Portfólio da Prática do Ciclo Filosofia Política

[pic 1][pic 2]

NOME DO ALUNO: MARCOS ANTÔNIO SILVA BATISTA

R.A. 1852455

RELATÓRIO FINAL PRÁTICA FILOSOFIA POLÍTICA

[pic 3]

JOÃO PESSOA

2022

Introdução

         

Este relatório refere-se às atividades desenvolvidas na Escola Cidadã Integral Técnica Francisca Ascensão Cunha (ECIT FAC), localizada no bairro do Timbó, na cidade de João Pessoa-PB. A escola atende sete turmas do ensino médio, sendo três turmas do primeiro ano do ensino médio, três turmas do segundo ano e duas do terceiro. As atividades de estágio na escola compreenderam um total de 25 horas, sendo 20 horas de contato com o projeto político pedagógico, observação de aulas e instalações da escola e 4 horas de regência. Na nossa regência procuramos a partir de uma metodologia ativa de aprendizagem criar uma interação entre os alunos que possibilitasse a reflexão e compreensão de conceitos da filosofia política. Na regência trabalhamos com dois conceitos chaves do campo da filosofia política que poderiam ser compreendidos e problematizados pelos estudantes. Os conceitos foram os de esclarecimento e poder. Para mediar estes conceitos foram discutidas ideias de Kant e Foucault.

Caracterização do Trabalho pedagógico

  

Ao contrário do modelo didático tradicional, onde o professor é figura central na construção e apresentação do conhecimento, as metodologias ativas enxergam o aluno como centro do processo de conhecimento. Dentro do modelo de metodologias ativas de aprendizado os estudantes são o elemento fundamental na resolução crítica e autônoma do conhecimento. Dessa forma, já não basta na relação entre professor e estudante a mera reprodução de conhecimentos e informações, que transforma os alunos em meros expectadores do mundo. No campo das metodologias ativas do aprendizado os estudantes são instigados a refletir e resolver de forma criativa problemas propostos e criar soluções que os levam a relacionar conceitos dados com uma nova gama de conceitos e situações. Uma das vantagens da metodologia ativa é uma maior interação e integração entre alunos e professores (BERBELL, 2011). As metodologias ativas se apresentam, desse modo, como uma interação entre diversos elementos da vida social, da cultura, da educação e da política e que permitem aos estudantes adicionar novas ferramentas para participação criativa e autônoma no mundo. Nesse sentido, o papel do professor no ambiente de aprendizado é o de facilitador e companheiro na produção do conhecimento. Cabe aos estudantes com auxílio do professor construir aquilo que é apresentado e discutido para que possa ser ampliado (Bacich e Moran, 2018 p.6).  Uma das grandes vantagens das metodologias ativas é colocar o aluno em situações de aprendizado que levem em consideração o seu dia-a-dia e cotidiano. Resolver casos apresentados e construir para os casos soluções, a partir de conceitos já vistos e discutidos, é um dos bons exemplos de como os estudantes podem se envolver ativamente. Dessa maneira, uma das metodologias ativas mais interessantes é a de estudo de casos. No estudo de casos os alunos são apresentados a situações paradigmáticas onde um indivíduo ou indivíduos se encontram diante de um dilema. Nesse processo os estudantes são convidados a oferecerem argumentos ou respostas para tais situações. Dessa forma, os discentes são estimulados de forma criativa a apresentar argumentos e defendê-los diante de seus colegas. Cada um a partir de suas próprias “ferramentas” e níveis conceituais e de experiências é convidado a apresentar uma possível solução ou posição diante de uma situação prática. Na nossa prática de filosofia política, trabalhamos os conceitos de esclarecimento, crítica e poder, tendo como ponto de partida o estudo de casos ou a apresentação de situações exemplares. O envolvimento dos alunos e a sua capacidade analítica e reflexiva se mostrou bastante proveitosa diante da atividade. Na discussão sobre o esclarecimento foi oferecido o caso paradigmático de alguém que se submete ao uso de uma determinada medicação sem uma investigação criteriosa e cautelosa sobre suas capacidades curativas. Dessa forma, uma vizinha afirmava para outra que o chá de determinada erva curava tal enfermidade. Em seguida, os alunos apresentaram suas visões e argumentos sobre o problema, sendo levados a situação de ampliar cada vez mais o leque de problemas e situações onde indivíduos são levados a agir pela influência de outrem sem questionamentos. Por fim, chegaram à conclusão que ser livre e autônomo, de fato, é questionar e investigar determinadas situações, sejam conselhos de amigos, seja a eficácia de uma medicação, ou o sentido de uma lei. Os alunos foram apresentados ao final da aula ao conceito de esclarecimento proposto por Kant como: “decisão e capacidade de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem” (Kant, 1995, p.65). Nas aulas subsequentes foram apresentadas aos alunos dois memes ou vídeos que ilustravam situações de poder ou de pessoas que ocupam posição de poder. No primeiro, tínhamos a Rainha Elisabeth II fazendo uma piada com um dos guardas reais. No segundo, foi apresentado um famoso meme ou gif com Vladimir Putin, onde um pombo bate continência para o presidente russo. Nos dois casos os discentes eram interpelados sobre o que entendiam daquelas situações. Após alguma reflexão, eles afirmavam que aquelas pessoas eram detentoras de poder, e por conta disso eram temidas e respeitadas. Em seguida, discutíamos sobre as relações de poder e se elas, de alguma forma, estão espalhadas, irradiadas em diversas situações da vida social. Os alunos chegavam à conclusão, rapidamente, que as relações de poder perpassam diversas situações do cotidiano e são vivenciadas, por exemplo, na escola e em casa. Após as discussões era apresentado aos estudantes o conceito de poder de Michel Foucault, e foram discutidas as ideias de poder como força e poder disciplinar.

A metodologia ativa de aprendizado foi uma ferramenta instigante na prática pedagógica. Na maior parte das aulas os estudantes se mostraram entusiasmados com o debate e mantiveram algumas discussões mesmo após as aulas.    

Conclusão

A regência foi tranquila e o uso das metodologias ativas, como foi dito acima, se mostrou recompensadora. No entanto, a atividade a partir de estudo de casos deve ser pensada de modo mais criterioso para trazer melhores resultados futuros. Em geral, a passagem da metodologia ativa para a avaliação exige uma atenção especial para o docente. Em muitos casos, os alunos tendem a repetir situações anedóticas em avaliações dissertativas, esquecendo de alguns conceitos propostos.  

...