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Resumo 1 e 2 meditações de Descartes

Por:   •  19/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.302 Palavras (6 Páginas)  •  405 Visualizações

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UFRJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO

COMUNICAÇÃO E FILOSOFIA

MÁRCIO TAVARES D'AMARAL

PRIMEIRA E SEGUNDA MEDITAÇÕES DE RENÉ DESCARTES

EC2

RIO DE JANEIRO

2018

1. Resumo

Descartes incia a primeira meditação com uma premissa: todas as opiniões que herdou ao longo da vida são falsas, e por isso deve se desfazer de todas e começar novamente das fundações. Começa então, seu caminho para conhecimentos mais concretos a partir da dúvida. O autor também declara ter aguardado atingir uma idade madura para esta tarefa, pois seria um grande esforço.

Ele afirma também, que apesar de querer destruir todas suas antigas opiniões, não é preciso desconstruí-las uma por uma, pois "visto que a ruína dos alicerces carrega necessariamente consigo todo o resto do edifício" é necessário somente destruir os princípios sobre os quais todo o resto se baseia.

Descartes parte, então, para o primeiro grau da dúvida: os sentidos, que podem enganar. Mas essa não seria razão suficiente para duvidar completamente deles, pois algumas coisas, que só sabemos através dos sentidos, só poderiam ser verdadeiras: "que eu esteja aqui, sentado junto ao fogo, vestido com um chambre [...]. E como eu poderia negar que estas mãos e este corpo sejam meus?"

Em seguida, afirma que outra razão para duvidar, principalmente das coisas materiais, é o fato de sonharmos. Sonhos podem ser tão "normais" quanto o dia-a-dia e não existem indícios definitivos que diferenciem a vigília do sono. E esta já seria quase razão o bastante para acreditar ser tudo ilusão. Porém, como "as coisas que nos são representadas durante o sono são como quadros e pinturas, que não podem ser formados senão à semelhança de algo real e verdadeiro; e que assim, pelo menos, essas coisas gerais, a saber, olhos, cabeça, mãos, e todo o resto do corpo, não são coisas imaginárias, mas verdadeiras e existentes." Isso porque pintores não podem criar formas e naturezas inteiramente novas, são misturas, composições de partes reais, mesmo que de verdadeiro sejam só as cores.

Por esse mesmo princípio, mesmo que essas coisas ("olhos, cabeça, mãos e outras semelhantes") possam ser imaginárias, deve haver nelas algo de verdadeiro, simples e universal, que, por sua mistura, todas as imagens das coisas seriam formadas, verdadeiras ou fictícias. Por isso, as ciências que tratam de coisas "muito simples e muito gerais" (a figura, a quantidade, a extensão, o espaço, o tempo), como Aritmética ou Geometria, contêm algo de certo e indubitável, pois suas conclusões, como que 2 + 3 = 5, são verdadeiras estejamos dormindo ou acordados.

Mas duvida disso também quando reconhece sua crença em Deus e estuda a possibilidade de que este Deus não tenha criado terra, céu ou corpo, mas que mesmo assim, tenhamos os sentimentos de que tais coisas existam. Deus poderia fazê-lo perceber tudo como percebe, mesmo não sendo verdadeiro e real, mesmo os conceitos "simples e gerais", como 2 + 3 = 5, que julga saber com certeza. Ele conclui disso que, por mais que Deus seja bom, e o que seria mais óbvio em sua bondade era não nos deixar enganar nunca, o fato de que podemos nos enganar e nos enganamos o leva a conclusão de que Ele permite sim nos enganarmos.

Descartes decide suspender seus juízos sobre o que houvera tomado como verdadeiro, afirma que não há mais nada de que ele não possa duvidar, isso inclui Deus, uma de suas antigas opiniões; pois embora estas fossem prováveis, isto não as confirma como verdadeiras, logo são duvidosas e por serem assim, prefere vê-las como falsas, e assim obter o real caminho para o conhecimento da verdade.

Ele fala também, sobre a dificuldade de se livrar dessas convicções, pois o acompanharam durante toda a vida, por isso, deve tomar todo o cuidado para enxergá-las não só como duvidosas, mas como falsas e imaginárias.

Logo, supõe a não-existência de Deus, e, em seu lugar, a existência de um gênio maligno que usa de todo seu poder para enganá-lo sobre todas as coisas externas ("o céu, o ar, a terra, as cores, as figuras, os sons"), e se põe obstinado a não receber nenhuma falsidade através de tudo que o gênio maligno o imporia como verdadeiro e que na verdade seria ilusão: o corpo, os sentidos.

Com isso, termina a primeira meditação constatando a arduidade deste trabalho, e diz temer que essa busca e suspensão de juízo o tragam mais obscurantismo e dificuldade que clareza, pois em alguns casos, a tranquilidade do sono seria preferível às vigílias laboriosas.

A segunda meditação se inicia constatando novamente a dificuldade

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