

        Para responder a essa pergunta, os físicos realizaram o experimento da dupla fenda, em que um canhão de elétrons disparava elétrons contra uma parede com duas fendas verticais.

        O resultado foi extremamente surpreendente: Ao interagirmos, através de nosso olhar, com os elétrons, eles se comportavam como partículas, mas quando o cientista não estava interagindo (olhando), os elétrons se comportavam como onda. Essa descoberta simplesmente abalou toda a estrutura do nosso conhecimento, uma vez que já não se pode afirmar que algo exista quando você não está interagindo com esse algo.

        O outro fator de desconstrução do conhecimento sobre a matéria foi o salto quântico. Quando excitado, o elétron pula de uma camada energética para outra, como um teletransporte. Ele some de uma camada e aparece em outra.

        De posse desses elementos, os físicos começaram a responder as perguntas.

AS RESPOSTAS

 Porque vemos a matéria como a vemos, se ela é uma porção de espaços vazios?  Pensemos na nossa visão em comparação a de um cachorro. Visualizemos uma televisão. O cachorro não enxerga em três dimensões como nós, ele vê a televisão de uma forma diferente. Ora, se existem duas visões diferentes para uma mesma matéria, que é feita de átomos como tudo o que conhecemos (que são um conjunto de espaços vazios), como podemos afirmar que ela é de um jeito ou de outro? Disso podemos facilmente concluir que a visão que temos das coisas é uma interpretação das ligações elétricas dos átomos, ou simplesmente uma interpretação de impulsos elétricos, e que, devido ao fato de os cérebros dos seres humanos funcionarem de maneira semelhante, vemos as coisas da mesma maneira.

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