Resenha Crítica Do Livro "Sobre A Modernidade" De Charles Baudelaire Capítulo I
Pesquisas Acadêmicas: Resenha Crítica Do Livro "Sobre A Modernidade" De Charles Baudelaire Capítulo I. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mandani • 19/9/2013 • 493 Palavras (2 Páginas) • 4.398 Visualizações
Resenha crítica do Livro “Sobre a Modernidade” de Charles Baudelaire
Capítulo I
Charles traz, em seu primeiro capítulo do livro, uma reflexão sobre os pontos de vistas adotados ao identificar obras de arte e modas de vestuário não só do passado, mas também do presente, como belas ou não. Ele divide essa análise em dois elementos que, muitas vezes explicam muito bem nossa forma de enxergar e definir a beleza em geral.
No primeiro elemento, é citado o hábito das pessoas de irem a museus, por exemplo, passando os olhos apenas sobre as obras mais famosas de artistas clássicos conhecidos, pensando que são estes os renomados e os que merecem atenção do olhar. Mesmo assim, analisam estas de forma rápida e sem muita reflexão do que a obra transmite sobre uma época, sem um olhar específico e valor não só para a estética, mas também para o sentimento que vem junto dela. Ele defende que essa visão aguçada e reflexão sobre uma arte, não se deve apenas as obras de artistas clássicos e revolucionários do passado, que trazem a beleza, circunstâncias e visões de suas épocas, mas também aos novos artistas e suas novas visões cheias de presente, futuro, novos pensamentos e traços artísticos. Esta posição moderna e visionária do autor nos promove o valor de cada período, que mesmo distintos, carregam uma história que no futuro definirá a próxima, fazendo então a importância de ambos.
É com essa visão sobre a distinção de épocas e a beleza às vezes até subjetiva de cada uma, que Charles traz o segundo elemento citado no texto. O mundo está em completa transição a todo momento e assim funciona sua beleza na arte e em qualquer coisa. Ele promove a ideia do olhar maleável a todas as estéticas, trazendo a cada uma o seu devido valor histórico/sentimental, indo contra a teoria do belo único e absoluto. Acredito que hoje em dia estamos cada vez mais evoluindo nesse quesito e olhando de múltiplas formas a diversos tipos de novas criações e também dando mais atenção ao antigo, como forma de resgate a valores perdidos neste longo caminho já percorrido. Mesmo assim, há ainda muitos padrões de beleza a serem quebrados na sociedade hoje em dia. Um exemplo disso é a definição do corpo ideal (belo) ou tendências de moda, que nos prendem a pensar junto a uma massa ou grupo, cada vez menos de uma maneira individual. Precisamos enxergar essa proposta do autor, de que “o belo inevitavelmente sempre tem uma dupla dimensão, mesmo que a impressão que produza seja uma só, pois a dificuldade em discernir os elementos variáveis do belo na unidade da impressão não diminui em nada a necessidade da variedade em sua composição.” Junto com ele, concordo que a beleza precisa ser vista como elemento eterno, invariável, relativo e circunstancial. Rumo a um futuro onde ela poderá ser, se quisermos, sucessiva ou combinadamente, a época, a moda, a moral, a paixão. Enfim, a beleza de cada um.
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