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Resumo Cap. 2 - Modernidade Líquida

Por:   •  29/5/2015  •  Resenha  •  2.093 Palavras (9 Páginas)  •  5.024 Visualizações

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Relatório - Individualidade

Modernidade Líquida

        No segundo capítulo de Modernidade Líquida, Individualidade, Bauman começa apontando o fato de que as distopias de Aldous Huxley e George Orwell produtos de seus tempos. Embora tenham diferenças claras entre eles, o que compartilham em comum é o medo da liberdade individual ser reduzida a uma farsa; eles sentiam que o mundo estava indo em direção a uma divisão cada vez maior entre os controladores  e os controlados. Assim como a inabilidade de Platão de imaginar uma utopia sem escravos, Huxley e Orwell não conseguiam imaginar um mundo sem um controlador supremo. Na sociedade líquida moderna, o tipo de distopia imaginada pelos escritores de Admirável Mundo Novoe 1984não faz nenhum sentido.

        Na seção Capitalismo - pesado e leve, o autor introduz seus conceitos de modernidade pesada e leve (ou líquida). Ele mostra capitalismo pesadocomo sendo a noção de Nigel Swift sofre discurso de Joshua” — centralmente organizado e rigidamente delimitado, onde a ordem é muito importante. Nesse tipo de sistema moderno, o sistema é semelhante a Deus: é a razão de sua existência e sua perpetuação é o objetivo. Sob tal discurso, os gerentes de negócios capitalistas eram quem controlavam as coisas e que decidiam o que era racional ou não, determinando assim o leque de alternativas viáveis para os atores.

        O mundo sustentando o discurso de Joshua era o mundo Fordista, que em seu auge era simultaneamente um modelo de industrialização, de acumulação e de regulação. Num nível mais profundo, o modelo fordista era também um local de construção epistemológica: era formado por oposições binárias, como gerente e gestão, design e execução, liberdade e obediência.

        O capitalismo pesado estava fixado no chão, amarrado a um lugar (como na fábrica fordista), parecia pronto para ficar e parecia não haver outra alternativa para ele. Apesar da natureza aparentemente opressiva deste período pesado da história, isso deu às pessoas um sentimento de certeza, previsibilidade e enraizamento. No entanto, toda essa solidez desaparece no capitalismo líquido. Bauman aqui não diz muito sobre este conceito; ele se limita a dizer somente que, nos dias atuais, o capital viaja rápido e não se mantém parado em lugar nenhum. O trabalho, por outro lado, permanece imobilizado como era no passado - mas o lugar que já foi fixado para perdeu sua solidez.

        O autor ressalta também neste capítulo que, ao contrário da Modernidade Pesada, a Modernidade Líquida introduz um novo nível de incerteza, já que, agora, não sabemos mais o fim de nada. Além disso, com a ausência de uma Suprema Repartição, cabe apenas ao indivíduo decidir quais serão os finais. Já que, atualmente, existem mais experiências de vida do que podemos experienciar, até mesmo quando conquistamos algo, ainda existe algo a ser conquistado; assim, na sociedade moderna líquida, a sociedade está sempre se tornando algo, mas nunca chegando, de fato, ao final de nada.

        Em nota, Bauman cita Zbyszko Melosik e Tomasz Szudlarek, dizendo que viver em meio a chances aparentemente infinitas tem o gosto doce da liberdade de tornar-se qualquer um. Essa doçura, porém, tem uma cica amarga, porque, enquanto o tornar-se sugere que nada está acabado e temos tudo pela frente a condição de ser alguém, que o tornar-se deve assegurar, anuncia o apito final do árbitro, indicando o fim do jogo: "você não está mais livre quando chega o final; você não é você, mesmo que tenha se tornado alguém, portanto, estar inacabado, incompleto e subdeterminado é um estado cheio de riscos e ansiedade, mas seu contrário também não traz um prazer pleno, pois fecha antecipadamente o que a liberdade precisa manter aberto.

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