O PARADIGMA DA SATISFAÇÃO HUMANA VERSUS RECURSOS NATURAIS FINDÁVEIS
Por: Jorbas Santos • 17/11/2018 • Artigo • 1.805 Palavras (8 Páginas) • 315 Visualizações
O PARADIGMA DA SATISFAÇÃO HUMANA VERSUS RECURSOS NATURAIS FINDÁVEIS
Joabe Caetité dos Santos[1]
RESUMO
Este trabalho objetiva compreender até onde os aspectos do desejo humano pela satisfação própria é capaz de desconsiderar e ignorar as condições necessárias do meio para sua sobrevivência, ou seja, tratar com maior prioridade sua satisfação pessoal à preservação do ecossistema em que vive. Para isso buscou-se inicialmente entender desde quando a tecnologia se tornou fator preponderante de desenvolvimento do materialismo humano e como isso influenciou diretamente a degradação dos recursos naturais. Para alcance dos objetivos utilizou-se o método exploratório e descritivo com abordagens qualitativas, com o intuito de conhecer melhor o fenômeno e explicar acerca das principais perspectivas, além de realizar a pesquisa bibliográfica traçando os períodos marcantes do desenvolvimento da tecnologia no mundo. Ao final, conclui-se que a pesar de aparentemente os avanços tecnológicos trazerem uma evolução, esta acarreta diretamente o meio ambiente e gera notoriamente esgotamento de seus recursos naturais.
Palavras-chave: Tecnologia. Recursos naturais. Esgotamento.
1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios, onde ainda não se vivia em sociedade plena, já haviam demonstrações que o homem faria o que fosse necessário para alcance de sua satisfação própria. Entende-se que esse desejo pode ter sido instigado por todas as transformações tecnológicas ocorridas na época.
Para tanto, buscou-se investigar os principais marcos desse desenvolvimento com o intuito de responder à questão de pesquisa delimitada em: compreender o paradigma da satisfação humana versus os recursos naturais findáveis.
A relevância desta pesquisa está em analisar de que forma esse objetivo incessante pode impactar diretamente na sobrevivência do meio e de todo o ser que nele habita.
Este artigo está organizado em quatro seções, a saber: seção um, parte introdutória, seção dois, trata da revisão teórica sobre o tema de investigação, discorrendo sobre as tendências dos pensamentos dos principais autores. Seção três contém os procedimentos metodológicos que nortearam o desenvolvimento da pesquisa. A seção quatro é composta pelas considerações finais e possíveis recomendações.
2 REVISÃO TEÓRICA
Para melhor concepção do tema traçado opta-se incialmente por apresentar uma breve explanação acerca do surgimento e evolução da tecnologia e seus impactos, além de buscar compreender, nos dias atuais, as consequências ocasionadas pela sua incessante aplicação.
2.1 Surgimento e Evolução da Tecnologia
Desde muito tempo atrás as pessoas sentiam a necessidade de desenvolvimento das suas técnicas, inicialmente apenas trabalhavam com o artesanato, depois foram evoluindo para processo de manufatura e transformação de matéria prima em produtos acabados. Porém, o que de fato marca a era da tecnologia, além desse desejo de evolução dos processos é o advento da ciência moderna. Pois, de acordo com Kruger (2001) foi a partir do século XVII que surgiu a tecnologia como é compreendida nos dias atuais, isto é, baseada em teoria e experimentação cientifica, podendo atestar os fatos com comprovações integradas, não sendo possível separá-las.
De acordo com Kneller (1978) a ciência moderna surgiu na Europa em virtude da conjunção de diversos fatores históricos. Um deles foi a Renascença que promovia o individualismo e o interesse apenas pelo mundo em vez de preocupar-se com o próximo, já a Reforma e a Contrarreforma retiram a autoridade da religião e reduz a oposição religiosa aos empreendimentos seculares e por fim o capitalismo, que criou uma classe dotada de grande apetite por novos conhecimentos, de simpatia pela experimentação e de uma robusta crença na exploração da natureza. Observando a perspectiva de outro autor, Rossi (1923 p. 15) relata que:
“A ciência moderna identifica-se com uma forma de imperialismo, nasce e se desenvolve por um ímpio desejo de domínio, seus métodos e suas categorias são fruto da pecaminosa insaciabilidade da espécie humana, são produtos da luta do homem contra o homem, da vontade prepotente: “a natureza é objeto de uma exploração total e a sede de poder do homem é insaciável”
Com esses pensamentos acrescidos dessas necessidades percebidas do homem, surgiram fatos históricos que aos poucos marcaram o desenvolvimento da tecnologia, como exemplo tem-se a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII onde esta foi aliançada entre ciência e técnica.
Para Longo (2004) a Revolução Industrial, que muitos historiadores chamam apropriadamente de Revolução Tecnológica, teve início na Inglaterra, em 1740 sendo caracterizada pela introdução das máquinas no processo produtivo, pela organização do trabalho de forma intensiva e pela ampliação do sistema de crédito. Nessa fase, o homem ainda não havia aperfeiçoado o uso de máquinas e tudo ainda era feito de forma braçal.
Ainda segundo Longo (2004) a Revolução Tecnológica tem sido dividida em duas fases, segundo as fontes de energia e indústrias básicas propulsoras das transformações, a saber: a revolução do carvão e do ferro, período de 1780 a 1850, e a revolução do aço e da eletricidade, de 1850 a 1914.
Após esse advento, as cidades cresceram e as técnicas evoluíram caminhando junto com as ciências, essa ampliação do mercado configura um outro fator preponderante para a continuação desse pensamento, o fenômeno chamado globalização.
Esse período, tecnológico industrial, segundo Kruger (2001) foi marcado por algumas características sendo essas a irreversibilidade da introdução de novas tecnologias, a rapidez e a abundância com que inovações e novos produtos são introduzidos no mercado e a imprevisibilidade dos efeitos de sua aplicação, o que conduz a uma impossibilidade de haver uma avaliação criteriosa das reais consequências da aplicação de inovações tecnológicas.
2.2 Recursos Naturais Findáveis
Em todos os períodos históricos da humanidade fez-se necessário o uso de recursos naturais, primeiramente para sua própria sustentabilidade e sobrevivência, depois disso foi se disseminando a ideia de excedente com intuito de produção de bens e serviços visando a obtenção de lucros, esse pensamento se deu principalmente após a Revolução Industrial, essa sociedade denominada capitalista, extrai cada vez mais recursos da natureza, chamados de recursos naturais.
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