OS SIGNOS E SUA TIPOLOGIA EM CHARLES PEIRCE E OS TIPOS DE LINGUAGEM
Por: deysioli • 15/9/2022 • Trabalho acadêmico • 1.607 Palavras (7 Páginas) • 121 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO
GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
DEYSIANE PRISCILA DE OLIVEIRA
SIGNOS E SUA TIPOLOGIA EM CHARLES PEIRCE
E OS TIPOS DE LINGUAGEM
ITABIRA – MG
2022
DEYSIANE PRISCILA DE OLIVEIRA
SIGNOS E SUA TIPOLOGIA EM CHARLES PEIRCE
E OS TIPOS DE LINGUAGEM
Trabalho referente à disciplina de Dissertação Filosófica, sob orientação do professor Paulo Rogério da Silva.
ITABIRA – MG
2022
CICLO 3 – PORTFÓLIO II
SIGNOS E SUA TIPOLOGIA EM CHARLES PEIRCE
O ser humano não teria chegado tão longe se não fosse a linguagem. O complexo modo de vida em civilização, no qual estamos inseridos, não seria possível sem o desenvolvimento da mesma. A linguagem implica na transmissão e troca de informações, ou seja, ele exerce uma função comunicacional.
O processo de comunicação, enquanto intercâmbio de informações (OLIVEIRA, 2015, p. 101), se dá por variados meios, dito de outra maneira pode-se afirmar que a comunicação, para que aconteça de maneira efetiva, se utiliza diversos tipos de linguagem. De acordo com Almeida:
A linguagem não é apenas um aspecto relevante para a representação das coisas. Nem mesmo seria somente um atributo dos animais socioculturais. Pode-se sustentar que a linguagem é a condição da própria vida. O mecanismo construtor do pensamento e da linguagem depende de símbolos, mas conforme o filósofo e lógico estadunidense Charles Sanders Peirce (1839-1914) faz notar, é o elemento essencial da produção das ideias em geral e na ciência (2011, p. 105).
Do ponto de vista filosófico, a linguagem trata-se de um conjunto de signos ordenados de forma a possibilitar a comunicação entre as pessoas (OLIVEIRA, 2015, p. 101). Para compreender a linguagem é necessário conhecer os aspectos que constituem a sua esfera de entendimento. Entre esses conceitos estão os signos, essenciais para a compreensão da linguagem.
O filósofo e linguista norte americano Charles Sanders Peirce (1839-1914) foi o fundador da semiótica. Esta, de modo geral, apresenta-se como uma forma de reflexão sistemática sobre os signos. Peirce foi também responsável por elaborar uma teoria dos signos, sobre a qual discorreremos a seguir.
A teoria dos signos elaborada por Peirce investiga a relação dos objetos com o pensamento. Segundo o filósofo, um signo pode ser entendido como uma coisa que é usada no lugar de outra, representando a referida coisa e não a si mesmo. Assim, o signo é dado como a representação de um objeto em que atribuímos sentido e significado. Os signos podem ser analisados de acordo com a sua relação com os objetos (função sígnica) e são divididos em três categorias segundo essa relação: o ícone, o índice e o símbolo.
Os signos são classificados de acordo com a sua natureza: há os signos essenciais como é o caso do ícone e do índice, e há os signos convencionais que podem ser ilustrados pelos símbolos. O ícone é um signo que representa um objeto ou coisa por semelhança, ele cria uma relação direta com o objeto que representa por apresentar características físicas e/ou qualidades similares com o que pretende representar. Por possuírem essa semelhança, os ícones são mais fáceis de serem identificados. Uma estátua de uma mulher, uma fotografia, um desenho, a maquete de um edifício, são exemplos de ícones, afinal de certa maneira eles substituem os objetos que pretendem representar, permitindo uma associação direta entre ícone e objeto representado. Para que exista o ícone é necessária a existência real do objeto.
O índice é um signo essencial, ele indica, aponta para o objeto a que se refere, estabelecendo uma relação continuada e de causalidade com o que representa e é intermediado pela experiência, consiste em um vestígio, uma “impressão” de algo, são como sintomas. Uma nuvem carregada, ou o chão molhado são índices que criam uma associação direta com a chuva, uma seta que indica determinada direção e até mesmo a fumaça que indica fogo exemplificam o índice.
Já o símbolo é um signo puramente convencional, possui um caráter geral, não é singular como ocorre com o índice. Ele se destaca como pertencente à dimensão humana, não há indicações de que possam ser compreendidos pelos outros animais. O símbolo tem característica abstrata, sua forma não tem semelhança ou continuidade direta com aquilo que representa, somente é possível compreende-lo após conhecer o seu significado. Nas palavras de Alves:
O símbolo é explicado ad infinitum por outros referentes, como nas definições de um dicionário que levam a outra definição. Alguns símbolos são não verbais, como a cruz para simbolizar uma sepultura, a religião cristã, uma nacionalidade (em bandeiras), um hospital, dentre outros. Nas línguas, quase a totalidade das palavras são símbolos, representando alguma coisa, quer nominal (um substantivo ou adjetivo) ou uma ação (ALVES, 2016).
LINGUAGEM VERBAL, NÃO VERBAL E MISTA
O ser humano se comunica por meio da linguagem, ela possibilita a interação entre as pessoas. A linguagem é composta por elementos verbais e não verbais, ela pode ser classificada em linguagem verbal, não verbal e mista.
Linguagem verbal: é a modalidade linguística que utiliza a palavra, ela pode ser identificada na língua escrita e na língua falada. A língua oral é usada quando o interlocutor está presente, é a expressão da fala. A língua escrita é usada quando o interlocutor está ausente. Uma obra literária, uma conversa entre amigos, configuram exemplos da utilização da linguagem verbal.
Linguagem não verbal: segundo Oliveira, linguagem não verbal é aquela que “(...) compreende outros tipos de unidade, como gestos, movimento, imagem etc. Nesse grupo, é possível enquadrar a linguagem corporal, a gestual, a facial e a pictórica” (2015, p. 104). Esse tipo de comunicação não é feito com a fala e nem com a escrita.
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