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Resenha Sobre Crátilo de Platão

Por:   •  1/3/2018  •  Resenha  •  1.262 Palavras (6 Páginas)  •  879 Visualizações

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RESENHA

NUNES, Carlos Alberto. Filosofia Antiga; Platão: Diálogos; CRÁTILO, Tradução direta do grego (páginas 101 a 177). Editora Participante do Piol. Belém, Universidade Federal do Pará, 1988.

Crátilo, ou sobre a justeza dos nomes é um gênero lógico, tendo como personagens do diálogo: Hermógenes, Crátilo e Sócrates. O diálogo sobre a justeza dos nomes começa entre Hermógenes e Crátilo, o primeiro pergunta ao segundo se não seria bom comunicar Sócrates sobre o assunto da conversa dos dois, pois ele estava presente, Crátilo prontamente aceitou. Então a partir daí a conversa se dá somente entre Hermógenes e Sócrates.

Hermógenes começando dizendo a Sócrates que Crátilo sustenta que cada coisa tem por natureza um nome apropriado, que não se trata da denominação que alguns homens acharam por bem dar-lhes. Questionou, a fim de obter grandes respostas que sabia que possivelmente de Sócrates tiraria as respostas explicações para todos os seus questionamentos, em relação à criação dos nomes dados a coisas e homens.

Em relação aos nomes, questiona exatamente, se Crátilo era ou não seu nome, que prontamente disse que sim. E que para todos os outros homens, o nome era o que lhes eram aplicados. Porém, o nome do próprio Hermógenes, Sócrates replicou, disse que não era seu nome, mesmo que todos os chamasse assim. Hermógenes sentiu-se contrariado, pois não obtivia resposta clara, com certa ironia, então continuou a lhe questionar. Diz-lhes que talvez quisesse insinuar que fosse rico, mas nunca chegaria a adquirir tal fortuna, por não ser filho de Hermes. Sócrates entende que essas coisas são difíceis de compreender, então o mais correto seria juntar esforços para saber quem de fato está com a razão: Hermógenes ou Crátilo.

Então Sócrates começa fazendo vários ensinamentos, às vezes sendo algo óbvio de ser entendido, outras vezes nem tanto, que precisa de explicações mais claras para saber aonde quer chegar com seus questionamentos. Começa dizendo que como resolveriam chamar alguma coisa, será o seu nome apropriado.

Pelo o que se pode ver no diálogo, Sócrates nos brinda com um verdadeiro requinte de respostas e questionamentos, com ensinamentos ao mesmo tempo fáceis e difíceis, tanto para se fazer quanto para ser entendido. Várias comparações são dadas, como: Se ao que hoje conhecemos como homem, for dado o nome de cavalo, a mesma coisa seria chamado de homem por todos, e cavalo apenas para quem o designou assim, e ao inverso, sendo reconhecido como cavalo por todos, e homem apenas para quem o designasse.

A segunda grande explanação de Sócrates é fazendo perguntas teoricamente fáceis de ser respondidas, mas talvez difíceis de pensar em tal pergunta por uma pessoa comum. Diz se quiséssemos cortar algo, não teria que ser cortado por objeto apropriado para tal? Se quiséssemos queimar algo, da mesma forma? Chega ao ponto que pergunta, da mesma forma que se falar não é uma ação? Com o último questionamento, se falará corretamente para dizer com devem ser ditas.

Sócrates, então, continua fazendo grandes comparações e questionamentos, para tentar responder a todas as perguntas e dúvidas que intrigam Hermógenes e Crátilo.

O Crátilo parece sem concerto a quem pretenda mostrar que não se desara a relação entre linguagem e conhecimento, uma vez que a argumentação levada a cabo conduz, no diálogo, a um duplo posicionamento: de um lado, os nomes, pensados como imitações da realidade, guardariam significados ambíguos, de modo a poderem significar tanto a imagem de uma realidade que é puro fluxo quanto a de uma que é sempre a mesma nesse caso, não haveria um critério legítimo capaz de orientar a demarcação da verdade e, por consequente comprometeria a possibilidade mesma nesse caso, não haveria um critério legítimo capaz de orientar a demarcação da verdade e, por consequente comprometeria a possibilidade mesma do conhecimento; de outro, se os nomes imitam a realidade e são as condições de acesso ao conhecimento da mesma, como se ter estabelecido os primeiros nomes se aquele que assim os criou - o nomoleta - não dispunha de nome algum que pudesse dar-lhe a conhecer a realidade que passaria a nomear?

Em resposta a essas dúvidas racionais, Sócrates propõe que se procure “outras entidades, para além dos nomes, que nos mostrem, sem nomes, qual dos dois grupos é o verdadeiro (a realidade como fluxo ou como permanência), exibindo de forma clara a verdade dos seres”. Ora, como é característico dpos diálogos de Plátão, o Crátilo nos oferece, senão as respostas, ao menos, um tratamento condigno à sua questão central, qual seja, a justeza dos nomes (orthotêsonomatôn), lá mesmo onde não esperamos encontrar: no seu contexto dramático, nas passagens aparentemente

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