Resenha do Texto Tecno-Ciência, Ética e Natureza
Por: Iolanda Mariano • 25/4/2019 • Resenha • 1.123 Palavras (5 Páginas) • 312 Visualizações
Tecno-Ciência
Com os passar dos séculos podemos perceber que cada um deles possui um perfil definido. Voltando ao século XVIII, todas as energias do período estavam voltadas para a política, na busca pela possibilidade de um governo justo, na edificação da cidadania e a difusão dos ideais republicanos. No século XIX, as energias já eram voltadas para o lado social, buscando minimizar a desigualdade entre os homens. Dentro do que foi proposto, podemos dizer que o século XX está marcado pelas questões ambientais.
A espécie humana foi a única, até hoje, a ocupar toda a superfície do planeta, e este vem influenciando o meio a partir do agir tecno-científico dos homens. Além disso, é caracterizado pela revolução das habilidades humanas, que vêm se desenvolvendo cada dia mais em um período curto de tempo.
Por causa disso, os métodos de ensino-aprendizagem também estão se modificando, tendendo a transformação da natureza do compreender e do conhecer.
Por meio do texto é possível perceber que a natureza não é de difícil entendimento, porém não é eternamente disponível e nem depende da existência humana. Isso nos leva a duas constatações. A primeira, que foi assinada por ORTELA E Gasset, que diz que cada um deve decidir as coisas por sua vontade própria. A segunda, nos mostra que somos fator interno e regulador da realidade que chamamos de “natural”, o que significa que o equilíbrio das forças materiais depende diretamente das nossas escolhas.
Nesse sentido, foram levantados os conceitos de matéria e natureza. A natureza é tudo que chamamos de “mundo exterior”. Já a matéria é utilizada com o mesmo sentido, só que designando o mundo natural, sem a presença do homem. Essas definições deixam a desejar, uma vez que podem ser utilizados como sinônimos. Segundo Moscovici, uma melhor definição para matéria seria o conjunto de forças que atuam de acordo com suas próprias leis, enquanto natureza refere-se a matéria, porém sob um ângulo particular, como a organização das forças.
Diante de tudo isto, podemos perceber que a natureza nada mais é do que um conjunto de forças materiais que são organizadas de forma que podemos nos referir a ela utilizando expressões como “ordens “ou “estados”. O ser humano, por outro lado, reorganiza a natureza, modificando-a de modo a dar origem a uma nova ordem natural, uma nova natureza.
Em seguida, foram apresentadas as principais características da nova ordem mundial configuradas pela tecno-ciência. A primeira delas é a tecno-ciência como “natureza cibernética”, em que se incluem ideias de invenção, manipulação, controle, etc., a segunda é a ideia de “ação reguladora”, com o intuito de controlar, por exemplo, processos físico-químicos, garantir o bom funcionamento de aparelhos, e identificar e corrigir possíveis erros no processo.
Com esse novo âmbito, é a primeira vez que a humanidade utiliza os elementos existentes para inventar e desenvolver novos materiais, através de diferentes processos, com o auxílio da química. Estes materiais são muito conhecidos somo “artificiais”, porém fazem parte desta nova ordem natural.
Algo que o autor nos chama a atenção, é o fato do homem além de ser capaz de transformar madeira em mesa ou de utilizar o vapor como força de trabalho, agora consegue transmitir propriedades entre as matérias, abrindo espaço para grandes descobertas.
Com a tecno-ciência, podemos fazer diversas combinações de acordo com as necessidades desejadas. Nessa perspectiva, a tecno-ciência trata-se do desequilíbrio entre os materiais, com o intuito de associá-los uns aos outros, na descoberta por novos materiais.
Esta prática passou a ser considerada algo impensado, que era contrário ao que a ciência clássico-moderna acreditava, e por isso, não tolerava nada que possuísse incerteza na formulação. Porém, é do inédito, inventado ou impensado, que o pensamento humano é gerado, rompendo os limites de um sistema fechado de referência que é a ele estabelecido. A partir desta questão é possível estabelecer a significação plena de invenção e decisão de um indivíduo.
Em toda história da civilização humana um dos resultados mais esperados é a substituição dos elementos orgânicos por inorgânicos, pois além da invenção de algo inédito, seria a criação de uma nova ordem natural que tem como característica a produção do que não é natural.
Para alguns filósofos, como Heidegger, Jünger e Meyer, a tecnologia é caminho para alienação, com relação a perda da liberdade e da dignidade, pelo contrário, os filósofos Wiener, Klaus e Steimbuch acreditam que a tecnologia pode garantir a dominação humana sobre a natureza, sendo uma entrada para a liberdade.
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