PRINCIPAIS CORRENTES FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO - IDADE ANTIGA A CONTEMPORÂNEA
Por: Ivanete Almeida • 5/8/2019 • Artigo • 3.312 Palavras (14 Páginas) • 734 Visualizações
Ivanete da Paixão Vieira de Almeida
Resumo: Entender a educação no contexto histórico, com as suas concepções e correntes filosóficas, suas ações e contribuições para o contexto social, é ao mesmo tempo entender a história humana. Essas correntes, não foram nem são fatos isolados, que influenciam apenas uma camada da sociedade ou apenas uma época específica, muito pelo contrário, muito dos fatos ocorridos na antiguidade influenciou aquela época e influencia a educação até os dias atuais.
Palavra-chave: Educação. Correntes. História.
1. Introdução
Neste artigo será brevemente exposto as principais correntes filosóficas, como também os seus principais representantes. Mas pra que entender as concepções e as correntes filosóficas? Em que elas influenciam a educação e a nossa vida?
As concepções e as correntes da educação são distintas, mas ambas estão ligadas entre si. Demeval Saviani identifica as concepções, com as tendências filosóficas, porém não abordarei neste trabalho acerca dessas concepções e tendências, apenas as citarei, não fazendo assim nem a explicação adequada que caberia a artigo nem a divisão das mesmas. Abordarei principalmente acerca das correntes educacionais. Para Saviani, as “concepções” e (ou) as “tendências” são orientações muito abrangentes, que podem levar a certas orientações especificas que são as “correntes”.
As concepções para Demeval Saviani se dividem em quatro: Concepção Humanista Tradicional; Concepção Humanista Moderna; Concepção Analítica e a Concepção Dialética. As duas primeiras concepções (Humanista Tradicional e Humanista Moderna) estão relacionadas com as Tendências Liberais, que subdividem em quatro: Tradicional, Renovadora Progressista, Renovada não diretiva e Tecnicista. Já as duas ultimas concepções (Analítica e Dialética), estão relacionadas com as tendências Progressistas, que se subdividem em três: Libertadora, Libertária e Crítica social de conteúdo.
Abordarei as correntes nesse trabalho levando em conta a divisão da História, sabemos que a Historia se divide em quatro importantes períodos: Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e a Idade Contemporânea, todos esses períodos sofreram influência das muitas e variadas áreas do saber, em especial de filósofos. Para melhor compreensão desse trabalho, ele será dividido, em quatro tópicos. Cada tópico explanará um período específico, como também as suas principais correntes da educação e os seus pensadores.
O primeiro, começará com a antiguidade, período que vai de meados dos anos 4000 a.C. tendo como principal marco o desenvolvimento da escrita, e que se estende até 476 d.C., com a queda do Império Romano. Os principais pensadores dessa época foram Sócrates, Platão e Aristóteles. O segundo tópico, abordará sobre a idade media, período que se inicia em 476 e vai até 1453, os principais pensadores foram Santo Agostinho e Tomas de Aquino.
O terceiro tópico, será explanado as correntes da modernidade, que vai desde 1453 até 1789, com os principais pensadores: René Descartes, Baruch Spinoza, Gottfried Leibniz, Kant, Hegel, Hume e Karl Marx. Por fim, a idade contemporânea, que tem inicio em 1789, com a Revolução Francesa, e se estende até os dias atuais. Os principais pensadores são: William James, John Dewey, Friedrich Engels, Søren Kierkegaard, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Edmund Husserl, Martin Heidegger e Maurice Merleau-Ponty.
Em todos esses tópicos serão citados algumas das principais correntes e os principais representantes ligados a elas. Não serão ciadas todas as correntes nem todos os pensadores. Pois isso seria uma tarefa impossível, já que existem muitas e variadas correntes, como também muitos representantes dessas correntes.
2. Idade Antiga
Na antiguidade de acordo com o livro Convite a Filosofia de Marilena Chauí, se destacaram quatro principais períodos da filosofia ou quatro correntes de pensamentos, são eles: pré-socrático, socrático, sistemático, helenístico ou greco-romano. As correntes pré-socráticas se dividiam em quatro principais escolas tais como a Escola Jônica, com Tales de Mileto, Anaximandro e Heráclito; a Escola Itálica, com Pitágoras de Samos; a Escola Eleata, com Parmênides e Zenão; e a Escola Atomista ou Pluralista com Anaxágoras e Demócrito. Haviam outros pré-socráticos nessas escolas, cada um com a sua importância para a filosofia não apenas da sua época, como também para os nossos dias atuais.
Este período pré-socrático, com as suas escolas e os seus pensadores, contribuiu para o desabrochar da razão e da filosofia, esses filósofos também eram conhecidos como naturalista, pois se preocupavam em entender a natureza e os seus fenômenos, buscavam a explicação racional do homem, do mundo e do universo. Não uma explicação mitológica como até então era dada, mas uma explicação lógica, como relata Gabriel Chalita.
Os filósofos gregos, observando as constantes transformações que ocorreram na natureza, buscavam uma explicação racional para os fenômenos naturais, explicação que não era satisfatoriamente oferecida pelos mitos ou pelos deuses. Na verdade aqueles homens de espirito inquieto queriam descobrir os princípios eternos. Não era apenas uma tentativa de explicar raios e trovões ou a chuva e o sol; não queriam, tampouco, somente entender a noite e o dia. Buscavam a causa primeira, a origem de tudo o que há no universo (CHALITA, p. 32, 2005).
Após os pré-socráticos, teve o período socrático ou antropológico. Nesse momento a reflexão não estava mais voltada para a natureza como estava com os pré-socráticos, mas, se voltada para o homem, para a vida em sociedade e para a democracia. Nesse período os primeiros pensadores foram os sofistas, que dominavam a oratória e a retórica e ensinavam aos jovens tais artes. Os principais sofistas foram: Górgias, Hípias e Protágoras.
Contrapondo-se as ações e as ideias dos sofistas, ainda nesse período, temos Sócrates, um dos principais filósofos não somente da antiguidade. Sócrates ensinava aos atenienses com base no questionamento.
Sócrates fazia perguntas sobre as idéias, sobre os valores nos quais os gregos acreditavam e que julgavam conhecer. Suas perguntas deixavam os interlocutores embaraçados, irritados, curiosos, pois, quando tentavam responder ao célebre “o que é?”, descobriam, surpresos, que não sabiam responder e que nunca tinham pensado em suas crenças, seus valores e suas idéias (CHAUÍ, p.44, 2000).
Temos também nesse período o filosofo
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