O MANIFESTO COMUNISTA
Por: rafacbarbosa • 21/8/2017 • Resenha • 992 Palavras (4 Páginas) • 250 Visualizações
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
PROFESSOR: ERMANO RODRIGUES
Rafaela Cristina Barbosa da Silva
Análise crítica do livro:
O MANIFESTO COMUNISTA
Recife, 25.05.2017
- INTRODUÇÃO
Em Londres, foi publicado, mais precisamente em 1848, o Manifesto do Partido Comunista, escrito por Friedrich Engels e Karl Marx. Consoante Coggiola, a população europeia acreditava que uma revolução estava prestes a eclodir, a “Revolução de Fevereiro”, na França. A obra foi publicada concomitantemente o início da revolução na Suíça. Posteriormente, esse movimento espalhou-se pela Itália e França, além de atingir a Renânia, Prússia, Áustria e Hungria.
O contexto social da Europa do século XIX colaborou, segundo Eric J. Hobsbawn, para a concretização do processo revolucionário. Ou seja, a crise econômica europeia, as questões camponesas na Galícia, a nomeação de um papa liberal, uma disputa civil entre radicais e católicos e outros eventos foram cruciais para o levante revolucionário europeu. Dessa forma, percebe-se que toda a Europa já estava, de fato, preparada para a eclosão de uma revolução.
O Manifesto Comunista apresenta um conteúdo atemporal, uma vez que a sua primeira publicação ocorreu em 1848 e ele continua influente na contemporaneidade. Por conseguinte, o objetivo dessa análise é promover uma reflexão sobre a importância desse documento histórico e como ele pode ser enquadrado no universo político atual.
- DESENVOLVIMENTO ANALÍTICO
- Burgueses e Proletários
A obra inicia-se abordando, com bases históricas, a questão da luta de classes. Segundo Marx e Engels, desde a Idade Média, os seres humanos travam batalhas constantes, o que acaba ocasionando uma transformação social ou, até mesmo, a destruição das duas classes. Por conseguinte, nota-se que a história da sociedade, consoante os autores, é a história da luta de classes.
A sociedade sempre foi dividida em classes distintas. Porém, com o surgimento da burguesia, duas classes, totalmente opostas, protagonizaram as disputas políticas, sociais e econômicas: burguesia e proletariado. A primeira, na contemporaneidade, é detentora dos meios de produção, lidam diretamente com questões lucrativas. Já a segunda, o proletariado, são os trabalhadores, aqueles que operam as máquinas para sustentar o sistema capitalista.
Outrora, graças aos avanços tecnológicos resultantes das Grandes Navegações, surgiram as atividades comerciais e o aparecimento das indústrias, culminando, assim, na quebra da sociedade feudal. Isso aconteceu por consequência de pequenos ajustes na estrutura social, como a divisão do trabalho. Essas mudanças favoreceram o crescimento e a consolidação da burguesia.
Com o advento da burguesia, as relações interpessoais foram sendo substituídas por relações monetárias, o que acabou, de certa forma, sendo perpetuado para a vida contemporânea. Assim, a visão economicista prevaleceu em detrimento da visão holística, o que gerou profundas mudanças nas relações sociais.
Assim como previu Marx e Engels, a burguesia invadiu todo o mundo e modificou, profundamente, as estruturas da sociedade. Isso aconteceu porque, com a ascensão dessa classe, houve a necessidade de expandir os mercados para gerar maiores lucros, já que a burguesia buscava a própria consolidação. Dessa forma, a burguesia tornou-se símbolo de poder aquisitivo e, por consequência, as outras esferas da sociedade tornaram-se dependentes dela.
Em contrapartida, já que a sociedade depende da burguesia, quando há uma crise do sistema burguês, todo o mundo é afetado diretamente, provocando, assim, uma grande desordem social. Isso perpetuou-se: hoje, por exemplo, caso haja uma alteração na estabilidade vigente no mundo, todas as estruturas sociais sofrem com isso, sobretudo com o advento do fenômeno da globalização.
Porém, mesmo ciente da catástrofe que o sistema burguês pode causar, a população não fazia uma oposição brutal ao domínio dessa classe, até a publicação do manifesto, por Marx e Engels. Isso foi possível porque esse documento conseguiu mostrar a realidade de exploração que os operários vivem para o fortalecimento da burguesia.
Antes do Manifesto, o proletariado lutava entre si, ao invés de lutar por menos opressão por parte da burguesia, pois a classe dominante conduziu o pensamento operário para que ele se rebelasse contra a própria classe, não atrapalhando, assim, os objetivos dos donos dos meios de produção. Dessa forma, observa-se que o proletariado era visto como mercadoria, isto é, eles trabalhavam para gerar lucros, se isso não estivesse mais acontecendo, eles eram substituídos por outros que se mostrassem mais eficientes.
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